Em certos lugares, o preço de um café pode ficar até três vezes mais caro se a pessoa demorar muito.
Um exemplo é o Caffè Perfetto em Barcelona, onde um café que custa € 1,30 pode chegar a € 4 (cerca de R$ 26) se o cliente ficar mais de uma hora.
Outros estabelecimentos estão impondo limite de tempo nas mesas ou até proibindo o uso de notebooks nos fins de semana.
Os donos justificam dizendo que as novas regras aumentam a rotatividade e os lucros, mas a prática gerou debates nas redes sociais.
O problema reflete o overtourism (turismo excessivo), comum em destinos como Espanha (2º país mais visitado do mundo).
Segundo a OCU (Organização de Consumidores e Usuários da Catalunha), a prática é permitida, desde que os clientes sejam avisados com antecedência.
Agora, alguns moradores das cidades turísticas que costumavam trabalhar em cafés estão tendo que pagar mais ou procurar lugares mais vazios, longe do centro.
O caso reflete um conflito maior em Barcelona, onde o custo de vida e a especulação imobiliária crescem junto com o turismo massivo.
A Espanha bateu recorde de turismo em 2024, com quase 94 milhões de visitantes estrangeiros, e os números continuam crescendo em 2025.
A ideia de cobrar pelo tempo no café não é novidade. Na Rússia, o lugar chamado Ziferblat já faz isso há 12 anos.
Lá, as pessoas não pagam pelas bebidas nem pelo uso do espaço, e sim pelo tempo que ficam no local — cerca de 3,5 rublos por minuto, o que dá aproximadamente R$ 0,25.
Nos últimos anos, o fenômeno do 'overtourism' tem afetado cidades famosas e preocupado autoridades ao redor do mundo.
No Japão, lugares como Ginzan Onsen, uma vila termal que fica na região de Yamagata, limitou a entrada de visitantes a um dia durante a alta temporada de inverno por conta do turismo excessivo.
Além disso, as autoridades japonesas afirmaram que a partir de 2025 irão aumentar os impostos para turistas e restringir os a locais populares.
Em 2025, a cidade de Veneza, na Itália, irá a cobrar taxas para turistas que não pretendem pernoitar na região. A tarifa custa € 5 (cerca de R$ 33), mas pode chegar a €10 (R$ 66) se comprada com menos de três dias de antecedência.
Butão, país que fica na região do Himalaia, já possui o maior imposto turístico do mundo, chamado 'Taxa de Desenvolvimento Sustentável'.
Por lá, cada turista tem que pagar US$ 200 (em torno de R$ 1.148) por dia de visita.
Outro exemplo vindo da Espanha é Mallorca, onde alguns moradores locais já fizeram até protestos contra o número excessivo de turistas.