{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/opiniao/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/opiniao/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/opiniao/", "name": "Opinião", "description": "Leia editoriais e artigos sobre fatos importantes do dia a dia com a visão do Correio e de articulistas selecionados ", "url": "/opiniao/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/opiniao/2024/10/6975390-educacao-climatica-governador-de-sao-paulo-vetando-o-futuro.html", "name": "Educação climática: governador de São Paulo vetando o futuro", "headline": "Educação climática: governador de São Paulo vetando o futuro", "description": "", "alternateName": "Opinião ", "alternativeHeadline": "Opinião ", "datePublished": "2024-10-29T06:00:00Z", "articleBody": "<p class="texto"><strong>Domingos de Jesus Rodrigues</strong><span class="gmail_default"> — </span>Professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e integrante do Centro de Conhecimento em Biodiversidade</p> <p class="texto">Não olhe para cima! Assim nos diz o recente filme <em>Don't look up</em>, dirigido pelo Adam McKay, sobre o negacionismo diante da catástrofe iminente. No Brasil, poderíamos acrescentar também não olhe para o agravamento das secas no Pantanal, para as inundações no Rio Grande do Sul, para a desesperadora situação dos outrora pujantes rios amazônicos. Ignorem o perigo de novos surtos de zoonoses, como a hantavirose, que matou várias pessoas inclusive no estado de São Paulo. Ignorem a desertificação na Caatinga e a destruição do Cerrado, nosso berço das águas. Esqueçam as nossas praias e cidades costeiras que estão desaparecendo com o avanço do mar. Finjam que não houve queimadas desenfreadas pelo Brasil este ano, e que elas não afetaram a qualidade do ar e de vida de grande parte da população do país. Nada disso está acontecendo! Foi essa mensagem surreal e irresponsável, digna do filme homônimo de Hollywood, que ou, neste mês, o governador de São Paulo ao vetar um projeto aprovado pela Assembleia Legislativa do estado que previa a inclusão da educação climática nas escolas públicas.</p> <ul> <li><strong>Leia também: </strong><a href="/opiniao/2024/10/6975416-barra-68-sem-perder-a-ternura.html">Barra 68 — Sem perder a ternura</a></li> </ul> <p class="texto">Infelizmente, e fugindo do que se espera de um mandatário do Estado brasileiro com o maior Produto Interno Bruto (PIB), mais industrializado e com o maior número de cientistas, o governador de São Paulo errou. E errou feio! Conforme os cientistas vêm alertando ao longo das últimas quatro décadas, os desastres naturais no Brasil e no mundo, como enchentes, secas severas e queimadas, são cada vez mais frequentes e intensos, resultado direto das mudanças climáticas. Essas mudanças causam perdas de vidas e prejuízos econômicos gigantescos, fruto do uso equivocado da terra, que aumenta a vulnerabilidade ambiental a tais eventos extremos. As previsões atuais indicam que os eventos extremos irão se tornar "o novo normal", uma realidade imposta pelas mudanças climáticas. Mesmo diante das evidências científicas claras e das catástrofes ambientais cada vez mais frequentes, muitos políticos continuam a ignorar ou mesmo negar o problema. Esse negacionismo sabota a capacidade do país de preparar as futuras gerações para enfrentar esses desafios, além de perpetuar e ampliar a maior crise ambiental e social que nosso país e planeta vivenciou nos tempos históricos.</p> <p class="texto">O veto ao Projeto de Lei nº 80, de 2023, revela um total desprezo pela ciência e pela educação, uma falta de compromisso com a formação crítica dos jovens e um descaso preocupante com o futuro de São Paulo, do país e do próprio planeta. Ao impedir a inclusão formal de temas fundamentais, como o aquecimento global e suas consequências, no currículo das escolas de São Paulo, limita-se o desenvolvimento de uma cidadania mais consciente e engajada. Sem compreender a existência e a raiz desses problemas, a próxima geração não é estimulada a pensar em soluções criativas, e muito menos repensar suas atitudes e comportamento como cidadãos.</p> <ul> <li><strong>Leia também: </strong><a href="/opiniao/2024/10/6975443-quem-tem-medo-da-inteligencia-artificial.html">Quem tem medo da inteligência artificial?</a></li> </ul> <p class="texto">Esse tipo de postura reflete uma visão limitada, anacrônica e perigosa. Enquanto outros países avançam na conscientização ambiental com ações concretas e discussões nacionais, o Brasil se vê preso a debates retrógrados, ignorando e negando o que está à vista de todos. É um caminho que não só agrava as consequências de desastres futuros, mas também deixará as gerações mais jovens ainda mais vulneráveis.</p> <p class="texto">Será que estamos prontos para assumir o protagonismo nas discussões sobre mudanças climáticas e transição energética? Será que esse tipo de atitude não atrapalha nossa entrada na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)? Está na hora de deixar de lado diferenças mundanas oriundas de cálculos políticos mesquinhos e míopes. É preciso levantar a cabeça e olhar para o futuro. Chega de olhar para baixo e ignorar o óbvio!</p> <p class="texto"> <div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/opiniao/2024/10/6973405-economia-do-cuidado-um-pilar-para-a-justica-social.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/10/25/pri_2710_opini-41002686.jpg?20241026163338" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Opinião</strong> <span>Economia do cuidado: um pilar para a justiça social</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/opiniao/2024/10/6973330-visao-do-correio-seguranca-publica-do-rio-de-janeiro-entra-em-colapso.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/10/25/09-41001127.jpg?20241025211341" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Opinião</strong> <span>Visão do Correio: Segurança pública do Rio de Janeiro entra em colapso</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/opiniao/2024/10/6970530-pressao-leva-comissao-europeia-a-adiar-regulamentacao-sobre-desmatamento.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/05/04/50927544691_a86ea26678_k-6639620.jpg?20241022171503" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Opinião</strong> <span>Pressão leva Comissão Europeia a adiar regulamentação sobre desmatamento</span> </div> </a> </li> </ul> </div><br /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/12/21/1200x800/1_pri_2212_opiniao-7245254.jpg?20241028183241?20241028183241", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/12/21/1000x1000/1_pri_2212_opiniao-7245254.jpg?20241028183241?20241028183241", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/12/21/800x600/1_pri_2212_opiniao-7245254.jpg?20241028183241?20241028183241" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Opinião", "url": "/autor?termo=opiniao" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 1r4l68

Educação climática 1g4l5f governador de São Paulo vetando o futuro
Opinião

Educação climática: governador de São Paulo vetando o futuro 27105

Ao impedir a inclusão formal de temas fundamentais, como o aquecimento global e suas consequências, no currículo das escolas de São Paulo, limita-se o desenvolvimento de uma cidadania mais consciente e engajada 1b4d2a

Domingos de Jesus Rodrigues — Professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) e integrante do Centro de Conhecimento em Biodiversidade

Não olhe para cima! Assim nos diz o recente filme Don't look up, dirigido pelo Adam McKay, sobre o negacionismo diante da catástrofe iminente. No Brasil, poderíamos acrescentar também não olhe para o agravamento das secas no Pantanal, para as inundações no Rio Grande do Sul, para a desesperadora situação dos outrora pujantes rios amazônicos. Ignorem o perigo de novos surtos de zoonoses, como a hantavirose, que matou várias pessoas inclusive no estado de São Paulo. Ignorem a desertificação na Caatinga e a destruição do Cerrado, nosso berço das águas. Esqueçam as nossas praias e cidades costeiras que estão desaparecendo com o avanço do mar. Finjam que não houve queimadas desenfreadas pelo Brasil este ano, e que elas não afetaram a qualidade do ar e de vida de grande parte da população do país. Nada disso está acontecendo! Foi essa mensagem surreal e irresponsável, digna do filme homônimo de Hollywood, que ou, neste mês, o governador de São Paulo ao vetar um projeto aprovado pela Assembleia Legislativa do estado que previa a inclusão da educação climática nas escolas públicas.

Infelizmente, e fugindo do que se espera de um mandatário do Estado brasileiro com o maior Produto Interno Bruto (PIB), mais industrializado e com o maior número de cientistas, o governador de São Paulo errou. E errou feio! Conforme os cientistas vêm alertando ao longo das últimas quatro décadas, os desastres naturais no Brasil e no mundo, como enchentes, secas severas e queimadas, são cada vez mais frequentes e intensos, resultado direto das mudanças climáticas. Essas mudanças causam perdas de vidas e prejuízos econômicos gigantescos, fruto do uso equivocado da terra, que aumenta a vulnerabilidade ambiental a tais eventos extremos. As previsões atuais indicam que os eventos extremos irão se tornar "o novo normal", uma realidade imposta pelas mudanças climáticas. Mesmo diante das evidências científicas claras e das catástrofes ambientais cada vez mais frequentes, muitos políticos continuam a ignorar ou mesmo negar o problema. Esse negacionismo sabota a capacidade do país de preparar as futuras gerações para enfrentar esses desafios, além de perpetuar e ampliar a maior crise ambiental e social que nosso país e planeta vivenciou nos tempos históricos.

O veto ao Projeto de Lei nº 80, de 2023, revela um total desprezo pela ciência e pela educação, uma falta de compromisso com a formação crítica dos jovens e um descaso preocupante com o futuro de São Paulo, do país e do próprio planeta. Ao impedir a inclusão formal de temas fundamentais, como o aquecimento global e suas consequências, no currículo das escolas de São Paulo, limita-se o desenvolvimento de uma cidadania mais consciente e engajada. Sem compreender a existência e a raiz desses problemas, a próxima geração não é estimulada a pensar em soluções criativas, e muito menos repensar suas atitudes e comportamento como cidadãos.

Esse tipo de postura reflete uma visão limitada, anacrônica e perigosa. Enquanto outros países avançam na conscientização ambiental com ações concretas e discussões nacionais, o Brasil se vê preso a debates retrógrados, ignorando e negando o que está à vista de todos. É um caminho que não só agrava as consequências de desastres futuros, mas também deixará as gerações mais jovens ainda mais vulneráveis.

Será que estamos prontos para assumir o protagonismo nas discussões sobre mudanças climáticas e transição energética? Será que esse tipo de atitude não atrapalha nossa entrada na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)? Está na hora de deixar de lado diferenças mundanas oriundas de cálculos políticos mesquinhos e míopes. É preciso levantar a cabeça e olhar para o futuro. Chega de olhar para baixo e ignorar o óbvio!

 


Mais Lidas 2y6064