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Hoje, a fisioterapeuta e tamb&eacute;m professora da UnB Thais &eacute; sua companheira de vida, com quem tem Lu&iacute;sa, Alice e Vanessa. &Eacute; parceira ainda no trabalho, compartilhando diversos projetos na &aacute;rea da educa&ccedil;&atilde;o.</p> <ul style="text-align: left;"> <li><strong><a href="https://whatsapp.com/channel/0029VaB1U9a002T64ex1Sy2w">Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais not&iacute;cias do dia no seu celular</a></strong></li> </ul> <p style="text-align: left;">Bem antes disso, por&eacute;m, ele j&aacute; havia decidido que se tornaria engenheiro. Estava na quarta s&eacute;rie do ensino fundamental quando percebeu a habilidade para os c&aacute;lculos numa discuss&atilde;o com a professora de matem&aacute;tica. Em determinado momento, a docente n&atilde;o conseguiu mais responder aos questionamentos do inquieto menino. Ela se chamava Darcy, e foi apenas durante esta entrevista que Fragelli percebeu a coincid&ecirc;ncia &mdash; ou o toque do destino &mdash; de ter se sagrado na carreira justamente na universidade criada pelo &iacute;cone da educa&ccedil;&atilde;o brasileira e xar&aacute; de sua ex-professora.</p> <p style="text-align: left;"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/13/fragelli_correio_antiga_01-41659255.jpg" width="1248" height="1202" layout="responsive" alt="Professor Ricardo Fragelli. Coluna Nossos mestres"></amp-img> <figcaption>Arquivo pessoal - <b>Professor Ricardo Fragelli. Coluna Nossos mestres</b></figcaption> </div></p> <p style="text-align: left;">&ldquo;A matem&aacute;tica foi muito muito natural para mim. Eu tirei 10 em todas as provas do ensino m&eacute;dio sem nunca ter estudado para uma prova. Eu estudava simplesmente a matem&aacute;tica, ia para a biblioteca e ficava lendo. Li todos os livros de matem&aacute;tica. E o meu objetivo nunca foi tirar a maior nota da sala: meu objetivo era s&oacute; acertar todas as quest&otilde;es. Era como um videogame para mim&rdquo;, relata.</p> <h3 style="text-align: left;">Hora de ensinar</h3> <p style="text-align: left;">A trajet&oacute;ria como professor come&ccedil;ou j&aacute; no segundo semestre da gradua&ccedil;&atilde;o na UnB. Fragelli morava na Casa do Estudante (CEU) e precisava trabalhar para se manter na capital federal. Come&ccedil;ou, ent&atilde;o, a dar aulas particulares para estudantes da educa&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica que tinham algo em comum: detestavam matem&aacute;tica. Diante desse desafio, ele usava uma t&aacute;tica ainda mais inovadora e praticamente ignorava o conte&uacute;do que havia sido contratado para ensinar. &ldquo;O meu objetivo era despertar o interesse pela ci&ecirc;ncia. Lembra aquilo que te falei, de resgatar os porqu&ecirc;s que lhes foram roubados?&rdquo;, indaga. 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"></amp-img> <figcaption>Minervino J&uacute;nior/CB/D.A.Press - <b>Professor da Universidade de Bras&iacute;lia (UnB), Ricardo Fragelli consolidou, ao longo de quase 25 anos de carreira, metodologias de ensino que se mostraram revolucion&aacute;rias, com potencial de motivar os estudantes e de atingir altos ind&iacute;ces de aprova&ccedil;&atilde;o em disciplinas consideradas dif&iacute;ceis nas &aacute;reas de exatas. Seu trabalho inspira e ajuda outros profissionais e alunos a retomarem o encanto pela educa&ccedil;&atilde;o e &eacute; reconhecido com mais de 10 pr&ecirc;mios. </b></figcaption> </div></p> <p style="text-align: left;">Pouco depois de se formar, em 2002, foi aprovado no concurso para professor substituto e assumiu o desafio de ensinar jovens quase da idade dele. 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Foi ao avan&ccedil;ar no desenvolvimento de simuladores interativos para a educa&ccedil;&atilde;o que um novo caminho acad&ecirc;mico se moldou para Fragelli.</p> <p style="text-align: left;">&ldquo;Em 2004, eu ganhei os quatro principais pr&ecirc;mios de educa&ccedil;&atilde;o do pa&iacute;s, mas de uma &aacute;rea da qual eu n&atilde;o era pesquisador. Eu s&oacute; era um professor muito empolgado. Depois disso, comecei a pesquisar ci&ecirc;ncias mec&acirc;nicas e tamb&eacute;m virei um pesquisador de educa&ccedil;&atilde;o&rdquo;, observa, contextualizando que n&atilde;o foi uma decis&atilde;o f&aacute;cil, uma vez que demandou abandonar anos de pesquisa acad&ecirc;mica iniciada em manobras de sat&eacute;lites especiais. A cria&ccedil;&atilde;o de simuladores interativos, al&eacute;m dos pr&ecirc;mios &mdash; hoje s&atilde;o 13 no total &mdash;, o levou a conhecer dois ministros da Educa&ccedil;&atilde;o.</p> <p style="text-align: left;">O caminho natural depois disso foi o desenvolvimento de metodologias de ensino. A primeira delas foi o 300, com a qual chegou a alcan&ccedil;ar mais de 90% de aprova&ccedil;&atilde;o em algumas turmas da temida disciplina de C&aacute;lculo 1; o Rei e a Rainha da Derivada &mdash; que levou aos shoppings da cidade competi&ccedil;&otilde;es de c&aacute;lculos complexos, mostrando que educa&ccedil;&atilde;o precisa estar &iacute;vel; e, em seguida, o Summa&ecirc;.</p> <p style="text-align: left;">Esse &uacute;ltimo culmina, em 2024, num festival nacional de curtas, com simp&oacute;sio e cerim&ocirc;nia de premia&ccedil;&atilde;o previstos para o fim do m&ecirc;s. Tudo isso coroando uma trajet&oacute;ria de criatividade e de desafios encarados com determina&ccedil;&atilde;o. O pr&oacute;prio Summa&ecirc;, por exemplo, surgiu inicialmente da cr&iacute;tica de um estudante, que achou que o Rei da Derivada precisava de um final apote&oacute;tico. Veio da&iacute; a ideia de um evento que trouxesse uma quest&atilde;o em formato de v&iacute;deo, com contexto cinematogr&aacute;fico. Toda a plateia vestida com chap&eacute;us e figurinos criativos tem a chance de encontrar a resposta correta para o c&aacute;lculo de uma integral.</p> <p style="text-align: left;"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/13/fragelli_correio_09-41659268.jpg" width="1212" height="1209" layout="responsive" alt="Para a motiva&ccedil;&atilde;o, vale at&eacute; corrida com os alunos "></amp-img> <figcaption>Arquivo pessoal - <b>Para a motiva&ccedil;&atilde;o, vale at&eacute; corrida com os alunos </b></figcaption> </div></p> <p style="text-align: left;">&ldquo;Eu percebi que essas atividades que eu realizava atra&iacute;am muito o interesse de outros professores, n&atilde;o s&oacute; de Bras&iacute;lia como de todo o pa&iacute;s. Observei que tinha maior potencial de impacto as pesquisas que eu poderia realizar em educa&ccedil;&atilde;o do que o que eu estava realizando&rdquo;, explica. Come&ccedil;ou, ent&atilde;o, o mergulho na pesquisa em &aacute;reas, como filosofia, psicologia, pedagogia e Teoria de Aprendizagem.</p> <h3 style="text-align: left;">Futuro da educa&ccedil;&atilde;o</h3> <p style="text-align: left;">Fragelli relata ter participado de diversas bancas de p&oacute;s-gradua&ccedil;&atilde;o sobre a primeira de suas metodologias, o 300. Em resumo, trata-se de uma forma colaborativa de aprendizagem, unindo em grupos estudantes com diferentes n&iacute;veis de conhecimento. As disserta&ccedil;&otilde;es incluem exemplos de aplica&ccedil;&atilde;o com sucesso at&eacute; mesmo na educa&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica. &ldquo;Melhora o estudo fora da sala de aula e diminui a sensa&ccedil;&atilde;o de solid&atilde;o. Isso &eacute; o mais impactante&rdquo;, revela. &ldquo;N&atilde;o &eacute; simplesmente aprova&ccedil;&atilde;o, vai al&eacute;m disso: &eacute; voc&ecirc; acolher o aluno&rdquo;, completa.</p> <p style="text-align: left;">Na avalia&ccedil;&atilde;o dele, o &uacute;nico motivo para que a metodologia n&atilde;o seja mais disseminada no pa&iacute;s e no mundo &eacute; o fato de ter sido criada no Brasil, e n&atilde;o em um pa&iacute;s desenvolvido. &ldquo;Nossa forma de ensinar &eacute; muito melhor&rdquo;, atesta. E para vislumbrar uma educa&ccedil;&atilde;o melhor no futuro, ele completa dizendo ser necess&aacute;rio haver intencionalidade nas escolhas pedag&oacute;gicas. &ldquo;Vamos ter de repensar, de verdade, com intencionalidade, a educa&ccedil;&atilde;o nos moldes como ela &eacute; hoje, e encontrar estrat&eacute;gias para usar a tecnologia e essas metodologias ativas da forma mais correta, que n&atilde;o seja s&oacute; no papel.&rdquo;</p> <h3 style="text-align: left;">Inspira&ccedil;&atilde;o</h3> <p style="text-align: left;">Ao longo da trajet&oacute;ria acad&ecirc;mica e do esfor&ccedil;o para divulgar o m&eacute;todo e inspirar estudantes, ele conta que se deparou com outra face essencial da educa&ccedil;&atilde;o: os colegas professores. H&aacute; exemplos de profissionais que aplicam as metodologias em escolas rurais e em academias de Pol&iacute;cia Militar. &ldquo;&Eacute; um grande grupo de colaboradores, de pessoas inspiradas pela educa&ccedil;&atilde;o. E espero que continue assim por muitos anos.&rdquo; E, assim, tamb&eacute;m o pr&oacute;prio Fragelli espera seguir, por muitos e muitos anos.</p> <p style="text-align: left;">&ldquo;O meu objetivo &eacute; ser uma influ&ecirc;ncia sempre positiva para a vida dos meus estudantes. A educa&ccedil;&atilde;o tem esse impacto sobre mim. Ela que me trouxe onde estou e me faz enxergar mais adiante. Mas tamb&eacute;m me traz uma certa responsabilidade e uma inspira&ccedil;&atilde;o muito grande de ser fonte para novos sonhos, permitir que uma crian&ccedil;a, um adolescente, um adulto possam ter um sonho do tamanho de sua curiosidade."</p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/euestudante/trabalho-e-formacao/2024/11/6989515-grupo-de-ativistas-na-cop29-atua-por-adaptacao-climatica-antirracista.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/15/vozes_negras_pelo_clima___divulgacao_1___1_-41745376.jpg?20241115154224" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Trabalho & Formação</strong> <span>Grupo de ativistas na COP29 atua por adaptação climática antirracista</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/trabalho-e-formacao/2024/11/6988958-agencias-e-empresas-oferecem-798-vagas-de-emprego.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/15/emprego_e_trainne_geral-41748686.jpg?20241115183036" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Trabalho & Formação</strong> <span>Agências e empresas oferecem 798 vagas de emprego</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/trabalho-e-formacao/2024/11/6988865-programa-de-interacao-academica-da-dpdf-promove-inclusao-e-cidadania.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/14/dpdf-41712967.jpeg?20241114172648" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Trabalho & Formação</strong> <span>Programa de interação acadêmica da DPDF promove inclusão e cidadania </span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/10/09/675x450/1_mj0910_38-40564522.jpg?20241113100608?20241113100608", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Mariana Niederauer" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 4i653x

Eu, Estudante 361s45

NOSSOS MESTRES

Mago dos números: professor inova para desconstruir o medo da matemática 25354

"Festival do Summaê", "Rei e Rainha da Derivada": o professor da UnB Ricardo Fragelli inspira colegas de profissão e estudantes no Brasil e no mundo com metodologias inovadoras e muita criatividade 6k63m

Ricardo Fragelli, 47 anos, tem um jeito próprio de ‘fantasticalizar’ o ensino. Professor da Faculdade de Ciências e Tecnologias em Engenharia da Universidade de Brasília (FCTE/UnB) e da pós-graduação em design na mesma instituição, ele dedica a carreira, desde as primeiras aulas particulares, a devolver aos estudantes os porquês que lhes foram roubados ao longo da trajetória escolar.

É dessa maneira filosófica que o goiano de Anápolis radicado em Brasília com o objetivo de viver um grande amor define sua meta profissional. Alcançá-la — e com uma escala que atinge estudantes na casa dos milhares pelo país e pelo mundo — levou tempo, estudo e muita criatividade.

Minervino Júnior/CB/D.A.Press - O professor escreve uma equação em homenagem à coluna

Fragelli formou-se em engenharia mecânica na UnB no ano de 2000. A escolha da universidade foi simples: era a mais próxima de Goiás, onde morava a namorada do ensino médio. A distância curta não impediria a continuidade do relacionamento, nem o sonho profissional. Hoje, a fisioterapeuta e também professora da UnB Thais é sua companheira de vida, com quem tem Luísa, Alice e Vanessa. É parceira ainda no trabalho, compartilhando diversos projetos na área da educação.

Bem antes disso, porém, ele já havia decidido que se tornaria engenheiro. Estava na quarta série do ensino fundamental quando percebeu a habilidade para os cálculos numa discussão com a professora de matemática. Em determinado momento, a docente não conseguiu mais responder aos questionamentos do inquieto menino. Ela se chamava Darcy, e foi apenas durante esta entrevista que Fragelli percebeu a coincidência — ou o toque do destino — de ter se sagrado na carreira justamente na universidade criada pelo ícone da educação brasileira e xará de sua ex-professora.

Arquivo pessoal - Professor Ricardo Fragelli. Coluna Nossos mestres

“A matemática foi muito muito natural para mim. Eu tirei 10 em todas as provas do ensino médio sem nunca ter estudado para uma prova. Eu estudava simplesmente a matemática, ia para a biblioteca e ficava lendo. Li todos os livros de matemática. E o meu objetivo nunca foi tirar a maior nota da sala: meu objetivo era só acertar todas as questões. Era como um videogame para mim”, relata.

Hora de ensinar 63242

A trajetória como professor começou já no segundo semestre da graduação na UnB. Fragelli morava na Casa do Estudante (CEU) e precisava trabalhar para se manter na capital federal. Começou, então, a dar aulas particulares para estudantes da educação básica que tinham algo em comum: detestavam matemática. Diante desse desafio, ele usava uma tática ainda mais inovadora e praticamente ignorava o conteúdo que havia sido contratado para ensinar. “O meu objetivo era despertar o interesse pela ciência. Lembra aquilo que te falei, de resgatar os porquês que lhes foram roubados?”, indaga. Questões de lógica e outros conteúdos mais divertidos da matemática acabavam se tornando o foco das aulas particulares.

“E aí o que acontecia: a menina que sempre tirava 4, tirava 4 de novo, porque ela não estudou nada da prova. Só que os pais não me demitiam, queriam mais aulas, e eu ficava. De repente, a pessoa tirava 10, e 10 de novo. Depois, sabe qual nota ela tirava? Também não sei, porque eu era demitido, não precisava mais da aula particular”, brinca ao relembrar. “Eu tinha um certo talento para perceber o que estimulava as pessoas ou não.”

Minervino Júnior/CB/D.A.Press - Professor da Universidade de Brasília (UnB), Ricardo Fragelli consolidou, ao longo de quase 25 anos de carreira, metodologias de ensino que se mostraram revolucionárias, com potencial de motivar os estudantes e de atingir altos indíces de aprovação em disciplinas consideradas difíceis nas áreas de exatas. Seu trabalho inspira e ajuda outros profissionais e alunos a retomarem o encanto pela educação e é reconhecido com mais de 10 prêmios.

Pouco depois de se formar, em 2002, foi aprovado no concurso para professor substituto e assumiu o desafio de ensinar jovens quase da idade dele. Diante de um auditório repleto de calouros, no Instituto Central de Ciências (ICC), o famoso Minhocão, prédio mais tradicional da UnB, a meta de devolver os porquês ganhou escala. Equações diferenciais ordinárias era o nome da disciplina, lembra Fragelli, com exatidão.

A transição 1o6c1t

No início, a criatividade na forma de ensinar tinha como foco o engajamento dos estudantes. “Sem essa participação com atitude dos estudantes, a educação não existe. O mínimo que se espera é motivação, criar um ambiente em que as pessoas fiquem motivadas. Só que isso não é o suficiente”, afirma Fragelli. Foi ao avançar no desenvolvimento de simuladores interativos para a educação que um novo caminho acadêmico se moldou para Fragelli.

“Em 2004, eu ganhei os quatro principais prêmios de educação do país, mas de uma área da qual eu não era pesquisador. Eu só era um professor muito empolgado. Depois disso, comecei a pesquisar ciências mecânicas e também virei um pesquisador de educação”, observa, contextualizando que não foi uma decisão fácil, uma vez que demandou abandonar anos de pesquisa acadêmica iniciada em manobras de satélites especiais. A criação de simuladores interativos, além dos prêmios — hoje são 13 no total —, o levou a conhecer dois ministros da Educação.

O caminho natural depois disso foi o desenvolvimento de metodologias de ensino. A primeira delas foi o 300, com a qual chegou a alcançar mais de 90% de aprovação em algumas turmas da temida disciplina de Cálculo 1; o Rei e a Rainha da Derivada — que levou aos shoppings da cidade competições de cálculos complexos, mostrando que educação precisa estar ível; e, em seguida, o Summaê.

Esse último culmina, em 2024, num festival nacional de curtas, com simpósio e cerimônia de premiação previstos para o fim do mês. Tudo isso coroando uma trajetória de criatividade e de desafios encarados com determinação. O próprio Summaê, por exemplo, surgiu inicialmente da crítica de um estudante, que achou que o Rei da Derivada precisava de um final apoteótico. Veio daí a ideia de um evento que trouxesse uma questão em formato de vídeo, com contexto cinematográfico. Toda a plateia vestida com chapéus e figurinos criativos tem a chance de encontrar a resposta correta para o cálculo de uma integral.

Arquivo pessoal - Para a motivação, vale até corrida com os alunos

“Eu percebi que essas atividades que eu realizava atraíam muito o interesse de outros professores, não só de Brasília como de todo o país. Observei que tinha maior potencial de impacto as pesquisas que eu poderia realizar em educação do que o que eu estava realizando”, explica. Começou, então, o mergulho na pesquisa em áreas, como filosofia, psicologia, pedagogia e Teoria de Aprendizagem.

Futuro da educação 1o5f14

Fragelli relata ter participado de diversas bancas de pós-graduação sobre a primeira de suas metodologias, o 300. Em resumo, trata-se de uma forma colaborativa de aprendizagem, unindo em grupos estudantes com diferentes níveis de conhecimento. As dissertações incluem exemplos de aplicação com sucesso até mesmo na educação básica. “Melhora o estudo fora da sala de aula e diminui a sensação de solidão. Isso é o mais impactante”, revela. “Não é simplesmente aprovação, vai além disso: é você acolher o aluno”, completa.

Na avaliação dele, o único motivo para que a metodologia não seja mais disseminada no país e no mundo é o fato de ter sido criada no Brasil, e não em um país desenvolvido. “Nossa forma de ensinar é muito melhor”, atesta. E para vislumbrar uma educação melhor no futuro, ele completa dizendo ser necessário haver intencionalidade nas escolhas pedagógicas. “Vamos ter de repensar, de verdade, com intencionalidade, a educação nos moldes como ela é hoje, e encontrar estratégias para usar a tecnologia e essas metodologias ativas da forma mais correta, que não seja só no papel.”

Inspiração 2m221c

Ao longo da trajetória acadêmica e do esforço para divulgar o método e inspirar estudantes, ele conta que se deparou com outra face essencial da educação: os colegas professores. Há exemplos de profissionais que aplicam as metodologias em escolas rurais e em academias de Polícia Militar. “É um grande grupo de colaboradores, de pessoas inspiradas pela educação. E espero que continue assim por muitos anos.” E, assim, também o próprio Fragelli espera seguir, por muitos e muitos anos.

“O meu objetivo é ser uma influência sempre positiva para a vida dos meus estudantes. A educação tem esse impacto sobre mim. Ela que me trouxe onde estou e me faz enxergar mais adiante. Mas também me traz uma certa responsabilidade e uma inspiração muito grande de ser fonte para novos sonhos, permitir que uma criança, um adolescente, um adulto possam ter um sonho do tamanho de sua curiosidade."