
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e a inclusão do nome dela na lista de procurados da Interpol. O pedido foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes após a parlamentar informar publicamente que deixou o Brasil e está nos Estados Unidos, com planos de seguir para a Europa.
No pedido enviado ao STF, a PGR destaca que a medida não se trata de antecipação do cumprimento da pena, mas de uma prisão cautelar "com o fim de assegurar a devida aplicação da lei penal". No mês ado, Zambelli foi condenada pela Corte a 10 anos de prisão, perda do mandato e pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos. O processo envolve a invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O advogado de defesa da deputada, Daniel Bialski, ao saber da informação, deixou o caso. Ele alegou que foi comunicado por Zambelli de que estaria fora do país. "Por motivo de foro íntimo, estou deixando a defesa da deputada", declarou.
Zambelli afirmou, em entrevistas, nesta terça-feira, que viajou aos Estados Unidos para realizar um tratamento de saúde e que pretende seguir depois para a Itália — ela tem aporte do país europeu. "Eles vão tentar me prender na Itália, mas eu não temo, por que sou cidadã italiana e lá eu sou intocável, a não ser que a justiça italiana me prenda", desafiou, em entrevista à CNN Brasil. "Se tenho aporte italiano, eles podem colocar a Interpol atrás de mim, mas não me tiram da Itália. Não há o que possam fazer para me extraditar de um país que eu sou cidadã."
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Apesar de a parlamentar ter cidadania italiana, o Brasil mantém acordo de cooperação jurídica em matéria penal com a Itália. Por esse motivo, caso o STF acate o pedido da PGR, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) deverá contatar as autoridades estrangeiras para, conforme o acordo entre os países e a legislação italiana, solicitar o cumprimento da decisão na Itália.
A deputada informou a intenção de se licenciar do cargo. "Tem essa possibilidade na Constituição. Acho que as pessoas já conhecem um pouco mais isso hoje em dia, porque foi o que o Eduardo (Bolsonaro) fez também. Ele pediu uma licença não remunerada, então, eu o a não receber mais salário, e o gabinete vai ser ocupado pelo meu suplente", frisou ao canal YouTube AuriVerde Brasil.
Ela acrescentou: "Gostaria de deixar bem claro que não é um abandono do país, não vou desistir da minha luta, muito pelo contrário, é resistir, poder continuar falando o que eu quero falar, voltar ser a Carla que eu era antes das amarras que essa ditadura nos impôs".
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