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De origem humilde, ela construiu sua trajet&oacute;ria com ambi&ccedil;&atilde;o, sem enxergar limites para alcan&ccedil;ar o que sonhava. Consolidou a carreira na &aacute;rea de recursos humanos, subiu degrau por degrau e, ap&oacute;s anos de dedica&ccedil;&atilde;o, chegou &agrave; dire&ccedil;&atilde;o da transnacional Nestl&eacute;. Em paralelo, um acidente mudou radicalmente sua vida, exigindo que ela usasse, mais uma vez, uma de suas melhores caracter&iacute;sticas: a adaptabilidade. 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Para a gestora, a lideran&ccedil;a vai al&eacute;m da posi&ccedil;&atilde;o que se ocupa, &eacute; sobre superar limites e abrir caminhos para que outros tamb&eacute;m possam evoluir. Tudo isso com sua marca registrada: compet&ecirc;ncia, leveza e bom humor.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/19/675x450/1_17-46827026.jpeg" width="675" height="450" layout="responsive" alt="Katia e a filha, Catarina, de 7 anos"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Katia e a filha, Catarina, de 7 anos</b></figcaption> </div></p> <h3>Esp&iacute;rito empreendedor</h3> <p class="texto">Nascida em S&atilde;o Jos&eacute; dos Campos, no interior de S&atilde;o Paulo, Katia Regina cresceu em um bairro pobre, chamado Vila Cristina, onde morou grande parte da vida. Filha de Geraldo, eletricista de manuten&ccedil;&atilde;o, e de Francisca, empregada dom&eacute;stica, ela sempre recebeu incentivo para os estudos dentro de casa, estudou em escolas p&uacute;blicas e se destacava como uma "aluna nota 10". Por&eacute;m, as condi&ccedil;&otilde;es financeiras da fam&iacute;lia eram limitadas, o que a motivou desde cedo a buscar oportunidades para mudar sua realidade e a de sua fam&iacute;lia.&nbsp;</p> <p class="texto">"Eu sou ca&ccedil;ula de dois irm&atilde;os mais velhos. Vim de uma fam&iacute;lia que n&atilde;o tinha muitas condi&ccedil;&otilde;es de viajar, de ter lazer externo, comer em restaurantes ou no shopping, coisas assim. Essa n&atilde;o era a minha realidade, mas eu tinha bastante paix&atilde;o pelos estudos e sempre tive a ambi&ccedil;&atilde;o de ter essas oportunidades e de conhecer lugares", conta. Inspirada pelo esfor&ccedil;o dos pais, ela entendeu que somente a educa&ccedil;&atilde;o e o trabalho poderiam abrir portas para uma vida melhor.&nbsp;</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/19/675x450/1_1-46827500.jpeg" width="675" height="450" layout="responsive" alt="Katia cresceu na Vila Cristina, bairro no interior de S&atilde;o Paulo"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Katia cresceu na Vila Cristina, bairro no interior de S&atilde;o Paulo</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Aos 12 anos, Katia encontrou uma forma de ganhar dinheiro: vender os lim&otilde;es do quintal do tio. "Essa &eacute; uma hist&oacute;ria que a gente sempre comenta nos almo&ccedil;os de domingo da fam&iacute;lia. A ideia partiu de mim. Meu tio colocava os lim&otilde;es naqueles carrinhos de m&atilde;o, aqueles que carregam areia, e eu, 'magrelinha', andava pelas ruas do bairro para vender. N&atilde;o sei se as pessoas compravam por d&oacute;, mas era um sucesso, e eu fiz isso por quase um ano, dos meus 12 aos 13 anos, todos os dias", lembra. O dinheiro arrecadado permitiu que Katia fizesse seu primeiro curso, de datilografia.</p> <h3>Ambi&ccedil;&atilde;o nata</h3> <p class="texto">Aos 15 anos, ela conseguiu seu primeiro emprego formal como atendente de telemarketing na empresa de software Crosoft, vendendo sistemas. "Eu lembro que todo mundo, aos 15 anos, sonhava com uma festa de debutante, enquanto eu sonhava em ter um trabalho com carteira registrada. E eu consegui! Fiquei nessa empresa ao longo de tr&ecirc;s anos, onde tamb&eacute;m pude ter dinheiro para fazer um curso t&eacute;cnico de publicidade, e foi a primeira vez que eu consegui ir para uma escola privada", compartilha.&nbsp;</p> <p class="texto"> <div class="galeria-cb"> <amp-carousel class="carousel1" layout="fixed-height" height="300" type="slides"> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/19/360x240/1_4-46827496.jpeg?20250228215009" class="contain" layout="fill" alt="Katia praticava atletismo na escola: &quot;Primeira vez que eu pude viajar fora da minha cidade foi por causa dos jogos estudantis&quot;" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo Pessoal - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/19/360x240/1_3-46827498.jpeg?20250219221400" class="contain" layout="fill" alt="Katia sempre esteve envolvida com esporte. Al&eacute;m de correr revezamento, fez jazz, gin&aacute;stica, v&ocirc;lei, handball" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo Pessoal - <b></b> </figcaption> </div> </amp-carousel> </div></p> <p class="texto">Katia se formou no ensino t&eacute;cnico em 1994, ano em que o Brasil participou das Olimp&iacute;adas de Inverno em Lillehammer, na Noruega. Inspirado nisso, seu trabalho de conclus&atilde;o de curso (TCC) abordou como utilizar embalagens para divulgar esportes, com foco na marca Leite Mo&ccedil;a da Nestl&eacute;, empresa onde, anos depois, construiria sua carreira. "Eu tenho o TCC at&eacute; hoje e me emociono bastante quando vejo. Na &eacute;poca, nem sonhava em trabalhar na Nestl&eacute;."</p> <p class="texto">Inicialmente, a ent&atilde;o estudante sonhava em ser jornalista, mas mudou de ideia ap&oacute;s conhecer uma profissional de rela&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas (RP), que despertou nela o interesse pela &aacute;rea. Fascinada pelo mundo corporativo, decidiu prestar vestibular para RP na Universidade de Taubat&eacute;, sendo aprovada entre os primeiros colocados.&nbsp;</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/19/675x450/1_5-46827384.jpeg" width="675" height="450" layout="responsive" alt="Formatura em rela&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas na Universidade de Taubat&eacute; (SP)"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Formatura em rela&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas na Universidade de Taubat&eacute; (SP)</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Seu ingresso na Nestl&eacute; tamb&eacute;m aconteceu de forma inesperada: "Dei carona para uma amiga at&eacute; o processo seletivo para est&aacute;gio e, sem planejar, fui chamada para participar da sele&ccedil;&atilde;o", na qual acabou sendo aprovada. Sua amiga n&atilde;o ou, e Katia chegou a cogitar abrir m&atilde;o da vaga, mas&nbsp;seguiu adiante e iniciou como estagi&aacute;ria em 2004. Seis meses depois, foi chamada para cobrir uma licen&ccedil;a no RH e, desde ent&atilde;o, nunca saiu da empresa.&nbsp;</p> <h3>"Nada &eacute; por acaso"</h3> <p class="texto">Engajada na carreira, Katia percebeu que precisava desenvolver certas habilidades para continuar crescendo profissionalmente, como aprender uma nova l&iacute;ngua. Sem condi&ccedil;&otilde;es financeiras para pagar um curso, ela decidiu estudar assistindo a canais em ingl&ecirc;s na TV a cabo. "Fechei o pacote e comecei a estudar ingl&ecirc;s atrav&eacute;s de escuta. Igual crian&ccedil;a, eu ficava repetindo. E estudava ingl&ecirc;s por aquelas apostilas de concurso p&uacute;blico", detalha. Seu esfor&ccedil;o foi recompensado anos depois, quando novas portas se abriram.</p> <ul> <li><strong>Leia tamb&eacute;m:</strong>&nbsp;<a href="/euestudante/trabalho-e-formacao/2025/02/7029816-especialistas-analisam-desafios-da-lideranca-feminina-no-brasil.html">Especialistas analisam cen&aacute;rio nacional envolvendo mulheres em cargos de lideran&ccedil;a</a></li> <li><strong>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;</strong><a href="/euestudante/trabalho-e-formacao/2024/12/7004854-mulheres-sao-maioria-entre-titulares-de-empresas-no-brasil.html">Mulheres s&atilde;o maioria entre titulares de empresas no Brasil, aponta Sebrae</a></li> </ul> <p class="texto">Em 2009, ela se arriscou no programa de trainee da Nestl&eacute; e foi reprovada pelo ingl&ecirc;s. No ano seguinte, persistiu e conseguiu n&atilde;o s&oacute; ar, mas realizar mais sonhos. "Aquele foi o &uacute;nico ano em que tamb&eacute;m foi aberta uma vaga para o treino internacional. Quem asse naquele programa poderia aplicar para essa modalidade, na qual seriam selecionados nove trainees ao redor do mundo para fazer uma miss&atilde;o na Su&iacute;&ccedil;a. Foi o ano de 2010 e eu fui uma das aprovadas", conta. Durante dois anos, Katia viajou por 15 pa&iacute;ses implementando uma ferramenta de recrutamento e sele&ccedil;&atilde;o. "Aquela menina que nunca havia andado de avi&atilde;o e nunca tinha sa&iacute;do do pa&iacute;s, em dois anos, conseguiu fechar tr&ecirc;s aportes", diz, orgulhosa.</p> <p class="texto"> <div class="galeria-cb"> <amp-carousel class="carousel1" layout="fixed-height" height="300" type="slides"> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/19/360x240/1_19-46827433.jpeg?20250228213907" class="contain" layout="fill" alt="Retorno para Su&iacute;&ccedil;a, m&ecirc;s em que foi promovida para a posi&ccedil;&atilde;o de dretoria regional de Total Rewards " width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo Pessoal - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/19/360x240/1_6-46827382.jpeg?20250228213816" class="contain" layout="fill" alt="Primeira viagem de avi&atilde;o, pela Nestl&eacute;, com destino &agrave; Su&iacute;&ccedil;a" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo Pessoal - <b></b> </figcaption> </div> </amp-carousel> </div></p> <p class="texto">Desde 2004 na Nestl&eacute;, Katia teve de se mudar diversas vezes, morando em outros estados, como Rio de Janeiro e Esp&iacute;rito Santo, e percorreu todos os n&iacute;veis da hierarquia corporativa: come&ccedil;ou como assistente, depois foi analista, trainee, especialista, coordenadora, gerente e, por fim, diretora. Atualmente, ocupa o cargo de diretora regional de Total Rewards (Remunera&ccedil;&atilde;o e Benef&iacute;cios) para a Am&eacute;rica Latina, com a miss&atilde;o de garantir competitividade do pacote salarial em mais de 20 pa&iacute;ses.</p> <h3>"Bolha da prote&ccedil;&atilde;o"</h3> <p class="texto">Katia credita parte de sua vis&atilde;o de mundo tamb&eacute;m &agrave; forma como foi criada. "Meus pais me colocaram em uma 'bolha'. Nunca fal&aacute;vamos de racismo ou preconceito em casa. Mas eles nos ensinaram a sempre carregar a carteira de trabalho, como um &aacute;libi. Nos prepararam para o mundo, mesmo sem falar diretamente sobre essas quest&otilde;es", descreve.&nbsp;</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/19/675x450/1_16-46827135.jpeg" width="675" height="450" layout="responsive" alt="Fam&iacute;lia reunida"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Fam&iacute;lia reunida</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Embora controversa, ela reconhece que essa abordagem a "protegeu", ajudando a n&atilde;o se importar com os obst&aacute;culos sociais ou com a opini&atilde;o externa a seu respeito. Por outro lado, destaca que essa "bolha" a impediu de perceber situa&ccedil;&otilde;es de racismo que possa ter vivenciado, algo que s&oacute; veio a compreender mais tarde, quando o tema ganhou maior destaque na sociedade e nas empresas&nbsp;&mdash; inclusive, na Nestl&eacute;, em 2020, quando foi criado o centro de expertise em diversidade.</p> <h3>Rede de apoio</h3> <p class="texto">Apesar de ocupar&nbsp;cargos importantes na Nestl&eacute;, Katia sempre procurou&nbsp;separar sua vida profissional e pessoal, sem deixar que o trabalho definisse sua identidade. A virada na sua vida aconteceu em outubro de 2022, quando teve de se reinventar em uma nova realidade ap&oacute;s ser v&iacute;tima de viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica, sofrendo um incidente que a deixou parapl&eacute;gica. "Essa dor durou 42 dias. Depois eu falei: 'Ah, &eacute; assim? Ent&atilde;o, bora se adaptar", recorda. Sua recupera&ccedil;&atilde;o durou cerca de um ano.</p> <p class="texto"> <div class="galeria-cb"> <amp-carousel class="carousel1" layout="fixed-height" height="300" type="slides"> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/19/675x450/1_14-46827474.jpeg?20250228211804" class="contain" layout="fill" alt="Volta ao trabalho ap&oacute;s o per&iacute;odo de recupera&ccedil;&atilde;o" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo Pessoal - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/19/675x450/1_12-46827480.jpeg?20250228211813" class="contain" layout="fill" alt="Volta ao trabalho ap&oacute;s o per&iacute;odo de recupera&ccedil;&atilde;o" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo Pessoal - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/19/675x450/1_11-46827482.jpeg?20250228214129" class="contain" layout="fill" alt="Recupera&ccedil;&atilde;o de Katia durou cerca de 10 meses" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo Pessoal - <b></b> </figcaption> </div> <amp-embed width=100 height=100 type=taboola layout=responsive data-publisher='diariosassociados-correiobraziliense' data-mode='thumbnails-a-photogallery' data-placement='taboola-widget-0-photo-gallery AMP' data-target_type='mix' data-article='auto' data-url=''> </amp-embed> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/19/675x450/1_9-46827486.jpeg?20250228212634" class="contain" layout="fill" alt="Recupera&ccedil;&atilde;o de Katia durou cerca de 10 meses" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Arquivo Pessoal - <b></b> </figcaption> </div> </amp-carousel> </div></p> <p class="texto">"Eu n&atilde;o acho que vem sofrimento para voc&ecirc; se manter sofrendo, mas para se superar e evoluir cada vez mais", acredita. Ela tamb&eacute;m encontrou inspira&ccedil;&atilde;o em diversas pessoas ao longo da jornada. Sua m&atilde;e, com toda for&ccedil;a emocional, foi um exemplo de como superar os desafios com serenidade. J&aacute; no trabalho, l&iacute;deres, como o presidente e o vice-presidente de confectionary (confeitaria)&nbsp;da Nestl&eacute;, al&eacute;m de Henrique Rueda, vice-presidente de RH, ofereceram e e oportunidades para que Katia pudesse se desenvolver e seguir em frente. "O&nbsp;mais precioso&nbsp;para n&oacute;s s&atilde;o seus valores, sua intelig&ecirc;ncia, e isso n&atilde;o foi abalado", ouviu de seus superiores.</p> <p class="texto">Al&eacute;m disso, ela destaca a import&acirc;ncia da rede de apoio em sua vida. Cinco amigas, apelidadas de "maridas", foram fundamentais para ajud&aacute;-la a enfrentar os momentos dif&iacute;ceis, como o per&iacute;odo em que esteve no hospital. "Com certeza, nem da cama eu conseguiria ter levantado se n&atilde;o fosse por essas pessoas. Ver elas ali todo dia, torcendo por voc&ecirc;, foi essencial", afirma.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/19/675x450/1_13-46827294.jpeg" width="675" height="449" layout="responsive" alt="Katia e as &quot;maridas&quot;: &quot;Sem elas, n&atilde;o teria levantado da cama&quot;"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Katia e as &quot;maridas&quot;: &quot;Sem elas, n&atilde;o teria levantado da cama&quot;</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">&Agrave; frente da Am&eacute;rica Latina na Nestl&eacute;, Katia se prepara para lidar com a diversidade cultural, social e econ&ocirc;mica dos pa&iacute;ses da regi&atilde;o. Diante dos desafios, ela acredita em uma solu&ccedil;&atilde;o: continuar sonhando. "Todos n&oacute;s amos por problemas, e acho que isso tamb&eacute;m faz fortalezas. Eu nunca estive t&atilde;o em paz como agora. Sou movida por sonhos, e hoje, o maior deles&nbsp;&eacute; viver por mais de 100 anos."</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/19/675x450/1_15-46827471.jpeg" width="675" height="450" layout="responsive" alt="Katia Regina e a filha, Catarina, mudaram-se para o M&eacute;xico em janeiro. Apaixonada por esporte, ela se prepara para testar aulas de dan&ccedil;a para cadeirantes: &quot;Nunca estive t&atilde;o em paz&quot;"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Katia Regina e a filha, Catarina, mudaram-se para o M&eacute;xico em janeiro. Apaixonada por esporte, ela se prepara para testar aulas de dan&ccedil;a para cadeirantes: &quot;Nunca estive t&atilde;o em paz&quot;</b></figcaption> </div></p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/euestudante/educacao-basica/2025/02/7072452-serie-gratuita-da-vivae-traz-dicas-para-impulsionar-a-carreira.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/png/2025/02/27/_iw227xeypc-47310877.png?20250227182454" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Educação profissional</strong> <span>Série gratuita da Vivae traz dicas para impulsionar a carreira</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/educacao-profissional/2025/02/7070517-oito-em-cada-10-brasileiros-sentiram-que-estavam-ficando-para-tras-na-carreira-aponta-pesquisa.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/01/28/christin_hume_hcfwew744z4_unsplash-45468892.jpg?20250128151943" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Educação profissional</strong> <span>Oito em cada 10 brasileiros sentiram que estavam ficando para trás na carreira, aponta pesquisa</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/educacao-profissional/2025/02/7070210-senac-df-oferece-mais-de-mil-vagas-em-cursos-com-bolsas-de-ate-100.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/25/whatsapp_image_2025_02_25_at_19_02_44-47178339.jpeg?20250225190447" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Educação profissional</strong> <span>Senac-DF oferece mais de mil vagas em cursos com bolsas de até 100%</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/02/25/675x450/1_whatsapp_image_2025_02_24_at_17_30_16__1_-47170313.jpeg?20250228212044?20250228212044", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Marina Rodrigues" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 1g3l46

Eu, Estudante 361s45

Mês da Mulher

'Movida a sonhos': conheça a trajetória da diretora da Nestlé para a América Latina 436r5l

Após 21 anos de dedicação, Katia Regina assumiu a diretoria de Remuneração e Benefícios da Nestlé para a região, mudando-se para o México em janeiro. Confira a história dela até o topo 1x2432

Katia Regina Pereira, 41 anos, sempre gostou de novos desafios. De origem humilde, ela construiu sua trajetória com ambição, sem enxergar limites para alcançar o que sonhava. Consolidou a carreira na área de recursos humanos, subiu degrau por degrau e, após anos de dedicação, chegou à direção da transnacional Nestlé. Em paralelo, um acidente mudou radicalmente sua vida, exigindo que ela usasse, mais uma vez, uma de suas melhores características: a adaptabilidade. Equilibrando o trabalho e a maternidade, além da nova realidade como pessoa com deficiência, ela assumiu a diretoria da empresa para a América Latina, reforçando o engajamento da marca e fortalecendo sua própria voz em defesa da inclusão e da diversidade.

Hoje, morando no México com a filha de 7 anos, Katia continua sua jornada de liderança, enfrentando desafios culturais e estruturais para tornar o ambiente corporativo melhor e mais ível em diversos países. À frente de iniciativas estratégicas em busca de competitividade no pacote salarial, ela adapta políticas de remuneração e benefícios para diferentes realidades e promove mudanças nas organizações e na sociedade. Para a gestora, a liderança vai além da posição que se ocupa, é sobre superar limites e abrir caminhos para que outros também possam evoluir. Tudo isso com sua marca registrada: competência, leveza e bom humor.

Arquivo Pessoal - Katia e a filha, Catarina, de 7 anos

Espírito empreendedor 6u2j1j

Nascida em São José dos Campos, no interior de São Paulo, Katia Regina cresceu em um bairro pobre, chamado Vila Cristina, onde morou grande parte da vida. Filha de Geraldo, eletricista de manutenção, e de Francisca, empregada doméstica, ela sempre recebeu incentivo para os estudos dentro de casa, estudou em escolas públicas e se destacava como uma "aluna nota 10". Porém, as condições financeiras da família eram limitadas, o que a motivou desde cedo a buscar oportunidades para mudar sua realidade e a de sua família. 

"Eu sou caçula de dois irmãos mais velhos. Vim de uma família que não tinha muitas condições de viajar, de ter lazer externo, comer em restaurantes ou no shopping, coisas assim. Essa não era a minha realidade, mas eu tinha bastante paixão pelos estudos e sempre tive a ambição de ter essas oportunidades e de conhecer lugares", conta. Inspirada pelo esforço dos pais, ela entendeu que somente a educação e o trabalho poderiam abrir portas para uma vida melhor. 

Arquivo Pessoal - Katia cresceu na Vila Cristina, bairro no interior de São Paulo

Aos 12 anos, Katia encontrou uma forma de ganhar dinheiro: vender os limões do quintal do tio. "Essa é uma história que a gente sempre comenta nos almoços de domingo da família. A ideia partiu de mim. Meu tio colocava os limões naqueles carrinhos de mão, aqueles que carregam areia, e eu, 'magrelinha', andava pelas ruas do bairro para vender. Não sei se as pessoas compravam por dó, mas era um sucesso, e eu fiz isso por quase um ano, dos meus 12 aos 13 anos, todos os dias", lembra. O dinheiro arrecadado permitiu que Katia fizesse seu primeiro curso, de datilografia.

Ambição nata 6j3w6b

Aos 15 anos, ela conseguiu seu primeiro emprego formal como atendente de telemarketing na empresa de software Crosoft, vendendo sistemas. "Eu lembro que todo mundo, aos 15 anos, sonhava com uma festa de debutante, enquanto eu sonhava em ter um trabalho com carteira registrada. E eu consegui! Fiquei nessa empresa ao longo de três anos, onde também pude ter dinheiro para fazer um curso técnico de publicidade, e foi a primeira vez que eu consegui ir para uma escola privada", compartilha. 

Arquivo Pessoal -
Arquivo Pessoal -

Katia se formou no ensino técnico em 1994, ano em que o Brasil participou das Olimpíadas de Inverno em Lillehammer, na Noruega. Inspirado nisso, seu trabalho de conclusão de curso (TCC) abordou como utilizar embalagens para divulgar esportes, com foco na marca Leite Moça da Nestlé, empresa onde, anos depois, construiria sua carreira. "Eu tenho o TCC até hoje e me emociono bastante quando vejo. Na época, nem sonhava em trabalhar na Nestlé."

Inicialmente, a então estudante sonhava em ser jornalista, mas mudou de ideia após conhecer uma profissional de relações públicas (RP), que despertou nela o interesse pela área. Fascinada pelo mundo corporativo, decidiu prestar vestibular para RP na Universidade de Taubaté, sendo aprovada entre os primeiros colocados. 

Arquivo Pessoal - Formatura em relações públicas na Universidade de Taubaté (SP)

Seu ingresso na Nestlé também aconteceu de forma inesperada: "Dei carona para uma amiga até o processo seletivo para estágio e, sem planejar, fui chamada para participar da seleção", na qual acabou sendo aprovada. Sua amiga não ou, e Katia chegou a cogitar abrir mão da vaga, mas seguiu adiante e iniciou como estagiária em 2004. Seis meses depois, foi chamada para cobrir uma licença no RH e, desde então, nunca saiu da empresa. 

"Nada é por acaso" 6e3841

Engajada na carreira, Katia percebeu que precisava desenvolver certas habilidades para continuar crescendo profissionalmente, como aprender uma nova língua. Sem condições financeiras para pagar um curso, ela decidiu estudar assistindo a canais em inglês na TV a cabo. "Fechei o pacote e comecei a estudar inglês através de escuta. Igual criança, eu ficava repetindo. E estudava inglês por aquelas apostilas de concurso público", detalha. Seu esforço foi recompensado anos depois, quando novas portas se abriram.

Em 2009, ela se arriscou no programa de trainee da Nestlé e foi reprovada pelo inglês. No ano seguinte, persistiu e conseguiu não só ar, mas realizar mais sonhos. "Aquele foi o único ano em que também foi aberta uma vaga para o treino internacional. Quem asse naquele programa poderia aplicar para essa modalidade, na qual seriam selecionados nove trainees ao redor do mundo para fazer uma missão na Suíça. Foi o ano de 2010 e eu fui uma das aprovadas", conta. Durante dois anos, Katia viajou por 15 países implementando uma ferramenta de recrutamento e seleção. "Aquela menina que nunca havia andado de avião e nunca tinha saído do país, em dois anos, conseguiu fechar três aportes", diz, orgulhosa.

Arquivo Pessoal -
Arquivo Pessoal -

Desde 2004 na Nestlé, Katia teve de se mudar diversas vezes, morando em outros estados, como Rio de Janeiro e Espírito Santo, e percorreu todos os níveis da hierarquia corporativa: começou como assistente, depois foi analista, trainee, especialista, coordenadora, gerente e, por fim, diretora. Atualmente, ocupa o cargo de diretora regional de Total Rewards (Remuneração e Benefícios) para a América Latina, com a missão de garantir competitividade do pacote salarial em mais de 20 países.

"Bolha da proteção" 662c4j

Katia credita parte de sua visão de mundo também à forma como foi criada. "Meus pais me colocaram em uma 'bolha'. Nunca falávamos de racismo ou preconceito em casa. Mas eles nos ensinaram a sempre carregar a carteira de trabalho, como um álibi. Nos prepararam para o mundo, mesmo sem falar diretamente sobre essas questões", descreve. 

Arquivo Pessoal - Família reunida

Embora controversa, ela reconhece que essa abordagem a "protegeu", ajudando a não se importar com os obstáculos sociais ou com a opinião externa a seu respeito. Por outro lado, destaca que essa "bolha" a impediu de perceber situações de racismo que possa ter vivenciado, algo que só veio a compreender mais tarde, quando o tema ganhou maior destaque na sociedade e nas empresas — inclusive, na Nestlé, em 2020, quando foi criado o centro de expertise em diversidade.

Rede de apoio 4b6o6h

Apesar de ocupar cargos importantes na Nestlé, Katia sempre procurou separar sua vida profissional e pessoal, sem deixar que o trabalho definisse sua identidade. A virada na sua vida aconteceu em outubro de 2022, quando teve de se reinventar em uma nova realidade após ser vítima de violência doméstica, sofrendo um incidente que a deixou paraplégica. "Essa dor durou 42 dias. Depois eu falei: 'Ah, é assim? Então, bora se adaptar", recorda. Sua recuperação durou cerca de um ano.

Arquivo Pessoal -
Arquivo Pessoal -
Arquivo Pessoal -
Arquivo Pessoal -

"Eu não acho que vem sofrimento para você se manter sofrendo, mas para se superar e evoluir cada vez mais", acredita. Ela também encontrou inspiração em diversas pessoas ao longo da jornada. Sua mãe, com toda força emocional, foi um exemplo de como superar os desafios com serenidade. Já no trabalho, líderes, como o presidente e o vice-presidente de confectionary (confeitaria) da Nestlé, além de Henrique Rueda, vice-presidente de RH, ofereceram e e oportunidades para que Katia pudesse se desenvolver e seguir em frente. "O mais precioso para nós são seus valores, sua inteligência, e isso não foi abalado", ouviu de seus superiores.

Além disso, ela destaca a importância da rede de apoio em sua vida. Cinco amigas, apelidadas de "maridas", foram fundamentais para ajudá-la a enfrentar os momentos difíceis, como o período em que esteve no hospital. "Com certeza, nem da cama eu conseguiria ter levantado se não fosse por essas pessoas. Ver elas ali todo dia, torcendo por você, foi essencial", afirma.

Arquivo Pessoal - Katia e as "maridas": "Sem elas, não teria levantado da cama"

À frente da América Latina na Nestlé, Katia se prepara para lidar com a diversidade cultural, social e econômica dos países da região. Diante dos desafios, ela acredita em uma solução: continuar sonhando. "Todos nós amos por problemas, e acho que isso também faz fortalezas. Eu nunca estive tão em paz como agora. Sou movida por sonhos, e hoje, o maior deles é viver por mais de 100 anos."

Arquivo Pessoal - Katia Regina e a filha, Catarina, mudaram-se para o México em janeiro. Apaixonada por esporte, ela se prepara para testar aulas de dança para cadeirantes: "Nunca estive tão em paz"