COP30

Pré-COP indígena começa nesta segunda-feira (2/6), em Brasília

Reunião conta com lideranças indígenas de nove países que fazem parte da Bacia Amazônica

Mobilização indígena pelo meio ambiente durante o Acampamento Terra Livre -  (crédito:  Carlos Vieira CB/DA Press)
Mobilização indígena pelo meio ambiente durante o Acampamento Terra Livre - (crédito: Carlos Vieira CB/DA Press)

Entidades e lideranças indígenas de nove países ao longo da Bacia Amazônica se reúnem em Brasília nesta semana para discutir estratégias de atuação na Conferência das Partes (COP30), que acontece em novembro em Belém (PA). A Pré-COP Indígena vai de segunda (2/6) a quinta-feira (5/6), com discussões que marcam a elaboração da primeira Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) indígena. 

Instituída no Acordo de Paris, em 2015, as NDCs são planos nacionais em que os países assumem compromissos e estratégias para a mitigação da emissão de carbono. O documento produzido pelos integrantes da Pré-COP deve ser entregue ao presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, e articulado junto ao governo brasileiro. 

Assessora internacional da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), organizadora do evento, Alana Manchineri destaca que a demarcação de terras indígenas é ponto central na preservação da Amazônia e na redução das emissões. “Como anfitrião da COP esse ano, o Brasil tem a possibilidade de influenciar outros países a colocar em suas NDCs a importância dos direitos dos territórios indígenas, porque a gente tem sofrido diversas inúmeras ameaças e violações de direitos não só no território brasileiro, mas em todos os territórios indígenas, sobretudo aqui na América Latina”, destaca.

Manchineri citou ainda a mobilização indígena por uma transição energética justa e contra a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. “Esperamos que o Brasil não se torne mais um país petroleiro a sediar a COP”, declarou a assessora. Nos últimos três anos, a COP teve como sede o Azerbaijão, Emirados Árabes Unidos e Egito, todos países exportadores de petróleo.

“Hoje, no Brasil, a gente tem enfrentado a Lei do Marco Temporal, PL da Devastação, e é muito importante trazer essa responsabilidade para o estado brasileiro, mas também mostrar a força do movimento indígena”, destaca. Segundo a assessora, a Pré-COP é uma maneira de fortalecer a diplomacia indígena e articular povos para a COP31 (que tem a Austrália como um dos principais candidatos) e em outras conferências. 

O encontro é organizado pela Coiab com apoio da a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e da coalizão G9 da Amazônia Indígena. 

 

postado em 01/06/2025 22:05
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