
O combate ao preconceito, a discriminação e ao bullying só tem uma arma – a informação. Por isso, é importante que pais e educadores se unam na busca por um futuro com mais garantias de dignidade para todos – como está na Constituição do Brasil. Medidas simples, mas pertinentes podem começar agora!
1. Fale positivamente sobre o tema
Fale da questão de forma respeitosa e humana. Mostre que todos são diferentes e que essa diferença está no mundo.
2. Não fomente o incentivo à violência
Nunca reforce qualquer gesto de violência perante a população LGBTQIA+. Apelidos, chacotas, risadas e coisas desse tipo devem ser descartadas. Trate do assunto com a seriedade que ele precisa e merece.
Nunca traga para seu filho ou seu aluno imagens de uma homossexualidade deturpada. Isso é uma das coisas mais importantes a trazer na conversa com crianças e jovens: a dignidade das pessoas não está relacionada à sua sexualidade.
3. Promova um debate franco
Os debates precisam fazer parte da formação das crianças e dos jovens. Mas não feito por quem acha que representa as pessoas LGBTQIA+, mas, sim, por elas mesmas. Ou seja, se quer de fato trazer a informação correta, ouça pessoas homossexuais, bissexuais, transexuais, entre outras, e nunca quem fala por elas ou em nome delas.
Ninguém pode saber a dor e as angústias do outro. De maneira respeitosa, todos podem se ouvir e se entender. O diálogo inicia justamente quando o outro, diferente, pode falar com todos.
Para combater efetivamente a homofobia, bifobia e transfobia, é crucial adotar uma postura ativa com educação e sensibilização. Por isso, promova campanhas educativas em escolas, locais de trabalho e comunidades para aumentar a conscientização.
Não adianta só a escola fazer campanha para melhorar o acolhimento de pessoas LGBTQIA+ se no ambiente profissional tudo segue igual. É preciso fazer um trabalho concatenado em que todas as instituições sociais para chegar ao mesmo tempo na população. Isso potencializa a mudança e traz multiplicidade de vozes na construção desse novo mundo de acolhimento.

4. Não julgue, ajude
O julgamento do certo e do errado muitas vezes é a primeira coisa ensinada às crianças e aos jovens. O problema é que quando a gente ensina o julgamento, antes da compreensão. Dessa maneira, eles podem achar que em todas as esferas da vida é possível julgar, mesmo sem conhecer.
O julgamento de valor não pode ser algo ensinado às crianças e aos jovens sem que eles tenham informações e formações suficientes. Além disso, essa prática a pelo crivo da família, que também precisa compreender que por detrás de um julgamento pode haver um crime, por exemplo. Hoje há leis claras que protegem as diferenças, e o cumprimento delas tem sido rigoroso.
5. Conscientize familiares e amigos
Os nossos amigos precisam compartilhar os mesmos saberes. Já estamos cansados de ouvir muitas pessoas dizendo que não são preconceituosas porque “tem um gay na família” e gostam dele. Essa não é uma justificativa para se dizer que não é homofóbico ou coisa parecida. Conhecer, conviver e respeitar são verbos que precisam andar juntos.
6. Leis em torno do tema
Há textos legais sobre a legislação em torno das leis que protegem pessoas LGBTQIA+. É importante que as escolas e as famílias os leiam para ter melhor compreensão sobre o assunto. Ninguém é obrigado a saber. Mas diante da informação fácil e ível, todos nós somos convocados a á-las e as colocar em nosso dia a dia.
7. Livros acerca do tema
Os livros infantis e infanto-juvenis já trazem a temática LGBTQIA+ há algum tempo. Eles não podem ser proibidos nas escolas porque a censura não colabora com o estado democrático de direito. As crianças e os jovens devem ler sobre estes assuntos e os discutir. Todos ganham quando o assunto é trazido à luz do conhecimento. Assim, o amparo, a solidariedade e o amor incondicional começam a brotar nos contextos sociais.
8. É importante abrir o coração
O mundo é de todos e para todos. O mundo tem um futuro pautado em solidariedade, voluntariado e misericórdia. Somos todos responsáveis pelo futuro pacífico do planeta.
Por Geraldo Peçanha de Almeida
Psicanalista certificado pela Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo e pedagogo formado pela Universidade Estadual Paulista, aborda em suas publicações, incluindo “Fronteiras da Emoção” (Pró-Infanti Editora), a complexidade e a urgência de temas como preconceito, discriminação e bullying.
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