40 anos da redemocratização

Senado celebra sessão especial em homenagem a José Sarney

Senado fará, nesta terça-feira, uma solenidade para celebrar o político, primeiro presidente civil após a ditadura militar

Sarney, que fará 95 anos em abril, presidiu o Brasil entre 1985 e 1990 -  (crédito:  Mariana Campos/CB/D.A Press)
Sarney, que fará 95 anos em abril, presidiu o Brasil entre 1985 e 1990 - (crédito: Mariana Campos/CB/D.A Press)

Para celebrar os 40 anos da redemocratização do Brasil, o Senado fará uma sessão especial, nesta terça-feira, para homenagear o ex-presidente José Sarney. Foi ele quem assumiu o comando do país no conturbado período de transição que tirou o poder dos militares e o colocou de volta nas mãos dos civis.

A homenagem, solicitada pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), se dará a cerca de um mês do aniversário de 95 anos do político. "Após duas décadas de ditadura militar, o retorno ao Estado Democrático de Direito só foi possível graças à mobilização popular e ao empenho de várias lideranças políticas, entre as quais se destaca José Sarney, primeiro presidente civil após o período autoritário", disse Kajuru no requerimento aprovado por seus pares.

Acompanhe a sessão em homenagem a José Sarney ao vivo

"A homenagem proposta não é apenas um reconhecimento ao ex-presidente José Sarney, mas uma celebração da própria redemocratização e do esforço coletivo para garantir a consolidação das instituições democráticas", diz outro trecho do documento, assinado por 19 senadores, incluindo políticos governistas e de oposição.

Em janeiro, a eleição indireta que colocou José Sarney na presidência completou 40 anos. Mas o eleito para a cadeira presidencial foi outro: Tancredo Neves, que adoeceu logo depois do pleito e foi internado na véspera da posse em 1985, depois de ar mal. O presidente eleito evitou a internação o quanto pôde, pois temia que Sarney, seu vice, fosse sabotado por João Figueiredo (último general presidente da República).

Sarney foi empossado na manhã seguinte, sem discurso. Ao dar posse a seus ministros, porém, o novo presidente falou sobre sua responsabilidade "perante a nação e sua história" e citou Tancredo. "Na forma da Constituição Federal, assumi a Presidência da República, na impossibilidade de fazê-lo o senhor presidente Tancredo de Almeida Neves, a quem, tenho absoluta certeza, dentro de poucos dias, entregarei o governo na forma da Constituição e das leis, no desejo e vontade do povo brasileiro", afirmou.

A previsão não se concretizou. Depois de mais de um mês internado e diversas cirurgias, Tancredo foi declarado morto em 21 de abril daquele ano. 

 

Israel Medeiros
postado em 18/03/2025 03:55 / atualizado em 18/03/2025 09:50
x