
A diretora de Orçamentos, Finanças e Logística do INSS, Débora Floriano, afirmou que aposentados e pensionistas prejudicados com a cobrança indevida de valores nos benefícios serão ressarcidos integralmente. Também nesta quinta-feira, a Controladoria-Geral da União (CGU) anunciou a suspensão de todos os acordos de cooperação técnica com sindicatos, em meio à investigação sobre o esquema de descontos ilegais, que levou à demissão do presidente da autarquia, Alessandro Stefanutto.
De acordo com Débora Floriano, o INSS está trabalhando em um plano para garantir a devolução dos valores. "Nós traremos, oportunamente, um plano onde serão tratadas todas as informações. Para, em seguida, em uma força-tarefa conjunta, promovermos o integral ressarcimento dos valores irregularmente descontados dos nossos segurados", disse, em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.
Ela enfatizou que os beneficiários não precisam buscar as agências. "O INSS dará todo o e para os nossos segurados para tirar as suas dúvidas. Mas, neste momento, os descontos estão suspensos. Não é necessário que os nossos beneficiários recorram imediatamente às agências. Os nossos canais principais são a central 135 (telefone) e o aplicativo", destacou. Segundo Débora, ainda não há como saber quantos aposentados foram afetados pelas fraudes.
Já a CGU ressaltou que as parcelas eventualmente já lançadas em abril não serão readas às entidades e, sim, devolvidas aos beneficiários no pagamento seguinte.
O governo também decidiu suspender de forma imediata todos os descontos realizados por entidades, como sindicatos e associações, diretamente nas folhas de pagamento dos beneficiários.
A decisão de suspender foi comunicada pelo ministro da CGU, Vinicius Marques de Carvalho, durante entrevista coletiva.
Segundo Carvalho, os descontos serão interrompidos já nos contracheques de maio. "Essa suspensão vai viabilizar, em primeiro lugar, que os recursos que iriam para as associações, neste mês de maio, já não vão para as associações. Vão ser retidos e, na próxima folha de pagamento, serão restituídos aos aposentados", afirmou.
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De acordo com os dados preliminares apurados pela CGU e pelo INSS, os valores subtraídos dos segurados, desde 2019, somam R$ 6,3 bilhões. No entanto, ainda não se sabe quanto desse montante foi descontado de forma irregular.
"Estamos tratando de uma oportunidade de reorganizar esse sistema como um todo. Mas, para torná-lo seguro e íntegro, é necessário suspender todos os acordos de cooperação técnica com essas entidades", reforçou o ministro.
O plano completo de devolução ainda não tem data para ser apresentado, mas a promessa é de que todas as vítimas serão contempladas. "A partir de agora, nenhum aposentado será descontado da sua folha", garantiu o ministro da CGU.
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Fernanda Strickland
RepórterFormada em jornalismo na Universidade Paulista (UNIP). É repórter de economia do Correio Braziliense desde 2020. Participou do Estágio de Correspondentes de Assuntos Militares (ECAM) 2019. Já ou pelas assessorias de comunicação da Embrapa e do IFB.

Victor Correia
RepórterFormado jornalista pela UnB. Estagiou no Correio de 2016 a 2018 em Ciência, Saúde e Tecnologia. Atuou em assessoria até 2022, quando voltou ao Correio. Repórter de Política, Brasil e Economia.