Agência Estado
postado em 26/05/2021 23:12

(crédito: EDMAR BARROS/FUTURA PRESS)
O vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida (PSDB), comemorou nesta quarta-feira, 26, a convocação do governador do Estado, Wilson Lima (PSC), para prestar depoimento na I da Covid no Senado Federal. A relação dos dois azedou em meio às investigações de corrupção que atingem a gestão amazonense na pandemia.
"Será uma excelente oportunidade para tornar ainda mais evidentes as ações do próprio governador que resultaram no verdadeiro desastre que atingiu o Estado", disse o vice.
Wilson Lima está entre os nove governadores chamados para interrogatório pelos senadores. A crise de desabastecimento de oxigênio hospitalar em Manaus é um dos pontos de interesse da comissão parlamentar, que apura se houve omissão do governo federal no enfrentamento da crise sanitária.
A declaração do vice-governador vem após Wilson Lima exonerar 20 servidores subordinados ao gabinete dele. Almeida promete entrar com ação na Justiça contra a iniciativa, que classificou como 'tentativa de intimidação', e defende o afastamento do governador - o que o colocaria no comando do Estado.
"Urge um pedido de medida cautelar para que o governador, apontado pela Polícia Federal como líder de organização criminosa, pare de praticar atos que podem e devem ser enquadrados no art. 312 do Código de Processo Penal", afirma o vice, que foi acusado ao lado de Wilson Lima por participação em supostos desvios para compra de respiradores e também está sendo processado sob suspeita de irregularidades no contrato de gestão de uma UPA e do hospital referência no tratamento da covid-19 em Manaus.
Governador e vice negam irregularidades.
COM A PALAVRA, O GOVERNADOR WILSON LIMA
A reportagem entrou em contato com a assessoria do governador e, até a publicação desta matéria, ainda aguardava uma resposta.
LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DO VICE-GOVERNADOR DO AMAZONAS:
A convocação do governador do Amazonas, Wilson Lima, na I da Covid, será uma excelente oportunidade para tornar ainda mais evidentes as ações do próprio governador que resultaram no verdadeiro desastre que atingiu o Estado. Uma catástrofe persistente provocada pela má gestão e pela falta de compromisso pessoal do chefe do Executivo com a população.
Nos últimos dias fui vítima de atos de intimidação, como a violação do meu gabinete e a exoneração de minha equipe, inclusive seguranças, mas reitero que não serei calado ou impedido de seguir firme no combate à corrupção e aos quadrilheiros que, segundo a Justiça, tomaram de assalto o Amazonas. Os gestos realizados pelo governador apenas demonstram seu total desespero diante da queda iminente, e comprovam que os anseios da população não são uma prioridade no momento.
Ainda assim, comunico que todas as medidas judiciais cabíveis serão tomadas ante à violação de minhas garantias constitucionais. Urge um pedido de medida cautelar para que o governador, apontado pela Polícia Federal como líder de organização criminosa, pare de praticar atos que podem e devem ser enquadrados no art. 312 do Código de Processo Penal.
Nenhum governante, mesmo que fraco e rendido, tem autoridade para rasgar o texto da Constituição e sobrepor interesses pessoais em detrimento da vontade popular. O mandato outorgado por meus eleitores exige responsabilidade e compromisso total. Não descansarei enquanto não ocorrer o afastamento daqueles que destroem e tratam com indiferença o próprio povo. Pelo bem e para o bem de todos os amazonenses.
Carlos Almeida Filho - Vice-governador do Amazonas
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