{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/opiniao/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/opiniao/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/opiniao/", "name": "Opinião", "description": "Leia editoriais e artigos sobre fatos importantes do dia a dia com a visão do Correio e de articulistas selecionados ", "url": "/opiniao/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/opiniao/2022/09/5036904-visao-do-correio-agressividade-vai-de-casa-a-politica.html", "name": "Visão do Correio: Agressividade vai de casa à política", "headline": "Visão do Correio: Agressividade vai de casa à política", "description": "", "alternateName": "EDITORIAL", "alternativeHeadline": "EDITORIAL", "datePublished": "2022-09-15-0306:00:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">As agressões à jornalista Vera Magalhães, em dois debates eleitorais entre presidenciáveis e entre postulantes ao governo de São Paulo, ressaltam flagrante desrespeito à mulher no país. Nas duas ocasiões, Vera foi rotulada de "vergonha do jornalismo brasileiro", por cumprir a principal função de fazer perguntas consideradas inadequadas ou desagradáveis na compreensão dos participantes. Nesta terça-feira, na TV Cultura, a cena protagonizada pelo deputado estadual Douglas Garcia (Republicano-SP), que realçou o desprezo dele e de muitos outros que ocupam cargos públicos, levados pelo voto popular, contra os profissionais da imprensa.</p> <p class="texto">Além de acusá-la de ter um contrato de valor estratosférico, o deputado paulista, repetidas vezes, afirmou que Vera Magalhães envergonha a categoria, entre ofensas desprovidas de qualquer rebate na realidade. O inadequado comportamento do parlamentar, em campanha para chegar à Câmara Federal, é um retrato do machismo reinante na sociedade brasileira, que tem vitimado milhares de mulheres com agressões morais, psicológicas, físicas e atitudes letais. Ele seria tão agressivo se não fosse uma mulher?</p> <p class="texto">O deplorável episódio, criticado até por correligionários do deputado estadual, é mais um que se soma a 357 casos de agressões a jornalistas nos primeiros sete meses deste ano. Deste total, 291 foram alertas de violações da liberdade de imprensa — 15,5% a mais do que em igual intervalo de tempo do ano ado —, que implicam críticas, estigmas, processos legais, restrições na internet e no o à informação e uso abusivo do poder estatal. Deste total, 66 — aumento de 69,2% na comparação a igual período de 2021 — foram atos graves de violência, que implicaram agressões físicas, destruição de equipamentos, ameaças e assassinatos, segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).</p> <p class="texto">Na política, foi preciso editar a Lei 14.192/2021, que impõe regras para prevenir e combater a violência política contra a mulher. Mais uma medida para garantir igualdade de condições na disputa pelos cargos eletivos. A nova lei, que será testada este ano, criminaliza comportamentos e ações que depreciam ou estimulam a discriminação em razão do sexo feminino ou em relação a cor, raça ou etnia — atrasos que edificavam barreiras ao ingresso das mulheres na disputa política.</p> <p class="texto">Os maus exemplos das autoridades — há exceções — espelham a má educação e a péssima formação que reforçam práticas de violências cotidianas contra o universo feminino. Na maioria das vezes, os homens não assumem o ato danoso contra as mulheres, mesmo quando se trata de agressões físicas. O estudo Percepções sobre controle, assédio e violência doméstica: vivências e práticas, realizado pelo Instituto Patrícia Galvão e o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), entrevistou 800 homens e 400 mulheres em todo o país. Foi constatado que só dois em cada 10 item que agrediram a atual ou ex-parceira. A maioria deles entende que a Lei Maria da Penha contribuiu para a redução da violência, enquanto 16% reconhecem que bater em mulher pode ser errado, mas não deveria ser crime, e 23% entendem que a lei estimula o desrespeito delas aos homens. E o respeito à mulher, como fica?</p> <p class="texto">Em 49% dos homens com 60 anos ou mais e 41% com o ensino fundamental, a lei interfere na relação privada do casal. Entre os homens, só 5% reconhecem que praticaram assédio, embora 45% das mulheres tenham denunciado que tiveram o corpo tocado em local público, sem que tenham consentido.</p> <p class="texto">Em todas as situações, está evidente que o machismo e a violência, nas suas mais diferentes formas de externalidade precisam ser combatidos. As mudanças na sociedade não se dão apenas com a aprovação de leis. O respeito às mulheres, a equidade de gênero e a transformação das formas relacionamento exigem acato e reconhecimento das diferenças. Tais valores civilizatórios capazes de alterar o perfil violento da sociedade dependem muito da formação educacional dos indivíduos, desde do ambiente doméstico até a escola. Sem educação e boa formação, fica difícil sair do patamar da truculência e elevar o nível da política no país.</p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "", "", "" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Correio Braziliense", "url": "/autor?termo=correio-braziliense" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correiobraziliense5378" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "http://concursos.correioweb.com.br/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 203w7

Visão do Correio 2n5d3t Agressividade vai de casa à política
EDITORIAL

Visão do Correio: Agressividade vai de casa à política 4k2533

1u4i4a

As agressões à jornalista Vera Magalhães, em dois debates eleitorais entre presidenciáveis e entre postulantes ao governo de São Paulo, ressaltam flagrante desrespeito à mulher no país. Nas duas ocasiões, Vera foi rotulada de "vergonha do jornalismo brasileiro", por cumprir a principal função de fazer perguntas consideradas inadequadas ou desagradáveis na compreensão dos participantes. Nesta terça-feira, na TV Cultura, a cena protagonizada pelo deputado estadual Douglas Garcia (Republicano-SP), que realçou o desprezo dele e de muitos outros que ocupam cargos públicos, levados pelo voto popular, contra os profissionais da imprensa.

Além de acusá-la de ter um contrato de valor estratosférico, o deputado paulista, repetidas vezes, afirmou que Vera Magalhães envergonha a categoria, entre ofensas desprovidas de qualquer rebate na realidade. O inadequado comportamento do parlamentar, em campanha para chegar à Câmara Federal, é um retrato do machismo reinante na sociedade brasileira, que tem vitimado milhares de mulheres com agressões morais, psicológicas, físicas e atitudes letais. Ele seria tão agressivo se não fosse uma mulher?

O deplorável episódio, criticado até por correligionários do deputado estadual, é mais um que se soma a 357 casos de agressões a jornalistas nos primeiros sete meses deste ano. Deste total, 291 foram alertas de violações da liberdade de imprensa — 15,5% a mais do que em igual intervalo de tempo do ano ado —, que implicam críticas, estigmas, processos legais, restrições na internet e no o à informação e uso abusivo do poder estatal. Deste total, 66 — aumento de 69,2% na comparação a igual período de 2021 — foram atos graves de violência, que implicaram agressões físicas, destruição de equipamentos, ameaças e assassinatos, segundo a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).

Na política, foi preciso editar a Lei 14.192/2021, que impõe regras para prevenir e combater a violência política contra a mulher. Mais uma medida para garantir igualdade de condições na disputa pelos cargos eletivos. A nova lei, que será testada este ano, criminaliza comportamentos e ações que depreciam ou estimulam a discriminação em razão do sexo feminino ou em relação a cor, raça ou etnia — atrasos que edificavam barreiras ao ingresso das mulheres na disputa política.

Os maus exemplos das autoridades — há exceções — espelham a má educação e a péssima formação que reforçam práticas de violências cotidianas contra o universo feminino. Na maioria das vezes, os homens não assumem o ato danoso contra as mulheres, mesmo quando se trata de agressões físicas. O estudo Percepções sobre controle, assédio e violência doméstica: vivências e práticas, realizado pelo Instituto Patrícia Galvão e o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), entrevistou 800 homens e 400 mulheres em todo o país. Foi constatado que só dois em cada 10 item que agrediram a atual ou ex-parceira. A maioria deles entende que a Lei Maria da Penha contribuiu para a redução da violência, enquanto 16% reconhecem que bater em mulher pode ser errado, mas não deveria ser crime, e 23% entendem que a lei estimula o desrespeito delas aos homens. E o respeito à mulher, como fica?

Em 49% dos homens com 60 anos ou mais e 41% com o ensino fundamental, a lei interfere na relação privada do casal. Entre os homens, só 5% reconhecem que praticaram assédio, embora 45% das mulheres tenham denunciado que tiveram o corpo tocado em local público, sem que tenham consentido.

Em todas as situações, está evidente que o machismo e a violência, nas suas mais diferentes formas de externalidade precisam ser combatidos. As mudanças na sociedade não se dão apenas com a aprovação de leis. O respeito às mulheres, a equidade de gênero e a transformação das formas relacionamento exigem acato e reconhecimento das diferenças. Tais valores civilizatórios capazes de alterar o perfil violento da sociedade dependem muito da formação educacional dos indivíduos, desde do ambiente doméstico até a escola. Sem educação e boa formação, fica difícil sair do patamar da truculência e elevar o nível da política no país.

Saiba Mais 2h1b4e