Mais de 10% de todas a línguas do mundo podem ser encontradas em Papua-Nova Guiné, país que conta com centenas de ilhas localizadas no sudoeste do Pacífico, ao norte da Austrália
Apesar de contar com cerca de 840 línguas ainda faladas hoje, os três idiomas oficiais do país são o inglês, Tok Pisin e Hiri Motu
O inglês no país surgiu no século XIX, quando foi anexado como um protetorado do Império Britânico e, anos depois, foi istrado pela Austrália — até conseguir a independência em 1975
Traduzido para o português como 'fala de pássaro', é um idioma que se desenvolveu durante o Império Britânico por trabalhadores da Melanésia, Malásia e China — que foram enviados ao país, durante o século XIX, para trabalharem nas plantações de cana-de-açúcar. Apesar da forte influência do inglês, o idioma também é uma mistura de línguas indígenas e estrangeiras
O idioma é uma variedade de Motu, língua austronésia. Hiri Motu tem menos influência do inglês, ao ser comparado com Tok Pisin, e conta com a gramática e vocabulário simplificados da língua austronésia
Papua-Nova Guiné é repleto de montanhas e selvas densas, que, historicamente, dificultaram a migração local e a mistura cultural. Isso permitiu que diversos grupos indígenas se mantivessem isolados
O resultado foi a distinção desses grupos que não foram homogeneizados. Mesmo com os conflitos causados pelo Império Britânico e a colonização alemã, diversos grupos se mantiveram resistentes à influência de estrangeiros
Um estudo de 2017, realizado pela Universidade de Oxford, revelou que as diferenças genéticas entre os grupos de pessoas de Papua-Nova Guiné são fortes, mais até que as das principais populações de toda a Europa ou do Leste Asiático
'Encontramos uma diferença marcante entre os grupos de pessoas que vivem nas terras altas montanhosas e aquelas nas terras baixas, com separação genética datando de 10 mil a 20 mil anos entre os dois', disse o professor Stephen J. Oppenheimer, segundo autor do artigo da Universidade de Oxford
'Isso faz sentido culturalmente, já que os grupos das terras altas historicamente se mantiveram isolados, mas uma barreira genética tão forte entre grupos geograficamente próximos ainda é muito incomum e fascinante', conclui Stephen
*Estagiário sob a supervisão de Ronayre Nunes