
Após o anúncio do novo pontífice, escolhido nesta quinta (8/8), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, parabenizou o cardeal Robert Francis Prevost pela nomeação e afirmou que quer conhecê-lo. Entretanto, Leão XIV já fez críticas ao governo do norte-americano.
Prevost é um profundo conhecedor da América Latina e defensor declarado dos pobres e vulneráveis. Nascido em Chicago, as primeiras palavras do cardeal como papa defenderam uma “Igreja sinodal”, missionária e próxima dos que mais sofrem. Ele ainda fez uma referência ao Peru, e não aos EUA — reflexo de sua dupla cidadania e longa atuação missionária no país.
Apesar da nacionalidade norte-americana, Prevost sempre se posicionou contra as políticas de Trump. Criticou o atual vice-presidente JD Vance ao compartilhar um artigo do National Catholic Reporter intitulado JD Vance está errado: Jesus não nos pede que classifiquemos nosso amor pelos outros.
Leão também publicou uma carta do papa Francisco criticando a política migratória do governo Trump — o que gerou reação da Casa Branca. Nas redes sociais, questionou a visita de Nayib Bukele, presidente de El Salvador, aos EUA e condenou uma deportação de imigrante irregular.
Apesar das divergências, Vance parabenizou Leão XIV: “Tenho certeza de que milhões de católicos americanos e outros cristãos orarão por seu trabalho bem-sucedido na liderança da Igreja. Que Deus o abençoe!”
Em outubro de 2024, Prevost declarou ao Vatican News: “Um bispo não deve ser um pequeno príncipe sentado em seu reino, mas, sim, chamado autenticamente a ser humilde, a estar perto das pessoas a quem serve, a caminhar com elas e a sofrer com elas.”
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Embora seja mais tradicional em temas dogmáticos do que Francisco, Leão XIV adota posturas progressistas, especialmente na inclusão de grupos marginalizados. Um marco nesse sentido foi a participação do novo papa na reforma que permitiu que mulheres votassem na escolha de bispos. No início de 2025, Francisco o nomeou para o posto mais alto entre os cardeais – gesto visto por muitos como um sinal de que desejava vê-lo como sucessor.
Segundo o The New York Times, Prevost já criticou a imprensa por simpatizar com valores “em desacordo com o evangelho”, incluindo “o estilo de vida homossexual” e “famílias alternativas compostas por parceiros do mesmo sexo e seus filhos adotados”.
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