{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/holofote/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/holofote/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/holofote/", "name": "Holofote", "description": " ", "url": "/holofote/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/holofote/2024/11/6980482-a-desinformacao-silenciosa-o-que-os-temas-e-o-volume-de-pedidos-de-verificacao-dizem-sobre-a-democracia-em-2024.html", "name": "A Desinformação Silenciosa: O que os temas e o volume de pedidos de verificação dizem sobre a democracia em 2024", "headline": "A Desinformação Silenciosa: O que os temas e o volume de pedidos de verificação dizem sobre a democracia em 2024", "description": "", "alternateName": "VERIFICAÇÃO", "alternativeHeadline": "VERIFICAÇÃO", "datePublished": "2024-11-04T16:07:42Z", "articleBody": "<p class="texto"><strong>Investigado por: </strong>Abraji e Meedan</p> <p class="texto"><strong>Relatório: </strong>Ao final das Eleições Municipais de 2024, as agências de checagem observam que o período teve menos pedidos de verificação enviados pelo público do que o imaginado. Será isso um sinal de que a desconfiança crescente está afastando os brasileiros da política? Um esforço inédito entre seis veículos e a ONG Meedan busca combater a desinformação e a crise de confiança que ameaça a democracia.</p> <p class="texto">Em um cenário onde a desinformação segue sendo uma das maiores ameaças à integridade democrática, o número de solicitações de checagem durante o período eleitoral de 2024 se manteve bastante similar aos meses anteriores ao início da campanha. Esperava-se um aumento nos pedidos de checagem diante da intensa desinformação vista em anos eleitorais anteriores. No entanto, a manutenção dos números acabou sendo uma surpresa.</p> <p class="texto">Antecipando-se ao que achavam ser um momento eleitoral com nova avalanche desinformativa estabeleceu-se uma ação de colaboração entre as seis maiores agências de checagem do Brasil — <strong>AFP</strong>, <strong>Aos Fatos</strong>, <strong>Estadão Verifica</strong>, <strong>Lupa</strong>, <strong>Projeto Comprova</strong> e <strong>UOL Confere</strong> — que, em parceria com a ONG <strong>Meedan</strong>, compartilharam dúvidas e conteúdos desinformativos de suas audiências de maneira integrada. O objetivo: compreender o cenário da desinformação que circulou nas redes sociais e em grupos privados durante o período eleitoral e enfrentar, de forma conjunta, um desafio coletivo que ameaça o processo democrático.</p> <p class="texto">Entre 6 de agosto e 27 de outubro — dia do segundo turno eleitoral — as agências de verificação receberam <strong>2.369</strong> envios de seu público para verificar potenciais peças de desinformação sobre os candidatos e a integridade do processo de votação.</p> <h3>Uma perspectiva colaborativa entre agências de notícias sobre a desinformação</h3> <p class="texto">Ao unirem esforços, as agências puderam analisar os pedidos de verificação de suas audiências de maneira abrangente, identificando padrões e trocando informações que agilizaram seus processos editoriais. Essa colaboração foi essencial para mapear as principais preocupações da população e identificar os temas mais frequentes que alimentaram a desinformação.</p> <p class="texto">O relatório da Meedan sobre os dados compartilhados mostra que, ao todo, as seis agências receberam <strong>2.369 pedidos de verificação </strong>durante as eleições municipais, um número substancial, porém abaixo do que a percepção dos checadores acreditava, dado o momento eleitoral.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/04/null__1_-41270217.jpg" width="966" height="326" layout="responsive" alt="Fonte: Relatório Meedan 2024"></amp-img> <figcaption>Projeto Comprova - <b>Fonte: Relatório Meedan 2024</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">A redução significativa nos pedidos de verificação pode estar ligada a uma <a href="https://www.ipec-inteligencia.com.br/Repository/Files/2305/24-0315%20-%20BUS%20Democracia_v1.pdf">crescente apatia ou descrença no processo eleitoral e nas instituições democráticas</a>, que foram alvos de uma insistente campanha questionando a integridade das urnas e das instituições. Ao mesmo tempo, <a href="https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2024/10/27/segundo-turno-das-eleicoes-2024-registra-abstencao-proxima-a-30-do-eleitorado">o aumento das abstenções nas eleições municipais</a> pode reforçar essa hipótese.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/04/unnamed_file-41270219.jpg" width="1200" height="742" layout="responsive" alt="Fonte: Relatório Meedan 2024"></amp-img> <figcaption>Projeto Comprova - <b>Fonte: Relatório Meedan 2024</b></figcaption> </div></p> <h3>Temas que dominaram os pedidos de verificação</h3> <p class="texto">A análise conjunta revelou alguns padrões preocupantes. O Brasil continua com uma produção e distribuição organizada de ataque às instituições democráticas. Isso valida-se ao observar que a maioria dos pedidos de verificação centrou-se em narrativas que reforçam a desconfiança no processo eleitoral. Entre elas, a alegada manipulação de urnas eletrônicas e a suposta interferência do Supremo Tribunal Federal no resultado da eleição, mostrando que velhas peças de desinformação ainda exercem impacto. O ciclo repetitivo dessas narrativas falsas aponta para uma estratégia deliberada de manter antigos discursos vivos, o que sugere que, mesmo em menor volume, a desinformação permanece perigosa por sua persistência.</p> <p class="texto">De acordo com o relatório dos dados das agências de checagem, <strong>44,6% de todos os envios </strong>de sugestões de verificação foram relacionadas à integridade do processo eleitoral, sendo que <strong>49,4% desse conteúdo</strong> focava especificamente nas urnas eletrônicas. Isso demonstra a persistência de um cenário já observado nas eleições anteriores, com narrativas que questionam a segurança e o funcionamento das urnas dominando o cenário da desinformação. Além disso, <strong>100 conteúdos enviados</strong> foram relacionados à desinformação sobre a legislação eleitoral vigente, o que sugere uma confusão persistente sobre as regras do processo eleitoral.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/04/unnamed_file_1-41270222.jpg" width="896" height="554" layout="responsive" alt="Fonte: Relatório Meedan 2024."></amp-img> <figcaption>Projeto Comprova - <b>Fonte: Relatório Meedan 2024.</b></figcaption> </div></p> <h3>Pautas de Costume como instrumento de polarização</h3> <p class="texto">Outro ponto de destaque é o uso crescente de temas morais para polarizar o debate público. <strong>13% dos envios</strong> que tratavam de moralidade estavam diretamente relacionados à religião. Questões como a sexualização precoce de crianças (16%), aborto (11%) e Identidade de gênero (14%) <strong>somaram quase 40% das questões</strong> abordadas sobre moralidade, frequentemente vinculadas a narrativas religiosas para influenciar o eleitorado.</p> <p class="texto">Esse uso da religião como instrumento político demonstra uma tentativa de engajar grupos específicos de eleitores, aprofundando a divisão ideológica e desviando a atenção de questões políticas mais amplas.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/04/unnamed_file_2-41270224.jpg" width="910" height="570" layout="responsive" alt="Fonte: Relatório Meedan 2024"></amp-img> <figcaption>Projeto Comprova - <b>Fonte: Relatório Meedan 2024</b></figcaption> </div></p> <h3>As narrativas que polarizam Bolsonaro vs. Lula persistem</h3> <p class="texto">Mesmo durante eleições municipais, a polarização entre apoiadores de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva permaneceu forte. <strong>48 peças de conteúdo partidário</strong> destacaram essa divisão, evidenciando como o debate político ainda é amplamente influenciado pelas dinâmicas das eleições federais anteriores.</p> <h3>Saúde e desinformação: o legado da pandemia</h3> <p class="texto">A pandemia de Covid-19 deixou um legado de desinformação sobre saúde pública. <strong>24 peças</strong> de conteúdo enviadas às agências de checagem estavam relacionadas a questões de saúde, sendo que <strong>70% delas</strong> focavam em vacinas. Isso mostra que, apesar da diminuição do impacto da pandemia, o tema das vacinas ainda polariza e gera desconfiança no público, o que pode ser reflexo de narrativas anticiência que inundaram o país nos anos anteriores.</p> <h3>IA e deepfakes: muito menos do que o esperado</h3> <p class="texto">Com o avanço das tecnologias de inteligência artificial, era esperado um aumento massivo no uso de deepfakes e outros mecanismos de IA para espalhar desinformação. No entanto, o uso da inteligência artificial para este fim<strong> <a href="https://desinformante.com.br/relatorio-ia-eleicoes/">não foi como o imaginado</a>.</strong> A maior parte das peças de desinformação não foi gerada por IA, e, quando ocorreu, ela teve foco majoritário em candidaturas de mulheres e representantes de grupos LGBTQIAP+. Não se pode afirmar se a regulamentação da Justiça Eleitoral foi um fator que inibiu a prática ou se o o às tecnologias de IA ainda é nichado.</p> <h3>Consumo de verificação de fatos concentrada no Sudeste</h3> <p class="texto">A concentração de pedidos de verificação de informações na região Sudeste<strong> (57%)</strong> indica um o mais elevado a mecanismos de checagem na região com maior densidade econômica e populacional. Esse fenômeno pode estar relacionado às disparidades regionais de infraestrutura digital e educação, destacando a necessidade de ampliar a cobertura e o o à checagem de fatos em outras regiões do país para fortalecer a integridade democrática nacional.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/04/image-41270229.jpg" width="609" height="667" layout="responsive" alt="Fonte: Relatório Meedan 2024"></amp-img> <figcaption>Projeto Comprova - <b>Fonte: Relatório Meedan 2024</b></figcaption> </div></p> <p class="texto"> </p> <h3>Rumo à eleição presidencial de 2026</h3> <p class="texto">Diante desse cenário, é fundamental destacar o papel do jornalismo e da checagem de fatos como pilares da democracia. Se as narrativas desinformantes continuam as mesmas há dois anos e se a participação dos eleitores está caindo nas grandes cidades brasileiras, o fortalecimento do o a conteúdos checados e de qualidade se mostra indispensável para recobrar a confiança da população nos processos democráticos e na política.</p> <p class="texto">Nosso papel neste esforço coletivo, como agências de checagem, é identificar quais serão as narrativas que tentarão confundir a cidadania na eleição presidencial de 2026 e buscar novas maneiras de combater aquelas que, apesar de recicladas, ainda têm algum efeito.</p> <p class="texto">Na preparação para 2026, também será fundamental buscar aliados sem interesses partidários que promovam a educação midiática. Essa aliança entre os principais meios de verificação brasileiros — AFP, Aos Fatos, Estadão Verifica, Lupa, Projeto Comprova e UOL Confere — se concretizou graças ao uso do Meedan como aliado tecnológico e conseguiu chegar exatamente onde os cidadãos estão conectados e comunicados: na mensageria instantânea.</p> <p class="texto">O combate à desinformação, porém, não se resume apenas à verificação de fatos. É preciso fortalecer a confiança da população nas instituições democráticas e nos veículos de mídia de forma colaborativa e integrada para que a sociedade brasileira possa, em 2026, exercer seu direito ao voto de forma plena e informada.</p> <p class="texto">Por: AFP, <a href="http://aosfatos.org/">Aos Fatos</a>, Estadão Verifica, <a href="https://lupa.uol.com.br/">Lupa</a>, Projeto Comprova, UOL Confere e <a href="https://meedan.com/">Meedan</a>.</p> <p class="texto"><strong>Verificado por: </strong>AFP, Estadão, Uol</p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2024%2F11%2F04%2Fcats-41270288.jpg", "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2024%2F11%2F04%2Fcats-41270288.jpg", "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2024%2F11%2F04%2F360x240%2F1_cats-41270288.jpg" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Projeto Comprova ", "url": "/autor?termo=projeto-comprova-" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 2uy47

A Desinformação Silenciosa 2m452j O que os temas e o volume de pedidos de verificação dizem sobre a democracia em 2024
VERIFICAÇÃO

A Desinformação Silenciosa: O que os temas e o volume de pedidos de verificação dizem sobre a democracia em 2024 8304l

Em um cenário onde a desinformação segue sendo uma das maiores ameaças à integridade democrática, o número de solicitações de checagem durante o período eleitoral de 2024 se manteve bastante similar aos meses anteriores ao início da campanha 6z3k34

Investigado por: Abraji e Meedan

Relatório: Ao final das Eleições Municipais de 2024, as agências de checagem observam que o período teve menos pedidos de verificação enviados pelo público do que o imaginado. Será isso um sinal de que a desconfiança crescente está afastando os brasileiros da política? Um esforço inédito entre seis veículos e a ONG Meedan busca combater a desinformação e a crise de confiança que ameaça a democracia.

Em um cenário onde a desinformação segue sendo uma das maiores ameaças à integridade democrática, o número de solicitações de checagem durante o período eleitoral de 2024 se manteve bastante similar aos meses anteriores ao início da campanha. Esperava-se um aumento nos pedidos de checagem diante da intensa desinformação vista em anos eleitorais anteriores. No entanto, a manutenção dos números acabou sendo uma surpresa.

Antecipando-se ao que achavam ser um momento eleitoral com nova avalanche desinformativa estabeleceu-se uma ação de colaboração entre as seis maiores agências de checagem do Brasil — AFPAos FatosEstadão VerificaLupaProjeto Comprova e UOL Confere — que, em parceria com a ONG Meedan, compartilharam dúvidas e conteúdos desinformativos de suas audiências de maneira integrada. O objetivo: compreender o cenário da desinformação que circulou nas redes sociais e em grupos privados durante o período eleitoral e enfrentar, de forma conjunta, um desafio coletivo que ameaça o processo democrático.

Entre 6 de agosto e 27 de outubro — dia do segundo turno eleitoral — as agências de verificação receberam 2.369 envios de seu público para verificar potenciais peças de desinformação sobre os candidatos e a integridade do processo de votação.

Uma perspectiva colaborativa entre agências de notícias sobre a desinformação 1v1a6f

Ao unirem esforços, as agências puderam analisar os pedidos de verificação de suas audiências de maneira abrangente, identificando padrões e trocando informações que agilizaram seus processos editoriais. Essa colaboração foi essencial para mapear as principais preocupações da população e identificar os temas mais frequentes que alimentaram a desinformação.

O relatório da Meedan sobre os dados compartilhados mostra que, ao todo, as seis agências receberam 2.369 pedidos de verificação durante as eleições municipais, um número substancial, porém abaixo do que a percepção dos checadores acreditava, dado o momento eleitoral.

Projeto Comprova - Fonte: Relatório Meedan 2024

A redução significativa nos pedidos de verificação pode estar ligada a uma crescente apatia ou descrença no processo eleitoral e nas instituições democráticas, que foram alvos de uma insistente campanha questionando a integridade das urnas e das instituições. Ao mesmo tempo, o aumento das abstenções nas eleições municipais pode reforçar essa hipótese.

Projeto Comprova - Fonte: Relatório Meedan 2024

Temas que dominaram os pedidos de verificação 3n2f71

A análise conjunta revelou alguns padrões preocupantes. O Brasil continua com uma produção e distribuição organizada de ataque às instituições democráticas. Isso valida-se ao observar que a maioria dos pedidos de verificação centrou-se em narrativas que reforçam a desconfiança no processo eleitoral. Entre elas, a alegada manipulação de urnas eletrônicas e a suposta interferência do Supremo Tribunal Federal no resultado da eleição, mostrando que velhas peças de desinformação ainda exercem impacto. O ciclo repetitivo dessas narrativas falsas aponta para uma estratégia deliberada de manter antigos discursos vivos, o que sugere que, mesmo em menor volume, a desinformação permanece perigosa por sua persistência.

De acordo com o relatório dos dados das agências de checagem, 44,6% de todos os envios de sugestões de verificação foram relacionadas à integridade do processo eleitoral, sendo que 49,4% desse conteúdo focava especificamente nas urnas eletrônicas. Isso demonstra a persistência de um cenário já observado nas eleições anteriores, com narrativas que questionam a segurança e o funcionamento das urnas dominando o cenário da desinformação. Além disso, 100 conteúdos enviados foram relacionados à desinformação sobre a legislação eleitoral vigente, o que sugere uma confusão persistente sobre as regras do processo eleitoral.

Projeto Comprova - Fonte: Relatório Meedan 2024.

Pautas de Costume como instrumento de polarização 4d4967

Outro ponto de destaque é o uso crescente de temas morais para polarizar o debate público. 13% dos envios que tratavam de moralidade estavam diretamente relacionados à religião. Questões como a sexualização precoce de crianças (16%), aborto (11%) e Identidade de gênero (14%) somaram quase 40% das questões abordadas sobre moralidade, frequentemente vinculadas a narrativas religiosas para influenciar o eleitorado.

Esse uso da religião como instrumento político demonstra uma tentativa de engajar grupos específicos de eleitores, aprofundando a divisão ideológica e desviando a atenção de questões políticas mais amplas.

Projeto Comprova - Fonte: Relatório Meedan 2024

As narrativas que polarizam Bolsonaro vs. Lula persistem 4n6i1r

Mesmo durante eleições municipais, a polarização entre apoiadores de Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva permaneceu forte. 48 peças de conteúdo partidário destacaram essa divisão, evidenciando como o debate político ainda é amplamente influenciado pelas dinâmicas das eleições federais anteriores.

Saúde e desinformação: o legado da pandemia 62f5l

A pandemia de Covid-19 deixou um legado de desinformação sobre saúde pública. 24 peças de conteúdo enviadas às agências de checagem estavam relacionadas a questões de saúde, sendo que 70% delas focavam em vacinas. Isso mostra que, apesar da diminuição do impacto da pandemia, o tema das vacinas ainda polariza e gera desconfiança no público, o que pode ser reflexo de narrativas anticiência que inundaram o país nos anos anteriores.

IA e deepfakes: muito menos do que o esperado 4i852

Com o avanço das tecnologias de inteligência artificial, era esperado um aumento massivo no uso de deepfakes e outros mecanismos de IA para espalhar desinformação. No entanto, o uso da inteligência artificial para este fim não foi como o imaginado. A maior parte das peças de desinformação não foi gerada por IA, e, quando ocorreu, ela teve foco majoritário em candidaturas de mulheres e representantes de grupos LGBTQIAP+. Não se pode afirmar se a regulamentação da Justiça Eleitoral foi um fator que inibiu a prática ou se o o às tecnologias de IA ainda é nichado.

Consumo de verificação de fatos concentrada no Sudeste 4r3h5w

A concentração de pedidos de verificação de informações na região Sudeste (57%) indica um o mais elevado a mecanismos de checagem na região com maior densidade econômica e populacional. Esse fenômeno pode estar relacionado às disparidades regionais de infraestrutura digital e educação, destacando a necessidade de ampliar a cobertura e o o à checagem de fatos em outras regiões do país para fortalecer a integridade democrática nacional.

Projeto Comprova - Fonte: Relatório Meedan 2024

 

Rumo à eleição presidencial de 2026 6863b

Diante desse cenário, é fundamental destacar o papel do jornalismo e da checagem de fatos como pilares da democracia. Se as narrativas desinformantes continuam as mesmas há dois anos e se a participação dos eleitores está caindo nas grandes cidades brasileiras, o fortalecimento do o a conteúdos checados e de qualidade se mostra indispensável para recobrar a confiança da população nos processos democráticos e na política.

Nosso papel neste esforço coletivo, como agências de checagem, é identificar quais serão as narrativas que tentarão confundir a cidadania na eleição presidencial de 2026 e buscar novas maneiras de combater aquelas que, apesar de recicladas, ainda têm algum efeito.

Na preparação para 2026, também será fundamental buscar aliados sem interesses partidários que promovam a educação midiática. Essa aliança entre os principais meios de verificação brasileiros — AFP, Aos Fatos, Estadão Verifica, Lupa, Projeto Comprova e UOL Confere — se concretizou graças ao uso do Meedan como aliado tecnológico e conseguiu chegar exatamente onde os cidadãos estão conectados e comunicados: na mensageria instantânea.

O combate à desinformação, porém, não se resume apenas à verificação de fatos. É preciso fortalecer a confiança da população nas instituições democráticas e nos veículos de mídia de forma colaborativa e integrada para que a sociedade brasileira possa, em 2026, exercer seu direito ao voto de forma plena e informada.

Por: AFP, Aos Fatos, Estadão Verifica, Lupa, Projeto Comprova, UOL Confere e Meedan.

Verificado por: AFP, Estadão, Uol

Mais Lidas 2y6064

Projeto Comprova - Fonte: Relatório Meedan 2024
Projeto Comprova - Fonte: Relatório Meedan 2024
Projeto Comprova - Fonte: Relatório Meedan 2024.
Projeto Comprova - Fonte: Relatório Meedan 2024
Projeto Comprova - Fonte: Relatório Meedan 2024