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De um lado, está a solidão temporária, que é uma experiência comum com impactos limitados à saúde e ao bem-estar das pessoas, considerando sua natureza efêmera.</p> <p class="texto">Mas, quando a situação se prolonga por muito tempo, a solidão pode se tornar crônica, ando a ser uma importante ameaça à saúde.</p> <p class="texto">O segundo ponto é que a solidão pode prejudicar as funções mentais das pessoas idosas. A complexidade inerente a este problema reside na profunda conexão entre a sensação contínua de isolamento e as transformações causadas às funções mentais.</p> <h2>Cadeia de efeitos negativos</h2> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/3a46/live/94a82fd0-9f7e-11ee-8df3-1d2983d8814f.jpg" alt="mulher idosa" width="800" height="450" /><footer>GETTY IMAGES</footer> <figcaption>Na Espanha, 44,1% das mulheres com mais de 85 anos vivem sozinhas</figcaption> </figure> <p class="texto">Para entender melhor essa relação, é preciso se aprofundar nas últimas descobertas da neurociência e da <a href="https://correiobraziliense-br.rndiario.com/portuguese/topics/c95y3544238t?xtor=AL-73-%5Bpartner%5D-%5Bcorreiobraziliense.com.br%5D-%5Blink%5D-%5Bbrazil%5D-%5Bbizdev%5D-%5Bisapi%5D">psicologia</a>.</p> <p class="texto"><a href="https://rcnp.cl/articles/volumen-17-numero-1-abril-2023/consideraciones-neuropsicologicas-de-la-percepcion-de-la-soledad-y-cognicion-social-en-adultos-mayor">Estudos recentes</a> revelaram aumento da ativação do sistema nervoso simpático e redução da regulação do sistema nervoso parassimpático (responsável pelo repouso e pela recuperação) entre as pessoas idosas que vivem sozinhas. E essas mudanças podem criar obstáculos para a capacidade de adaptação cerebral e a geração de novas células do cérebro.</p> <p class="texto">Outras pesquisas também encontraram alterações tangíveis da estrutura física do cérebro que predispõem as pessoas a sofrerem de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, <a href="https://go.gale.com/ps/i.do?p=IFME&sw=w&issn&v=2.1&it=r&id=GALE%7CA767714375&sid=googleScholar&linkaccess=abs&GroupName=anon%7E1e39728&aty=open-web-entry">Parkinson</a> e outros tipos de demência. Por outro lado, <a href="https://revistas.um.es/eglobal/article/view/514761">estudos anteriores</a> indicam maior risco de deterioração cognitiva leve e desenvolvimento de demência nas etapas avançadas da vida.</p> <p class="texto">E, como se não fosse suficiente, a falta de interações sociais pode prejudicar diversas capacidades cognitivas, como a <a href="https://revistas.um.es/eglobal/article/view/514761">memória episódica, a memória de trabalho</a>, a atenção prolongada e a flexibilidade cognitiva, além de aumentar o risco de depressão, ansiedade e estresse crônico.</p> <p class="texto">Este conjunto de desafios agrava os efeitos cognitivos e funcionais habitualmente associados ao processo de envelhecimento.</p> <h2>Traços de epidemia nos países desenvolvidos</h2> <figure><img src="https://ichef.bbci.co.uk/news/raw/sprodpb/5a46/live/2f836fb0-9f7f-11ee-b3da-ab1cf95251e0.jpg" alt="mãos de idosos" width="2120" height="1192" /><footer>Getty Images</footer></figure> <p class="texto">Embora muitas causas possam levar à solidão, foram identificados diversos fatores de risco, como a <a href="https://revistas.u.edu.co/index.php/grafias/article/view/1311/1320">depressão e/ou doenças crônicas e a idade avançada</a>. 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Os efeitos da solidão no cérebro de idosos 476x4u
SAÚDE

Os efeitos da solidão no cérebro de idosos 3d2v9

A solidão afeta cerca de uma a cada 12 pessoas em todo o mundo, sem distinção de fronteiras, nem diferenças culturais. Mas, quando a situação se prolonga por muito tempo, a solidão pode se tornar crônica, ando a ser uma importante ameaça à saúde. 3r694r

A solidão afeta cerca de uma a cada 12 pessoas em todo o mundo, sem distinção de fronteiras, nem diferenças culturais.

Segundo a pesquisa mais recente realizada na Europa, até 13% dos entrevistados afirmaram que se sentiram sozinhos a maior parte do tempo durante as quatro semanas anteriores à realização da pesquisa.

Se nos concentrarmos no contexto específico da Espanha, por exemplo, dados do Instituto Nacional de Estatística do país (INE) revelam que mais de 2 milhões de pessoas com mais de 65 anos vivem atualmente sem companhia.

E os números também destacam uma disparidade de gênero significativa: 44,1% das mulheres com mais de 85 anos vivem sozinhas, contra 24,2% dos homens.

Essa circunstância não só prejudica o bem-estar emocional das pessoas, mas também adquire características de um problema de saúde pública, aumentando o risco de doenças mentais e cardiovasculares.

É preciso abordar dois fenômenos distintos. De um lado, está a solidão temporária, que é uma experiência comum com impactos limitados à saúde e ao bem-estar das pessoas, considerando sua natureza efêmera.

Mas, quando a situação se prolonga por muito tempo, a solidão pode se tornar crônica, ando a ser uma importante ameaça à saúde.

O segundo ponto é que a solidão pode prejudicar as funções mentais das pessoas idosas. A complexidade inerente a este problema reside na profunda conexão entre a sensação contínua de isolamento e as transformações causadas às funções mentais.

Cadeia de efeitos negativos 183w3x

GETTY IMAGES
Na Espanha, 44,1% das mulheres com mais de 85 anos vivem sozinhas

Para entender melhor essa relação, é preciso se aprofundar nas últimas descobertas da neurociência e da psicologia.

Estudos recentes revelaram aumento da ativação do sistema nervoso simpático e redução da regulação do sistema nervoso parassimpático (responsável pelo repouso e pela recuperação) entre as pessoas idosas que vivem sozinhas. E essas mudanças podem criar obstáculos para a capacidade de adaptação cerebral e a geração de novas células do cérebro.

Outras pesquisas também encontraram alterações tangíveis da estrutura física do cérebro que predispõem as pessoas a sofrerem de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, Parkinson e outros tipos de demência. Por outro lado, estudos anteriores indicam maior risco de deterioração cognitiva leve e desenvolvimento de demência nas etapas avançadas da vida.

E, como se não fosse suficiente, a falta de interações sociais pode prejudicar diversas capacidades cognitivas, como a memória episódica, a memória de trabalho, a atenção prolongada e a flexibilidade cognitiva, além de aumentar o risco de depressão, ansiedade e estresse crônico.

Este conjunto de desafios agrava os efeitos cognitivos e funcionais habitualmente associados ao processo de envelhecimento.

Traços de epidemia nos países desenvolvidos 5vi6w

Getty Images

Embora muitas causas possam levar à solidão, foram identificados diversos fatores de risco, como a depressão e/ou doenças crônicas e a idade avançada. Quanto maior a idade, maior a possibilidade de isolamento social.

Por isso, tudo indica que o impacto da solidão irá aumentar cada vez mais, especialmente nos países desenvolvidos, com o envelhecimento da população. E este motivo faz com que seja cada vez mais frequente classificar a solidão como uma epidemia, que precisa ser combatida com políticas de saúde pública.

A preocupação cada vez maior com este panorama incentivou o desenvolvimento de programas comunitários, destinados a incentivar a interação social e fornecer apoio emocional.

Intervenções concretas já demonstraram sua eficácia, sustentando não apenas a necessidade de reduzir os efeitos da solidão, mas também de fortalecer o tecido social das comunidades. É assim que se promove o envelhecimento ativo e saudável.

Qualidade de vida 112m1h

Em resumo, a solidão entre as pessoas idosas representa um desafio que engloba numerosos aspectos e exige respostas em nível individual, comunitário e político.

Compreender os mecanismos neurobiológicos subjacentes e os efeitos inter-relacionados da solidão sobre a saúde cerebral e emocional é fundamental para orientar o desenvolvimento de estratégias para reduzir seus impactos negativos.

Ao priorizar a solidão como tema importante de saúde pública, podemos melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas em todo o mundo. Este compromisso global é fundamental para fomentar a conexão e o enriquecimento pessoal ao longo da melhor idade da vida.

* María Antonia Parra Rizo é doutora em psicologia da saúde da Universidade Miguel Hernández, na Espanha.

Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão original em espanhol.

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