
O ex-ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Bruno Bianco, afirmou em audiência sobre o golpe de Estado realizada nesta quinta-feira (29/5), no Supremo Tribunal Federal (STF), que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria lhe perguntado se ele identificava algum problema no resultados das urnas após o segundo turno, em 2022. "De pronto eu respondi que não", comentou Bianco.
"Eu disse que o pleito eleitoral na minha ótica tinha ocorrido de maneira absolutamente correta e legal, sem nenhum tipo de problema jurídico", continuou, em depoimento à Primeira Turma.
Bianco afirmou que a pergunta foi feita em reunião realizada com os ex-comandantes das Forças Armadas, bem como o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres. "Eu disse que a eleição foi absolutamente transparente. Essas foram as minhas ponderações e o presidente da República, pelo menos na minha frente, se deu por satisfeito", apontou.
Adolfo Sachsida, ex-ministro de Minas e Energia, foi ouvido também na condição de testemunha e disse que compareceu à uma reunião ministerial realizada no dia 5 de julho de 2022. Na ocasião, o ex-presidente cobrou "empenho dos ministros para eles defenderem um pouco mais o governo", assim como discutiu sobre urna eletrônica. "Mas não me pareceu nenhuma novidade, já que muitas pessoas no Brasil desde 2007 questionam urnas eletrônicas”, disse Adolfo ao depor hoje.
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As testemunhas de Anderson Torres serão ouvidas até o dia 2 de junho. A partir de amanhã (30) começam a ser ouvidas as testemunhas indicadas pela defesa de Jair Bolsonaro.