{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/mundo/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/mundo/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/mundo/", "name": "Mundo", "description": "Fique por dentro sobre o que acontece no mundo. Américas, Europa, África, Ásia, Oceania e Oriente Médio estão em destaque ", "url": "/mundo/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/mundo/2025/02/7053960-quem-e-mauricio-claver-carone-o-escolhido-por-trump-para-restaurar-ordem-na-america-latina.html", "name": "Quem é Mauricio Claver-Carone, o escolhido por Trump para 'restaurar ordem' na América Latina", "headline": "Quem é Mauricio Claver-Carone, o escolhido por Trump para 'restaurar ordem' na América Latina", "description": "", "alternateName": "GOVERNO TRUMP", "alternativeHeadline": "GOVERNO TRUMP", "datePublished": "2025-02-06T09:52:00Z", "articleBody": "<p class="texto">Há mais de um século, a <a href="https://correiobraziliense-br.rndiario.com/portuguese/topics/c7zp5znpxnyt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">América Latina</a> não era o primeiro destino de visita de um secretário de Estado norte-americano.</p> <p class="texto">Na visita oficial que começou sábado ado (01/02) pelo Panamá, o secretário de Estado <a href="https://correiobraziliense-br.rndiario.com/portuguese/articles/c9qle3pdr19o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Marco Rubio</a> — o primeiro de origem latina a ocupar o cargo — levou outro escolhido pelo presidente <a href="https://correiobraziliense-br.rndiario.com/portuguese/topics/cdr56r28jgvt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Donald Trump</a> para acompanhá-lo.</p> <p class="texto">Trata-se do advogado Mauricio Claver-Carone, de 49 anos. Como Rubio, ele também é de origem cubana e nasceu em Miami, no Estado americano da Flórida.</p> <p class="texto">Claver-Carone construiu aos poucos sua relação de confiança com o presidente durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), quando foi diretor de Assuntos para o Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional dos <a href="https://correiobraziliense-br.rndiario.com/portuguese/topics/cdr56r2r88wt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Estados Unidos</a>.</p> <p class="texto">Veterano em assuntos de política externa e conhecido principalmente pelas suas posições rígidas frente ao governo de <a href="https://correiobraziliense-br.rndiario.com/portuguese/topics/cxnyknqwqr3t?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Cuba</a>, Claver-Carone foi agora escolhido por Trump como enviado especial do Departamento de Estado para a América Latina. Sua missão é "restaurar a ordem" na região, segundo o presidente.</p> <p class="texto">"Nos últimos quatro anos, o caos e anarquia invadiram nossas fronteiras", escreveu Trump em sua rede Truth Social em dezembro, ao antecipar a nomeação. "Chegou a hora de restabelecer a ordem no nosso próprio hemisfério."</p> <p class="texto">"Mauricio conhece a região e sabe como priorizar os interesses dos Estados Unidos", acrescentou ele. "Ele também conhece as graves ameaças que enfrentamos com a imigração ilegal em massa e o fentanil."</p> <p class="texto">Trump destacou ainda que Claver-Carone trabalhará "incansavelmente para proteger o povo norte-americano".</p> <p class="texto">Empossado na nova função, Claver-Carone faz parte de uma equipe "muito enfocada na América Latina", chefiada pelo também cubano-americano e ex-senador pela Flórida, Marco Rubio.</p> <p class="texto">Sua missão será concretizar a deportação em massa prometida por Trump, lidar com a Venezuela de <a href="https://correiobraziliense-br.rndiario.com/portuguese/topics/c8y94y3dpdpt?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Nicolás Maduro</a> e tentar desacelerar a <a href="https://correiobraziliense-br.rndiario.com/portuguese/articles/ceqxzvv93dro?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">influência chinesa na região</a>.</p> <p class="texto">"Não existe região do mundo, seja por migração, segurança ou comércio, que afete mais a vida individual dos norte-americanos do que a América Latina", declarou ele em entrevista coletiva, na sexta-feira (31/01), antes do início da sua viagem oficial pela América Central e Caribe, que inclui visitas ao Panamá, El Salvador, Costa Rica, Guatemala e República Dominicana.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/aa01/live/02d2dc70-e3f9-11ef-a819-277e390a7a08.jpg" alt="Richard Grenell conversa com Nicolas Maduro, ao lado de bandeira dos EUA " width="800" height="449" /><footer>Reuters</footer> <figcaption>O enviado americano Richard Grenell se reuniu em 31/01 com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas.</figcaption> </figure> <p class="texto">Mas, antes mesmo da viagem, já estava clara a relevância da sua figura na política externa do novo governo.</p> <p class="texto">Apenas uma semana depois de assumir o cargo, Claver-Carone se posicionou como a voz dos Estados Unidos frente à Colômbia para solucionar a crise diplomática desencadeada no domingo anterior (26/01), quando o presidente do país, Gustavo Petro, rejeitou dois aviões militares americanos que levavam colombianos deportados. Assim, foi evitada uma guerra comercial entre os dois países.</p> <p class="texto">"Enviamos uma mensagem clara à região e ao mundo", destacou o enviado especial. "Quando há um acordo de boa fé com os Estados Unidos, ele é cumprido."</p> <h2>Da Casa Branca ao BID</h2> <p class="texto">Formado pelo Rollins College, na Flórida, com doutorado em Direito pela Universidade Católica da América e mestrado em Direito Internacional e Comparado pelo Centro de Direito da Universidade Georgetown, todas nos Estados Unidos, Claver-Carone começou a estabelecer vínculos com a ala mais rígida do Partido Republicano com um blog chamado Capitol Hill Cubans, criticando a política de abertura americana em relação a Cuba.</p> <p class="texto">Defensor do embargo comercial dos Estados Unidos e de outras severas políticas econômicas, destinadas a suspender o financiamento ao governo cubano, ele também dirigiu a organização Cuba Democracy Advocates, cujo propósito é influenciar a política externa americana.</p> <p class="texto">Foi naquela organização que ele consolidou sua posição de assessor em assuntos latino-americanos, dentro do universo republicano.</p> <p class="texto">Claver-Carone começou sua carreira como assessor legal para a Controladoria do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, durante o governo do presidente George W. Bush (2001-2009).</p> <p class="texto">Ele também foi diretor dos Estados Unidos no Fundo Monetário Internacional (FMI), quando ajudou o ex-presidente argentino Mauricio Macri (2015-2019) a conseguir um empréstimo de US$ 57 bilhões (cerca de R$ 329 bilhões, pelo câmbio atual) — o maior da história da organização.</p> <p class="texto">"Levamos o maior programa da história do Fundo Monetário para a Argentina. Se o programa foi mal istrado, se a Argentina não o executou corretamente ou se custou uma eleição, esta já é outra história", declarou Claver-Carone, em uma conferência virtual com o Conselho Chileno para Relações Internacionais, em 2020.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/b9c2/live/183ce2e0-e3f9-11ef-bd1b-d536627785f2.jpg" alt="Trump com bandeira dos EUA ao fundo" width="800" height="449" /><footer>Getty</footer> <figcaption>Com o ar dos anos, Claver-Carone ou a ser pessoa de confiança de Donald Trump.</figcaption> </figure> <p class="texto">Mas foi no primeiro mandato de Trump que seu nome adquiriu mais relevância.</p> <p class="texto">Em 2018, Claver-Carone foi nomeado responsável pelos assuntos do Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional e assessor especial do presidente.</p> <p class="texto">Naquela função, ele foi um dos principais agentes da elaboração da política dos Estados Unidos para a Venezuela, que decidiu pelo apoio ao então líder da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, em suas pretensões de chegar à presidência. O plano acabou quando Guaidó abandonou o país e Maduro consolidou o poder.</p> <p class="texto">Ainda assim, Claver-Carone pressionou como assessor para que fossem impostas fortes sanções à Venezuela e a Cuba. Ele justificou as medidas mencionando as "graves" violações de direitos humanos dos governos dos dois países.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/a735/live/2cf1f130-e3f9-11ef-a819-277e390a7a08.jpg" alt="Claver-Carone com imagem refletida no espelho" width="800" height="450" /><footer>Getty</footer> <figcaption>O novo enviado especial da Casa Branca foi desligado do BID em 2022.</figcaption> </figure> <p class="texto">Em 2020, impulsionado pelo próprio Trump, Claver-Carone foi nomeado presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que concede financiamento a longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e do Caribe.</p> <p class="texto">Sua nomeação não foi livre de críticas, por se tratar de um cargo historicamente reservado para a América Latina. Ele permaneceu no BID por dois anos e ficou marcado por um escândalo.</p> <p class="texto">Claver-Carone foi acusado de manter relacionamento com sua chefe de gabinete, Jessica Bedoya. Eles já haviam trabalhado juntos no Conselho de Segurança da Casa Branca e Bedoya foi favorecida por promoções. Claver-Carone foi forçado a renunciar por ter violado o código de ética da instituição.</p> <p class="texto">Ele foi o primeiro presidente da história do BID a ser demitido. Claver-Carone sempre negou o relacionamento e declarou mais de uma vez que foi vítima de uma campanha de difamação.</p> <p class="texto">"No afã das elites arraigadas para prejudicar minha liderança e reputação, bem como a do meu pessoal, o Banco não agiu como uma instituição baseada em normas", defendeu-se ele, pouco mais de dois anos atrás.</p> <p class="texto">Após sua saída do BID, Claver-Carone trabalhou em um fundo de capital privado de investimentos do Oriente Médio para a América Latina, segundo a plataforma de notícias especializada em economia Bloomberg.</p> <p class="texto">Agora, ele volta à Casa Branca para ajudar a definir a estratégia dos Estados Unidos na América Latina.</p> <p class="texto">"A nomeação de Claver-Carone representa a ala mais rígida da equipe que acompanha o presidente Trump", declarou à BBC News Mundo — o serviço em espanhol da BBC — um ex-embaixador que conhece de perto o advogado.</p> <h2>Olhar sobre a região</h2> <p class="texto">Antes da viagem pela América Central, sua agenda começou na última sexta-feira (31/01), com a reunião do enviado para missões especiais do governo Trump, Richard Grenell, com o presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas.</p> <p class="texto">"Não será uma negociação", adiantou Claver-Carone, horas antes do encontro.</p> <p class="texto">"É uma visita para transmitir uma mensagem inequívoca sobre dois pontos: os criminosos venezuelanos, incluindo os membros da (gangue) Tren de Aragua, serão devolvidos e é responsabilidade da Venezuela recebê-los; e os reféns norte-americanos devem ser liberados e regressar para os Estados Unidos", destacou ele.</p> <p class="texto">"Se estas duas exigências não forem cumpridas, haverá consequências. Não haverá negociação sobre o petróleo da Venezuela. O petróleo venezuelano não faz falta para os Estados Unidos. Não haverá quid pro quo."</p> <p class="texto">"Tenho um conselho para Maduro: que atenda às exigências porque, se não as cumprir, haverá consequências. Por isso, sugerimos que ele as considere uma oportunidade", declarou ele, deixando clara a forma de abordagem do seu governo em relação à Venezuela.</p> <p class="texto">A visita ocorreu conforme o programado e Grenell regressou para os Estados Unidos com seis cidadãos norte-americanos que estavam detidos em Caracas. Eles haviam sido acusados de "terrorismo" e de serem "mercenários" de alto perfil.</p> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/9839/live/3c916c60-e3f9-11ef-a819-277e390a7a08.jpg" alt="O presidente da Colômbia, Gustavo Petro" width="800" height="450" /><footer>Getty</footer> <figcaption>O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, se envolveu recentemente em imbróglio com Trump.</figcaption> </figure> <p class="texto">"A agenda de política externa do presidente Trump começa perto de casa", escreveu o secretário de Estado, Marco Rubio, em editorial publicado naquele mesmo dia pelo jornal The Wall Street Journal.</p> <p class="texto">"Mesmo quando as circunstâncias exigem firmeza, a visão do presidente para o hemisfério continua sendo positiva", prosseguiu Rubio. "Vemos uma região próspera, repleta de oportunidades."</p> <p class="texto">Claver-Carone também destacou as possibilidades de colaboração com os aliados na região, em temas como migração, segurança e comércio.</p> <p class="texto">"[Os presidentes de El Salvador, Costa Rica e República Dominicana] Bukele, Chaves e Abinader são os líderes com maior aprovação da região, devido ao sucesso da sua gestão", declarou ele, sobre a visita oficial. "São grandes aliados dos Estados Unidos e queremos consolidar e fortalecer estas relações."</p> <p class="texto">Mas alguns especialistas destacam que, na verdade, o governo Trump identifica na América Latina mais problemas do que benefícios.</p> <p class="texto">"Trump infantiliza a região", declarou o analista Juan Tokatlian à BBC News Mundo. "Ele a considera irrelevante para os Estados Unidos e, por sua vez, diz que ela deve se comportar de determinada maneira para merecer algo positivo."</p> <p class="texto">Para Tokatlian, o governo republicano observa a região com um olhar de que "não entende que suas ações podem prejudicar os Estados Unidos".</p> <p class="texto">Em última análise, o novo enviado especial do Departamento de Estado americano é um velho conhecido de Donald Trump. Ele procura impor uma grande dose de velocidade às relações com a América Latina, para colaborar com a construção do que o presidente anunciou como "a nova era de ouro" dos Estados Unidos.</p> <ul> <li><a href="https://correiobraziliense-br.rndiario.com/portuguese/articles/cjw48311vw5o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">Por que Brasil não foi (por enquanto) alvo de tarifas de Trump</a></li> <li><a href="https://correiobraziliense-br.rndiario.com/portuguese/articles/c627jkx8r2lo?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">A China realmente controla o Canal do Panamá, como diz Trump?</a></li> <li><a href="https://correiobraziliense-br.rndiario.com/portuguese/articles/cgly8005pg5o?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">O que visita de assessor de Trump à Venezuela e libertação de americanos indica sobre estratégia dos EUA com Maduro</a></li> </ul> <p class="texto"><img src="https://a1.api.bbc.co.uk/hit.xiti/?s=598346&p=portuguese.articles.c0e477erl17o.page&x1=%5Burn%3Abbc%3Aoptimo%3Aasset%3Ac0e477erl17o%5D&x4=%5Bpt-br%5D&x5=%5Bhttps%3A%2F%2Fcorreiobraziliense-br.rndiario.com%2Fportuguese%2Farticles%2Fc0e477erl17o%5D&x7=%5Barticle%5D&x8=%5Bsynd_nojs_ISAPI%5D&x9=%5BQuem+%C3%A9+Mauricio+Claver-Carone%2C+o+escolhido+por+Trump+para+%27restaurar+ordem%27+na+Am%C3%A9rica+Latina%5D&x11=%5B2025-02-06T12%3A51%3A56.326Z%5D&x12=%5B2025-02-06T12%3A51%3A56.326Z%5D&x19=%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D" /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/06/1200x801/1_ee6f4980_e3f8_11ef_a319_fb4e7360c4ec-46002057.jpg?20250206095227?20250206095227", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/06/1000x1000/1_ee6f4980_e3f8_11ef_a319_fb4e7360c4ec-46002057.jpg?20250206095227?20250206095227", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/06/800x600/1_ee6f4980_e3f8_11ef_a319_fb4e7360c4ec-46002057.jpg?20250206095227?20250206095227" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Ayelén Oliva - De Miami (EUA) para a BBC News Mundo", "url": "/autor?termo=ayelen-oliva---de-miami-(eua)-para-a-bbc-news-mundo" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } u6kq

Quem é Mauricio Claver 451a1f Carone, o escolhido por Trump para 'restaurar ordem' na América Latina
GOVERNO TRUMP

Quem é Mauricio Claver-Carone, o escolhido por Trump para 'restaurar ordem' na América Latina 2g4a70

Veterano em assuntos de política externa e conhecido pelas posições rígidas frente ao governo de Cuba, Claver-Carone será o enviado especial do Departamento de Estado dos EUA para a América Latina. 1a1r6u

Há mais de um século, a América Latina não era o primeiro destino de visita de um secretário de Estado norte-americano.

Na visita oficial que começou sábado ado (01/02) pelo Panamá, o secretário de Estado Marco Rubio — o primeiro de origem latina a ocupar o cargo — levou outro escolhido pelo presidente Donald Trump para acompanhá-lo.

Trata-se do advogado Mauricio Claver-Carone, de 49 anos. Como Rubio, ele também é de origem cubana e nasceu em Miami, no Estado americano da Flórida.

Claver-Carone construiu aos poucos sua relação de confiança com o presidente durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), quando foi diretor de Assuntos para o Hemisfério Ocidental do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos.

Veterano em assuntos de política externa e conhecido principalmente pelas suas posições rígidas frente ao governo de Cuba, Claver-Carone foi agora escolhido por Trump como enviado especial do Departamento de Estado para a América Latina. Sua missão é "restaurar a ordem" na região, segundo o presidente.

"Nos últimos quatro anos, o caos e anarquia invadiram nossas fronteiras", escreveu Trump em sua rede Truth Social em dezembro, ao antecipar a nomeação. "Chegou a hora de restabelecer a ordem no nosso próprio hemisfério."

"Mauricio conhece a região e sabe como priorizar os interesses dos Estados Unidos", acrescentou ele. "Ele também conhece as graves ameaças que enfrentamos com a imigração ilegal em massa e o fentanil."

Trump destacou ainda que Claver-Carone trabalhará "incansavelmente para proteger o povo norte-americano".

Empossado na nova função, Claver-Carone faz parte de uma equipe "muito enfocada na América Latina", chefiada pelo também cubano-americano e ex-senador pela Flórida, Marco Rubio.

Sua missão será concretizar a deportação em massa prometida por Trump, lidar com a Venezuela de Nicolás Maduro e tentar desacelerar a influência chinesa na região.

"Não existe região do mundo, seja por migração, segurança ou comércio, que afete mais a vida individual dos norte-americanos do que a América Latina", declarou ele em entrevista coletiva, na sexta-feira (31/01), antes do início da sua viagem oficial pela América Central e Caribe, que inclui visitas ao Panamá, El Salvador, Costa Rica, Guatemala e República Dominicana.

Reuters
O enviado americano Richard Grenell se reuniu em 31/01 com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Caracas.

Mas, antes mesmo da viagem, já estava clara a relevância da sua figura na política externa do novo governo.

Apenas uma semana depois de assumir o cargo, Claver-Carone se posicionou como a voz dos Estados Unidos frente à Colômbia para solucionar a crise diplomática desencadeada no domingo anterior (26/01), quando o presidente do país, Gustavo Petro, rejeitou dois aviões militares americanos que levavam colombianos deportados. Assim, foi evitada uma guerra comercial entre os dois países.

"Enviamos uma mensagem clara à região e ao mundo", destacou o enviado especial. "Quando há um acordo de boa fé com os Estados Unidos, ele é cumprido."

Da Casa Branca ao BID 2w2wa

Formado pelo Rollins College, na Flórida, com doutorado em Direito pela Universidade Católica da América e mestrado em Direito Internacional e Comparado pelo Centro de Direito da Universidade Georgetown, todas nos Estados Unidos, Claver-Carone começou a estabelecer vínculos com a ala mais rígida do Partido Republicano com um blog chamado Capitol Hill Cubans, criticando a política de abertura americana em relação a Cuba.

Defensor do embargo comercial dos Estados Unidos e de outras severas políticas econômicas, destinadas a suspender o financiamento ao governo cubano, ele também dirigiu a organização Cuba Democracy Advocates, cujo propósito é influenciar a política externa americana.

Foi naquela organização que ele consolidou sua posição de assessor em assuntos latino-americanos, dentro do universo republicano.

Claver-Carone começou sua carreira como assessor legal para a Controladoria do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, durante o governo do presidente George W. Bush (2001-2009).

Ele também foi diretor dos Estados Unidos no Fundo Monetário Internacional (FMI), quando ajudou o ex-presidente argentino Mauricio Macri (2015-2019) a conseguir um empréstimo de US$ 57 bilhões (cerca de R$ 329 bilhões, pelo câmbio atual) — o maior da história da organização.

"Levamos o maior programa da história do Fundo Monetário para a Argentina. Se o programa foi mal istrado, se a Argentina não o executou corretamente ou se custou uma eleição, esta já é outra história", declarou Claver-Carone, em uma conferência virtual com o Conselho Chileno para Relações Internacionais, em 2020.

Getty
Com o ar dos anos, Claver-Carone ou a ser pessoa de confiança de Donald Trump.

Mas foi no primeiro mandato de Trump que seu nome adquiriu mais relevância.

Em 2018, Claver-Carone foi nomeado responsável pelos assuntos do Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional e assessor especial do presidente.

Naquela função, ele foi um dos principais agentes da elaboração da política dos Estados Unidos para a Venezuela, que decidiu pelo apoio ao então líder da Assembleia Nacional venezuelana, Juan Guaidó, em suas pretensões de chegar à presidência. O plano acabou quando Guaidó abandonou o país e Maduro consolidou o poder.

Ainda assim, Claver-Carone pressionou como assessor para que fossem impostas fortes sanções à Venezuela e a Cuba. Ele justificou as medidas mencionando as "graves" violações de direitos humanos dos governos dos dois países.

Getty
O novo enviado especial da Casa Branca foi desligado do BID em 2022.

Em 2020, impulsionado pelo próprio Trump, Claver-Carone foi nomeado presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que concede financiamento a longo prazo para o desenvolvimento econômico, social e institucional da América Latina e do Caribe.

Sua nomeação não foi livre de críticas, por se tratar de um cargo historicamente reservado para a América Latina. Ele permaneceu no BID por dois anos e ficou marcado por um escândalo.

Claver-Carone foi acusado de manter relacionamento com sua chefe de gabinete, Jessica Bedoya. Eles já haviam trabalhado juntos no Conselho de Segurança da Casa Branca e Bedoya foi favorecida por promoções. Claver-Carone foi forçado a renunciar por ter violado o código de ética da instituição.

Ele foi o primeiro presidente da história do BID a ser demitido. Claver-Carone sempre negou o relacionamento e declarou mais de uma vez que foi vítima de uma campanha de difamação.

"No afã das elites arraigadas para prejudicar minha liderança e reputação, bem como a do meu pessoal, o Banco não agiu como uma instituição baseada em normas", defendeu-se ele, pouco mais de dois anos atrás.

Após sua saída do BID, Claver-Carone trabalhou em um fundo de capital privado de investimentos do Oriente Médio para a América Latina, segundo a plataforma de notícias especializada em economia Bloomberg.

Agora, ele volta à Casa Branca para ajudar a definir a estratégia dos Estados Unidos na América Latina.

"A nomeação de Claver-Carone representa a ala mais rígida da equipe que acompanha o presidente Trump", declarou à BBC News Mundo — o serviço em espanhol da BBC — um ex-embaixador que conhece de perto o advogado.

Olhar sobre a região b1j6n

Antes da viagem pela América Central, sua agenda começou na última sexta-feira (31/01), com a reunião do enviado para missões especiais do governo Trump, Richard Grenell, com o presidente venezuelano Nicolás Maduro, em Caracas.

"Não será uma negociação", adiantou Claver-Carone, horas antes do encontro.

"É uma visita para transmitir uma mensagem inequívoca sobre dois pontos: os criminosos venezuelanos, incluindo os membros da (gangue) Tren de Aragua, serão devolvidos e é responsabilidade da Venezuela recebê-los; e os reféns norte-americanos devem ser liberados e regressar para os Estados Unidos", destacou ele.

"Se estas duas exigências não forem cumpridas, haverá consequências. Não haverá negociação sobre o petróleo da Venezuela. O petróleo venezuelano não faz falta para os Estados Unidos. Não haverá quid pro quo."

"Tenho um conselho para Maduro: que atenda às exigências porque, se não as cumprir, haverá consequências. Por isso, sugerimos que ele as considere uma oportunidade", declarou ele, deixando clara a forma de abordagem do seu governo em relação à Venezuela.

A visita ocorreu conforme o programado e Grenell regressou para os Estados Unidos com seis cidadãos norte-americanos que estavam detidos em Caracas. Eles haviam sido acusados de "terrorismo" e de serem "mercenários" de alto perfil.

Getty
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, se envolveu recentemente em imbróglio com Trump.

"A agenda de política externa do presidente Trump começa perto de casa", escreveu o secretário de Estado, Marco Rubio, em editorial publicado naquele mesmo dia pelo jornal The Wall Street Journal.

"Mesmo quando as circunstâncias exigem firmeza, a visão do presidente para o hemisfério continua sendo positiva", prosseguiu Rubio. "Vemos uma região próspera, repleta de oportunidades."

Claver-Carone também destacou as possibilidades de colaboração com os aliados na região, em temas como migração, segurança e comércio.

"[Os presidentes de El Salvador, Costa Rica e República Dominicana] Bukele, Chaves e Abinader são os líderes com maior aprovação da região, devido ao sucesso da sua gestão", declarou ele, sobre a visita oficial. "São grandes aliados dos Estados Unidos e queremos consolidar e fortalecer estas relações."

Mas alguns especialistas destacam que, na verdade, o governo Trump identifica na América Latina mais problemas do que benefícios.

"Trump infantiliza a região", declarou o analista Juan Tokatlian à BBC News Mundo. "Ele a considera irrelevante para os Estados Unidos e, por sua vez, diz que ela deve se comportar de determinada maneira para merecer algo positivo."

Para Tokatlian, o governo republicano observa a região com um olhar de que "não entende que suas ações podem prejudicar os Estados Unidos".

Em última análise, o novo enviado especial do Departamento de Estado americano é um velho conhecido de Donald Trump. Ele procura impor uma grande dose de velocidade às relações com a América Latina, para colaborar com a construção do que o presidente anunciou como "a nova era de ouro" dos Estados Unidos.

Mais Lidas 2y6064