Direitos Humanos

Ministro aciona AGU contra Nikolas Ferreira por fake news de banheiros unissex

No Twitter, o ministro Sílvio disse que "Quem usa a mentira como meio de fazer política, incentiva o ódio contra minorias e não se comporta de modo republicano tem que ser tratado com os rigores da lei. É assim que vai ser"

Nas redes sociais, Nikolas divulgou vídeos onde afirmava que a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Nas redes sociais, Nikolas divulgou vídeos onde afirmava que a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "instituiu" banheiros unissex nas escolas brasileiras - (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
postado em 23/09/2023 16:34

O ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos e da Cidadania) acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) ontem (22/9) contra os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e Filipe Barros (PL-PR) pela divulgação de fake news sobre a obrigatoriedade de banheiro unissex no Brasil.

Nas redes sociais, os parlamentares bolsonaristas divulgaram vídeos onde afirmavam que a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "instituiu" banheiros unissex nas escolas brasileiras. As publicações geraram polêmica e foram repercutidas por outros atores políticos, como o senador Sergio Moro (União-PR).

No Twitter, o ministro Sílvio disse que "Quem usa a mentira como meio de fazer política, incentiva o ódio contra minorias e não se comporta de modo republicano tem que ser tratado com os rigores da lei. É assim que vai ser".

Em referência ao senador Sergio Moro e ao deputado cassado Arthur do Val, Almeida diz que também serão tomadas providências contra eles.

Nikolas rebateu Silvio Almeida de que "o teatro agrada a bolha, mas não muda a hipocrisia atrás das cortinas".

Entenda o caso

Nesta sexta-feira (22/9), a pasta de Sílvio publicou no Diário Oficial uma resolução que estabelece parâmetros para a garantia das condições de o e permanência de pessoas travestis, mulheres e homens transexuais, e pessoas transmasculinas e não binárias — e todas aquelas que tenham sua identidade de gênero não reconhecida em diferentes espaços sociais — nos sistemas e instituições de ensino.

Em nota, informou que, diferente do que está sendo propagado por peças de desinformação, o documento não possui caráter legal ou de obrigatoriedade e nem cita banheiros unissex. "Também não há decreto, ordem emanada de autoridade superior que determine o cumprimento de resolução sobre o tema. A resolução apenas formula orientações quanto ao reconhecimento institucional da identidade de gênero e sua operacionalização", apontou.

"O que a resolução aponta é a garantia de uso de banheiros, vestiários e demais espaços onde haja uso de acordo com gênero de acordo com a identidade e/ou expressão de gênero de cada estudante. O documento também se ocupa de medidas que minimizem o risco de violência e discriminações, dentre elas a adoção de banheiros de uso individual, independente de gênero, para além dos já existentes masculinos e femininos nos espaços públicos", complementou.

A resolução do MDHC estende as orientações aos casos de alunos menores de idade. De acordo com o documento, as instituições devem explicações registradas por escrito aos pais e responsáveis legais nos casos de negativa da garantia do uso do nome social e/ou da liberdade de identidade e expressão de gênero junto à instituição de ensino. A resolução também orienta pais e responsáveis legais pela efetivação de denúncia junto aos órgãos de proteção de crianças e adolescentes nessas eventualidades.

A orientação também se aplica aos processos de o às Instituições de Ensino, tais como concursos, inscrições, entre outros, tanto para as atividades de ensino regular ofertadas continuamente quanto para atividades eventuais.

Em nota, a AGU apontou que os deputados divulgaram informações "deliberadamente falsas" e que determinou à Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD) que analise o caso para a tomada de todas as medidas extrajudiciais e, eventualmente, judiciais cabíveis.

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