Estados Unidos

Antissocial e extremista: ex-colegas descrevem atirador da Flórida

Phoenix Ikner, 20 anos, invadiu o câmpus da Universidade Estadual da Flórida, na quinta-feira (17/4), matou duas pessoas e feriu seis, antes de ser baleado. Ex-colegas de turma falam ao Correio

Moradores de Tallahassee e membros da comunidade acadêmica da Universidade Estadual da Flórida homenageiam mortos no atentado de 17/4  -  (crédito: Miguel J; Rodriguez/Getty Images/AFP)
Moradores de Tallahassee e membros da comunidade acadêmica da Universidade Estadual da Flórida homenageiam mortos no atentado de 17/4 - (crédito: Miguel J; Rodriguez/Getty Images/AFP)

Quem conhecia Phoenix Ikner, 20 anos, não se surpreendeu tanto quando o filho de uma policial atirou contra colegas e professores da Universidade Estadual da Flórida (FSU), matando duas pessoas e ferindo seis, no fim da manhã de quinta-feira (17/4). A comunidade acadêmica do câmpus em Tallahassee, no sul dos Estados Unidos, rendeu homenagens aos mortos no atentado: o executivo Tiru Chabba, 45, e Robert Morales, 57, funcionário do restaurante universitário.

Morador de Tallahassee, Lucas Luzietti, 20, estudou na sala de Ikner, em 2023. "Ele defendia teorias da conspiração e ideologias da extrema direita. Uma vez, disse que Joe Biden não era o legítimo presidente dos Estados Unidos e que Rosa Parks estava errada", contou ao Correio, ao citar a ativista que se tornou ícone do movimento pelos direitos civis, ao se recusar a ceder seu lugar no ônibus para um estudante branco, em 1º de dezembro de 1955. 

Luzietti se recorda que, certa vez, Ikner declarou que Stonewall "era ruim para a nossa sociedade" — em 28 de junho de 1969, protestos da comunidade LGBTQIAPN+ irromperam em Nova York, depois de uma batida policial no bar Stonewall Inn, um dos locais frequentados pelos homoafetivos. "Ele também falou sobre como tinha o a armas", relatou o estudante do Colégio Estadual de Tallahassee. "Fiquei surpreso e não, ao mesmo tempo. Quando vi que (o atirador) era ele, fiquei horrorizado, mas isso necessariamente não me chocou. Foi algo profundamente triste e horrível", itiu. 

Filho de policial, Phoenix Ikner, 20 anos, usou a arma da mãe em ataque à universidade
Filho de policial, Phoenix Ikner, 20 anos, usou a arma da mãe em ataque à universidade (foto: Instagram )

Prestes a ingressar no próximo semestre na FSU, Venus (ela não quis ter o sobrenome divulgado), 19 anos, também estudou com Ikner e contou ao Correio que ele estava no espectro comum a perpetradores de tiroteios em massa. "Ele não era muito sociável e era meio solitário. A última vez que nos falamos foi em 2018", lembra. "Ikner tinha um histórico de visões políticas que tradicionalmente eram de extrema direita. Ele foi expulso por nossos colegas de um grupo político por cruzar a linha entre o conservadorismo e o ódio", revelou. 

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postado em 18/04/2025 20:39 / atualizado em 18/04/2025 20:46
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