VATICANO

Cardeal filipino viraliza com fala sobre Igreja: "Francisco da Ásia"

Um dos cotados para suceder o papa Francisco, Luis Tagle ganhou o coração dos brasileiros e foi apelidado de "K-papa"

Nascido em Manila, nas Filipinas, o cardeal Luis Antonio Gokim Tagle tem 67 anos e é pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização desde 2019 -  (crédito: Divulgação/Vaticano)
Nascido em Manila, nas Filipinas, o cardeal Luis Antonio Gokim Tagle tem 67 anos e é pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização desde 2019 - (crédito: Divulgação/Vaticano)

Um total de 135 cardeais, com idade média de 70 anos e a maioria deles nomeada pelo papa Francisco, se reunirão em conclave para eleger o próximo pontífice. No processo, os eleitores se reunirão a portas fechadas na Capela Sistina para definir o sucessor do papa Francisco, que morreu na segunda-feira (21/4), aos 88 anos. Nas redes sociais, brasileiros se engajaram em uma campanha de torcida pelo cardeal filipino Luis Antonio Tagle.

O cardeal foi apelidado de "K-papa", em referência ao gênero K-pop e por causa da origem asiática do religioso. Além disso, Tagle é conhecido como o "Francisco asiático" pela proximidade dele com o jesuíta argentino. Internautas resgataram um vídeo do cardeal de 2008, durante um discurso em Quebec, no Canadá. Na ocasião, o filipino criticou posturas da Igreja Católica.

"Quantos operários estão sendo privados dos salários justos em nome do deus do lucro? Quantas árvores estão sendo sacrificadas ao deus do progresso? Quantas pessoas pobres estão sendo sacrificadas ao deus da ganância? Quantas mulheres estão sendo sacrificadas em nome da chamada 'dominação' de Deus?", afirmou Tagle, em 2008.

Veja a repercussão sobre o nome de Luis Tagle:

Quem é o cardeal Luis Tagle?

Nascido em Manila, nas Filipinas, o cardeal Luis Antonio Gokim Tagle tem 67 anos e é pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização desde 2019, quando ou a residir em Roma a convite de papa Francisco. Formado em seminário jesuíta filipino, foi ordenado sacerdote em 1982 e logo tornou-se diretor espiritual, professor e posteriormente reitor de seminário.

O avô paterno de Luis Tagle é originário de uma família filipina de classe alta e a avó materna era de uma família chinesa que imigrou para as Filipinas. Um de dois filhos, ele costuma ser chamado pelo apelido de "Chito".

O Cardeal Luis Antonio Tagle é fotografado durante uma cerimônia na catedral de Manila em 2 de maio de 2016
O Cardeal Luis Antonio Tagle é fotografado durante uma cerimônia na catedral de Manila em 2 de maio de 2016 (foto: TED ALJIBE / AFP)

Além do tagalo, sua língua nativa, ele é fluente em inglês e italiano e tem conhecimentos de francês, coreano, chinês e latim. Caso Tagle seja eleito, ele seria o primeiro papa asiático da história. 

No ano ado, Tagle afirmou que que o mundo "tem extrema necessidade de misericórdia, reconciliação e perdão que levam à paz. Segundo ele, só Deus pode dar esses dons. "Nós, discípulos de Jesus, somos chamados não só a ser destinatários da misericórdia de Deus, mas também suas autênticas testemunhas e instrumentos. Recebemos tanta misericórdia de Deus, pelo menos uma pequena parte tentamos derramá-la sobre nossos irmãos e irmãs", disse o cardeal durante visita à cidade de Bibione, na Itália.

Na mesma ocasião, ele pediu que os fiéis fizessem um exame de consciência. “Como nos comportamos com as pessoas que enfrentam tempestades e confusões na vida? Com preocupação ou com indiferença? Como lidamos com os jovens e os críticos que duvidam de nós e questionam as nossas posições? Com humildade ou com orgulho vingativo? Como respondemos aos pedidos de ajuda que chegam dos doentes, dos idosos, dos refugiados e das pessoas diferentes de nós? Com empatia ou com ouvidos surdos? Aprendamos com Jesus"

“Sem misericórdia o mundo não verá a justiça, a verdade, o amor e a paz. Escolham a misericórdia. Difundam a misericórdia. Vivam a misericórdia", finalizou o cardeal filipino.

Tagle se manifestou contra o aborto e a eutanásia, mas defende a comunhão para casais que vivem juntos de forma conjugal sem matrimônio e outras questões relacionadas a homossexualidade. Ele também se opõe ao uso de linguagem “áspera” ou “severa” a respeito de certos pecados e acredita que a Igreja precisa “aprender” sobre os próprios ensinamentos de misericórdia devido a “mudanças em sensibilidades culturais e sociais”. Além disso, o cardeal também é defensor de questões como ecologia e a “bondade de todas as religiões”.

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postado em 23/04/2025 11:26 / atualizado em 23/04/2025 11:29
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