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Formação inicial de professores precisa se conectar à realidade escolar 134561
Artigo

Formação inicial de professores precisa se conectar à realidade escolar 28d5f

Novas diretrizes para estágios propõem integrar teoria, prática e contexto no desenvolvimento dos futuros docentes 5d2462

MARIANA BREIM, Diretora de Políticas Educacionais do Instituto Península

Ensinar é um dos trabalhos mais importantes e complexos que alguém pode escolher. Lidar com uma sala de aula repleta de alunos com histórias, ritmos e interesses diversos exige muito mais do que domínio de conteúdo, requer um profissional capaz de aplicar esse saber de forma flexível e se adaptar a diferentes realidades.

É preciso, portanto, que a formação inicial de professores articule conhecimento acadêmico, experiência em sala de aula e contexto educacional para preparar os futuros docentes para os desafios da profissão. Essa integração tem sido a base de uma abordagem cada vez mais valorizada internacionalmente: a formação centrada na prática.

Nesse cenário, o estágio supervisionado assume um papel essencial, funcionando como elo entre o que se aprende nos cursos de licenciatura e o que se vivencia nas escolas. É um momento em que se moldam valores, práticas e expectativas que acompanham o professor ao longo da sua trajetória profissional.

No Brasil, cerca de 250 mil estudantes concluem cursos de formação de professores todos os anos. A maioria desses profissionais ingressa na rede pública, que concentra 77% dos mais de 2 milhões de docentes da educação básica. Ou seja, investir na qualidade da formação prática desses futuros professores é uma forma direta de fortalecer a educação pública e, consequentemente, melhorar a aprendizagem de milhões de estudantes.  

Apesar disso, ainda estamos longe de explorar todo o potencial do estágio na formação docente. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que ao menos 66% dos estudantes de licenciatura não cumprem as 400 horas de estágio obrigatório — carga considerada mínima para garantir uma vivência significativa. Na prática, isso significa que a maioria entra na carreira com pouca ou nenhuma experiência real em sala de aula. 

Mais preocupante ainda é a qualidade dessas experiências. Com frequência, o estágio é reduzido à simples observação iva de aulas, sem que o estudante tenha a oportunidade de refletir e discutir de maneira crítica e aprofundada junto aos professores mais experientes. Em outros casos, o estágio se torna, equivocadamente, a substituição do professor titular, sem momentos de planejamento, acompanhamento e orientação por parte de um professor supervisor. 

Trata-se de uma oportunidade duplamente desperdiçada: tanto para quem está em formação quanto para as próprias escolas, que poderiam se beneficiar do diálogo com as universidades e da construção conjunta de soluções para seus desafios cotidianos.

Com o objetivo de enfrentar esses problemas, o Conselho Nacional de Educação (CNE) abriu, em março, uma consulta pública sobre a proposta de novas Diretrizes Nacionais para o planejamento e a realização do Estágio Curricular Supervisionado nos cursos de formação inicial de professores da educação básica.  

A proposta representa um avanço importante ao apontar para cursos de formação mais conectados com a realidade das escolas. Ela propõe condições para que o estágio seja, de fato, uma experiência formativa — e não apenas uma exigência burocrática. Destaca ainda a valorização dos professores que atuam como orientadores de estágio, com critérios claros para sua seleção e formação, e a garantia de que todos os estudantes tenham o a vivências significativas, diversas e bem estruturadas. Essas experiências devem ser organizadas em atividades formativas com devolutivas qualificadas, que promovam o desenvolvimento das competências profissionais dos licenciandos e rompam com a lógica do estágio entendido como mera observação ou regência de aula.  

Valorizar o estágio é reconhecer que ser professor começa muito antes da primeira aula. A nova proposta convida à superação de uma concepção fragmentada da formação docente. Em vez de etapas desconectadas, ela sugere um percurso integrado, no qual o estudante aprende não apenas sobre o ensino, mas com e a partir dele — numa construção coletiva de saberes que fortalece sua identidade profissional desde a graduação.

Se aprovada, a diretriz que aprimora o estágio em cursos de licenciatura poderá contribuir de forma decisiva para que os futuros educadores cheguem às salas de aula mais preparados, mais confiantes e mais comprometidos com a aprendizagem de seus alunos. 

 


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