
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) itiu que uma condenação no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado é “provável”. A Procuradoria-Geral da República apresentou uma denúncia contra Bolsonaro e mais 33 pessoas por traçar um plano para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023.
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Caso o Supremo Tribunal Federal (STF) aceite a denúncia, Bolsonaro e os aliados devem ser julgados na 1ª Turma da Corte. Em entrevista ao jornalista Léo Dias, Bolsonaro comentou sobre o possível julgamento. "Se você analisar uma turma com a outra, essa turma que eu estou, tem um apelido, né? Câmara de gás. Entrou ali...", disse.
A Primeira Turma do STF é formada por cinco ministros — Luiz Fux, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Alexandre de Moraes.
Bolsonaro é acusado de crimes como organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.
“O senhor pode ar 40 anos presos”, disse o jornalista Léo Dias na entrevista. Bolsonaro completou: "Quarenta anos, não. Morrer na cadeia. Eu não vou viver mais (do que isso)"
Questionado se tem medo de um futuro na prisão, Bolsonaro declarou que “para algumas pessoas, não interessa eu preso, interessa eu morto".
Mauro Cid foi "torturado" em delação
Jair Bolsonaro afirmou que o tenente-coronel Mauro Cid, que atuava como ajudante de ordens dele, foi “torturado” para delatá-lo nas investigações do inquérito que apura a tentativa de golpe de Estado.
“Ele (Cid) foi torturado. O vídeo (do depoimento com Alexandre de Moraes), se você ver… O que é pela lei uma delação premiada? Você começa a firmar a sua qualificação e termina a filmagem quando tá encerrado. Meus advogados pediram (o ao depoimento), ele (Cid) esteve 11 vezes depondo, pedimos todos os vídeos do começo ao fim, sem cortar. Em todos esses vídeos, você vê o ‘dono do inquérito’ falando: ‘Você tem um pai, uma mãe, uma filha’, (é) tortura, tortura psicológica”, disse.
“Cid foi obrigado a falar certas coisas, e eu me coloco no lugar dele”, diz Bolsonaro.
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Pedro Grigori
Subeditor do Correio BrazilienseTrabalhou por quatro anos com reportagens investigativas de política e meio ambiente na Agência Pública. Ganhador do Prêmio CNT de Jornalismo em 2018 e 2023, e com menções honrosas no Prêmio da OMS/ICFJ, Prêmio Caesari, Prêmio de Direitos Humanos e CNH In