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STF decide que aposentados do INSS não devolverão valores da ‘revisão da vida toda’

Decisão impacta diretamente mais de 140 mil ações judiciais que tramitam no Judiciário. Para quem tem ações na Justiça, também não serão cobrados valores como honorários e outras despesas processuais

Os ministros definiram que os aposentados que obtiveram a
Os ministros definiram que os aposentados que obtiveram a "revisão da vida toda" em outras instâncias da Justiça não precisam devolver os valores que receberam a mais por conta - (crédito: Antonio Augusto/STF)

Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quinta-feira (10/4), que os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não precisarão devolver os valores recebidos pela chamada "revisão da vida toda". A decisão impacta diretamente mais de 140 mil ações judiciais que tramitam no Judiciário e beneficia milhares de segurados que conquistaram o direito à revisão antes da tese ser derrubada.

A revisão é o recálculo da média salarial para a aposentadoria considerando todos os salários do trabalhador, mesmo os anteriores a julho do referido ano. A alteração poderá ser solicitada por aqueles que começaram a contribuir para o INSS antes de 1994 e se aposentaram depois de 1999 — ano em que mudaram as fórmulas de cálculo e definiu que, para pessoas que já contribuíam naquela época, os pagamentos antes da reforma não seriam considerados.

Nesta quinta-feira, os ministros definiram que os aposentados que obtiveram a "revisão da vida toda" em outras instâncias da Justiça não precisam devolver os valores que receberam a mais por conta. Também foi estabelecido que, para quem tinha processos sobre o tema, não serão cobrados valores como honorários e outras despesas processuais. 

"Nós sabemos que essa é uma questão que impacta centenas de milhares de brasileiros e brasileiras", disse o ministro Dias Toffoli, que fez a sugestão. O magistrado argumentou que a mudança de entendimento sem modulação quebra a expectativa legítima de quem já havia obtido decisões favoráveis.

O direito à revisão da vida toda foi extinto, mas o processo que discute o tema ainda tramita no STF. O recurso da União contra a decisão favorável de 2022 permanece em análise. O INSS foi contra uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que garantiu a um beneficiário o direito a rever o valor de sua aposentadoria com base em uma legislação anterior a 1999. 

Caso o STF siga o entendimento de Mello, a revisão poderá ser pedida pelos trabalhadores que começaram a contribuir para o INSS antes de 1994 e que se aposentaram depois de 1999. Naquele ano, o cálculo do valor dos benefícios começou a ser feito considerando apenas os valores recolhidos depois da criação do Plano Real. Ou seja, para calcular a média dos salários que servirá como base de pagamento da aposentadoria, o instituto usa apenas os pagamentos em reais.

postado em 10/04/2025 20:14
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