
Com baixas temperaturas e chuvas ocasionais, a capital federal sente o gosto do que será o inverno deste ano. A média dos termômetros nessa temporada será de 12ºC a 15ºC, com o vento diminuindo a sensação térmica. Já é possível encontrar brasilienses saindo de casa com blusas de frio, casacos acolchoados e gorros. Mas muita gente não tem condições financeiras para comprar roupas e agasalhos. Organizações se mobilizam para ajudá-las, entre elas, a Editora UnB e a ONG da Rua.
A Campanha do Agasalho de 2025 da Editora UnB foi antecipada. A iniciativa conta com pontos de coleta em todos os câmpus e vai até a próxima sexta-feira. No câmpus Darcy Ribeiro, nos seguintes locais: Livraria UnB, ICC Norte e ICC Sul, Reitoria, Biblioteca Central, Restaurante Universitário (RU), Prefeitura do Câmpus, Faculdade de Direito, Instituto de Biologia, Decanato de Assuntos Comunitários, Secretaria de istração Acadêmica e Banco do Brasil.
A Unidade Acadêmica e a Unidade de Ensino e Docência são áreas de despacho dos agasalhos no prédio do Gama. Já nos institutos de Planaltina e Ceilândia, apenas as unidades de ensino estão disponíveis para a doação. No primeiro ano de campanha, em 2019, foram arrecadadas 457 peças de roupas. Em 2022, foram 521 mudas; em 2023, 651; e a do último ano, 216 — um número menor devido à mobilização nacional para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
Doação e divulgação
Sofia Rosa é a diretora do projeto. Ela relata que a edição deste ano é a quinta realizada e o objetivo continua sendo o mesmo desde a primeira vez. "É o mesmo propósito: sensibilizar a comunidade quanto à questão do frio para quem se encontra em condição de vulnerabilidade social, além de contribuir com o trabalho de instituições beneficentes", esclareceu.
A diretora ainda diz que sempre tenta distribuir a arrecadação entre pelo menos três instituições. Também procuram instituições que sejam menos conhecidas e mais distantes do centro, pois elas acabam recebendo menos recursos, de acordo com Sofia Rosa. "A sensação é realmente prazerosa e recompensadora, porque como a gente tem essa preocupação de procurar instituições que são um pouco mais afastadas. Elas recebem com muita felicidade a doação porque não costumam receber muito apoio", completou.
Para aqueles que quiserem ajudar, Sofia fala que a divulgação é tão importante quanto a doação em si. Afinal, quanto mais pessoas cientes sobre a campanha, maior a arrecadação. "Após o fim da campanha, nós continuamos a receber itens na Livraria da Editora UnB, localizada próxima ao Restaurante Universitário (RU), que serão destinados à próxima campanha. Além disso, em setembro realizamos a Campanha do Dia das Crianças para arrecadar brinquedos e livros infantis que também são destinados a instituições beneficentes", concluiu.
Viviane Pereira dos Santos, 46 anos, é gerente de loja da Livraria da UnB, um dos pontos de coleta. "A sociedade, na verdade, despreza e não tem um conforto com esse pessoal, então é mais gratificante ainda poder ajudar quando tem um ponto de coleta no nosso trabalho", destacou. "A gente pensou que poderia juntar o útil com o agradável, porque, por aqui, am mais de 20 mil pessoas. Tendo esse ponto de vista, a gente pode ar para os demais".
O mínimo necessário
Se uma campanha está acabando, outra toma o seu lugar. Os integrantes da ONG da Rua iniciarão suas atividades de arrecadação em 30 de maio, com término em 30 de junho. "O nosso principal objetivo para a Campanha de Agasalho no ano de 2025 é, para além de levar cobertores, atender outras necessidades das pessoas em situação de rua no DF, principalmente na região da Asa Norte. Além disso, pretendemos fornecer um kit com cobertores, casacos, meias, cachecois e itens de higiene para que seja possível ar minimamente pela temporada de frio.", enfatizou a presidente da ONG, Anna Carolina dos Santos de Sant'Anna.
A estudante de 22 anos e moradora de Águas Claras revela que a campanha deste ano já está bem encaminhada. "Buscaremos alcançar, primariamente, a comunidade que auxiliamos, as pessoas em situação de rua que estão localizadas na região da Colina na Asa Norte, que são em torno de 200 pessoas", complementou.
Anna Carolina complementa que, para aqueles que se sentirem tocados pelo projeto e quiserem contribuir, olhem a qualidade das peças entregues. "Sempre pedimos roupas em bom estado. Podem ser roupas masculinas, femininas, infantis, além de sapatos e itens de higiene. Pedimos que estejam sem furos, sem manchas e em boa condição de uso", finalizou.
Os principais pontos de coleta da ONG da Rua estão no Guará, Cruzeiro, Águas Claras, Asa Norte, Asa Sul, Paranoá, Taguatinga, Samambaia, Sudoeste, Park Way, Universidade de Brasília, Lago Sul e Gama. Para aqueles que quiserem fazer uma doação, é só entrar em contato pelo Instagram @ongdarua ou mandar mensagem no telefone da Anna Carolina: (61) 98193-9398.
De acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Olívio Bahia, esse período seco de agora favorece a queda da temperatura. "Durante a tarde, a temperatura até sobe, mas não tanto como no verão. A campanha do agasalho vai ser comum nessa época do ano, sem precisar de fato esperar o inverno, porque o frio começou antes", afirmou.
*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti