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Encontro discute educação midiática para combater desinformação

Evento internacional reuniu especialistas, autoridades, educadores e criadores de conteúdo para debater caminhos da educação midiática no Brasil

Primeiro dia de evento EducaMídia leva reflexão sobre formação crítica no uso da informação -  (crédito: Alice Treitler/CB/D.A Press)
Primeiro dia de evento EducaMídia leva reflexão sobre formação crítica no uso da informação - (crédito: Alice Treitler/CB/D.A Press)

O 3º Encontro Internacional de Educação Midiática teve início na quinta-feira (22/5), em Brasília, na Casa Thomas Jefferson. A abertura, às 10h, deu o tom de um dia repleto de reflexões sobre o papel da informação na vida de crianças, adolescentes, adultos e idosos — e a importância de políticas públicas voltadas à educação midiática como forma de garantir direitos, combater a desinformação e proteger os cidadãos.

O encontro continuou nesta sexta-feira (23/5), com a presença de educadores, gestores, alunos e especialistas de todo o país. De acordo com a programação do dia, ocorreram apresentações no estilo de "ted talks"— palestras curtas, rodas de conversas e a produção do documentário 4ª Cúpula Mundial de Mídia para Crianças e Adolescentes - 20 anos depois

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Ferramenta de transformação

A presidente do Instituto Palavra Aberta, Patrícia Blanco, destacou a educação midiática como um direito do cidadão e um pilar essencial na luta contra a desinformação. “Vivemos um cenário poluído de informações. Ensinar as pessoas a questionar e a identificar fontes confiáveis é essencial para exercer a liberdade de expressão com responsabilidade”, afirmou. Ela se emocionou ao falar sobre um dos momentos mais esperados do segundo dia: a apresentação da professora Marcela Castro e do aluno Antonio Nascimento, do Pará, com uma experiência de jornalismo escolar. 

Entre as autoridades presentes, a senadora Teresa Leitão (PT-PE), presidente da Comissão de Educação e Cultura do Senado, destacou a urgência de ações concretas frente ao uso massivo da internet pelos jovens. “São mais de 25 milhões de usuários entre crianças e adolescentes, sendo que 82% das crianças de 6 a 8 anos estão conectadas”, pontuou. A parlamentar reforçou a necessidade de diretrizes eficazes, como a remoção de conteúdos ilegais das plataformas e o controle do uso de aparelhos nas escolas. Ela é autora do PL 1010/2025, que propõe a promoção e regulamentação da educação midiática no país.

No contexto do Maio Laranja, mês dedicado ao combate ao abuso e à exploração sexual infantil, a secretária nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Pilar Lacerda, defendeu a educação midiática como instrumento de proteção. “Educar para a mídia é educar para a segurança”, afirmou. Segundo ela, capacitar crianças e adolescentes para lidar com informações digitais é uma estratégia essencial para prevenir abusos e situações de vulnerabilidade.

A urgência também se estende à população idosa. Em 2023, golpes virtuais contra esse público cresceram mais de 70% em relação ao ano anterior. O secretário nacional da Pessoa Idosa, Kênio Costa de Lima, chamou atenção para o impacto desses crimes no aumento dos índices de depressão e suicídio, e reforçou a necessidade de incluir os idosos em políticas de educação midiática.

  • Leia também: Monitoramento é essencial para proteger crianças e adolescentes na internet

Reconhecimento 

Ao longo da tarde do dia 1, três painéis deram continuidade às discussões — Educação midiática em todas as idades: o papel das políticas públicas, Experiências práticas e Diálogo sobre educação e juventude

No último , a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Helena Schweickardt, falou sobre o programa Pé-de-Meia — benefício financeiro-educacional dado a estudantes —, voltado a reduzir a evasão escolar. “A educação pública vai ao coração da população mais vulnerável. Até 2022, tínhamos 480 mil jovens deixando o ensino médio por ano”, pontuou.

O professor e influenciador Noslen Borges fechou o ao destacar a intersecção entre linguagem, senso crítico e educação midiática. “Vivemos cercados de textos. Se não soubermos interpretá-los, talvez não compreendamos o mundo à nossa volta”, disse.

O encerramento do primeiro dia contou com a entrega dos troféus da 2ª edição do Prêmio YouTube Educação Digital. A premiação tem garantia da Unesco e visa valorizar criadores de conteúdo que integram o canal YouTube Edu — uma iniciativa com vídeos educacionais alinhados à Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Em entrevista ao Correio, Clarissa Orberg, head de parcerias do YouTube, celebrou o reconhecimento aos educadores digitais. “O Prêmio YouTube Educação Digital é fundamental para reconhecer quem está fazendo um bom trabalho em educação com seus canais na internet. Muitos professores escolhem o YouTube por ser uma plataforma aberta, democrática e ível. Reconhecer esses profissionais, que estão engajando audiências e ajudando dentro e fora da sala de aula, é um motivo de muito orgulho para nós”, afirmou.

Clarissa reforçou que a educação midiática é prioridade para a plataforma: “Temos uma playlist específica no YouTube Edu sobre o tema, validada pela Unesco. Estar aqui hoje apoiando esse debate é parte do nosso compromisso em levar esse conhecimento para mais pessoa”, completou. 

Entre os premiados, o canal Manual do Mundo, um dos mais antigos e respeitados do segmento educacional, foi homenageado. “Produzir conteúdo educativo hoje é essencial, porque muitas pessoas substituem a sala de aula pelo YouTube por falta de o. Estamos muito felizes de receber esse prêmio justamente no ano em que completamos 17 anos”, celebrou Mariana Fulfaro, criadora do canal ao lado de Iberê Thenório.

Confira os destaques do primeiro dia do evento:

 

 

postado em 23/05/2025 12:00 / atualizado em 23/05/2025 19:21
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