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Quando investigadores v&atilde;o a campo, buscam registrar todas as esp&eacute;cies presentes em um determinado ambiente. De modo geral, quando vamos a campo, avaliamos que ambientes existem no lugar, j&aacute; que diferentes esp&eacute;cies podem ocorrer em diferentes ecossistemas.</p> <p class="texto"><strong>Qual a import&acirc;ncia dessas descobertas para museus e cole&ccedil;&otilde;es cient&iacute;ficas?</strong></p> <p class="texto">Quando um indiv&iacute;duo de interesse &eacute; encontrado, por exemplo, essa perereca que estudamos, esse exemplar &eacute; coletado para estudos mais detalhados em laborat&oacute;rios, museus ou cole&ccedil;&otilde;es cient&iacute;ficas. Museus e cole&ccedil;&otilde;es cient&iacute;ficas s&atilde;o essenciais para o estudo da biodiversidade! Sem essas institui&ccedil;&otilde;es, todo o conhecimento que temos sobre as esp&eacute;cies do mundo se perderia, visto que precisamos saber a que organismo um determinado nome cient&iacute;fico se refere. 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Por isso, coletar plantas e animais por pesquisadores em estudos de biodiversidade e de conserva&ccedil;&atilde;o &eacute; essencial para o incremento do conhecimento biol&oacute;gico e para promover a conserva&ccedil;&atilde;o da natureza&nbsp;e a prote&ccedil;&atilde;o da biodiversidade.</p> <p class="texto"><strong>Qual a rotina para se verificar a confirma&ccedil;&atilde;o de uma nova esp&eacute;cie?</strong></p> <p class="texto">Descrever novas esp&eacute;cies &eacute; uma atividade comum para os taxonomistas, profissionais treinados nesse tipo de estudo e na necessidade de cuidado com o acervo de museus e cole&ccedil;&otilde;es cient&iacute;ficas: quanto maior o acervo, maior &eacute; o patrim&ocirc;nio de conhecimento que ele representa e maior &eacute; sua import&acirc;ncia. Quando um exemplar chega a uma cole&ccedil;&atilde;o cient&iacute;fica, ele &eacute; cuidadosamente comparado com exemplares j&aacute; conhecidos pela equipe de especialistas. 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O nome da esp&eacute;cie, <em>diadorim</em>, &eacute; uma homenagem &agrave; personagem Diadorim, do majestoso livro<em> Grande Sert&atilde;o: Veredas</em>, do grande escritor Jo&atilde;o Guimar&atilde;es Rosa. No livro, Diadorim &eacute; uma guerreira que, na busca por vingan&ccedil;a pelo pai assassinado, percorre vasta regi&atilde;o do Cerrado em Minas Gerais, na Bahia e em Goi&aacute;s, no encal&ccedil;o do bando inimigo. Nessa complexa hist&oacute;ria de amor e trag&eacute;dia, as belezas naturais do Cerrado s&atilde;o lindamente descritas, inspirando a cria&ccedil;&atilde;o do Parque Nacional Grande Sert&atilde;o Veredas, uma das joias da conserva&ccedil;&atilde;o do nosso bioma. Tal como a Diadorim do livro, a <em>Nyctimantis diadorim</em> tamb&eacute;m &eacute; uma guerreira elusiva, que luta pela sobreviv&ecirc;ncia em uma paisagem repleta de belezas e de perigos.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/08/675x450/1_1-41512675.jpeg" width="675" height="450" layout="responsive" alt="Parque Grande Sert&atilde;o Veredas, em Minas, onde a esp&eacute;cie foi encontrada"></amp-img> <figcaption>Reuber Brand&atilde;o/Professor da UnB - <b>Parque Grande Sert&atilde;o Veredas, em Minas, onde a esp&eacute;cie foi encontrada</b></figcaption> </div></p> <p class="texto"><strong>Descreva&nbsp;as caracter&iacute;sticas de corpo e forma da <em>Nyctimantis diadorim</em> e explique&nbsp;a singularidade dessa esp&eacute;cie.</strong><br /></p> <p class="texto">Com seus olhos castanhos ou vermelho-escuros, sua colora&ccedil;&atilde;o castanha, o formato de sua cabe&ccedil;a, seu tipo de cr&acirc;nio e belos padr&otilde;es de colorido, a&nbsp;<em>Nyctimantis diadorim</em>&nbsp;&eacute; conhecida apenas para o Parque Nacional Grande Sert&atilde;o Veredas, mostrando que nosso conhecimento dos anf&iacute;bios do Cerrado ainda est&aacute; longe de ser devidamente estudada. Como essa esp&eacute;cie &eacute; um endemismo muito do bioma, saber que mais de 50% do Cerrado j&aacute; foi desmatado significa que muito provavelmente v&aacute;rias esp&eacute;cies foram extintas antes terem sido descritas ("conhecidas pela ci&ecirc;ncia"). Isso significa que perdemos a possibilidade de estudar o potencial de uso das secre&ccedil;&otilde;es de pele desses anf&iacute;bios, sua evolu&ccedil;&atilde;o, seu papel nos ecossistemas. E isso significa que todos perdemos.</p> <p class="texto"><strong> <div class="galeria-cb"> <amp-carousel class="carousel1" layout="fixed-height" height="300" type="slides"> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/07/675x450/1_07112024mf24-41461526.jpg?20241107172756" class="contain" layout="fill" alt=" 07/11/2024 Cr&eacute;dito: Reuber Brand&atilde;o/ professor da UnB. Brasil. Bras&iacute;lia - DF - UnB- Perereca do cerrado, chamada de Nyctimatic Diadorim. Descoberta pelo professor Reuber Brand&atilde;o e sua equipe." width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Reuber Brand&atilde;o/ professor da UnB - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/07/07112024mf25-41461528.jpg?20241107172805" class="contain" layout="fill" alt=" 07/11/2024 Cr&eacute;dito: Reuber Brand&atilde;o/ professor da UnB. Brasil. Bras&iacute;lia - DF - UnB- Perereca do cerrado, chamada de Nyctimatic Diadorim. Descoberta pelo professor Reuber Brand&atilde;o e sua equipe." width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Reuber Brand&atilde;o/ professor da UnB - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/07/675x450/1_07112024mf26-41461530.jpg?20241107172813" class="contain" layout="fill" alt=" 07/11/2024 Cr&eacute;dito: Reuber Brand&atilde;o/ professor da UnB. Brasil. 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E esses trabalhos de campo s&atilde;o geralmente executados por quem gosta de estar na natureza, de aprender com a natureza e de cuidar da natureza. E descrever uma esp&eacute;cie nova, embora n&atilde;o seja algo extremamente raro, &eacute; importante para que pol&iacute;ticas de conserva&ccedil;&atilde;o sejam tomadas. Se uma esp&eacute;cie &eacute; desconhecida, n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel trabalharmos em sua conserva&ccedil;&atilde;o. Mesmo ap&oacute;s anos de estudos no Cerrado, at&eacute; hoje meus olhos brilham com a biodiversidade! &Eacute; impressionante e envolvente saber que h&aacute; todo um mundo natural feito de esp&eacute;cies, rela&ccedil;&otilde;es ecol&oacute;gicas, descobertas e assombros acontecendo ao nosso redor. Tenho certeza de que a natureza ser&aacute; sempre o ref&uacute;gio de meus sonhos, aprendizados e interesses.</p> <p class="texto"><strong>Agora, que a <em>Nyctimantis diadorim</em> est&aacute; identificada e descrita, o que podemos fazer para melhor conservar a regi&atilde;o &uacute;nica em que ela vive?</strong></p> <p class="texto">Ser cientista &eacute; sempre um desafio! E o mais importante desafio para quem estuda, aprende e ensina com a natureza &eacute; justamente a sua prote&ccedil;&atilde;o. E precisamos juntar esfor&ccedil;os nesse desafio. 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Eu, Estudante 361s45

Entrevista | Reuber Brandão

Cientistas da UnB e da RBC descobrem nova perereca endêmica no Cerrado 1frs

Considerada uma "guerreira" do bioma, espécie recebe nome em homenagem à personagem da obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa 131f2c

Dione Moura — Especial para o Correio

Muita gente acha que encontrar uma nova espécie é difícil. No entanto, sabemos ainda pouco sobre a biodiversidade, e sempre que uma região é estudada com maior atenção, novos habitats são explorados, e espécies ainda não descritas podem aparecer. Foi o que ocorreu com a Nyctimantis diadorim, recentemente descrita para o Cerrado e pertencente a um grupo conhecido como "pererecas-de-capacete" por terem crânios fortemente ossificados, ando a ser a primeira espécie do gênero a ocorrer no bioma.

Envolvido diretamente com a descoberta, o professor e pesquisador da Rede Biota Cerrado (RBC) Reuber Brandão fala ao Correio sobre o feito. Bacharel em biologia e doutor em ecologia pela Universidade de Brasília (UnB), é professor do Departamento de Engenharia Florestal na instituição e coordena o Laboratório de Fauna e Unidades de Conservação. É especialista em taxonomia, conservação e ecologia da herpetofauna do Cerrado, e trabalha em prol da conservação do bioma.

Como você explica essa descoberta?

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Reuber Brandão coordenou a equipe que descobriu a Nyctimatic Diadorim no Cerrado

A Nyctimantis diadorim foi observada durante estudos de campo no Parque Nacional Grande Sertão Veredas, em Minas Gerais. Quando investigadores vão a campo, buscam registrar todas as espécies presentes em um determinado ambiente. De modo geral, quando vamos a campo, avaliamos que ambientes existem no lugar, já que diferentes espécies podem ocorrer em diferentes ecossistemas.

Qual a importância dessas descobertas para museus e coleções científicas?

Quando um indivíduo de interesse é encontrado, por exemplo, essa perereca que estudamos, esse exemplar é coletado para estudos mais detalhados em laboratórios, museus ou coleções científicas. Museus e coleções científicas são essenciais para o estudo da biodiversidade! Sem essas instituições, todo o conhecimento que temos sobre as espécies do mundo se perderia, visto que precisamos saber a que organismo um determinado nome científico se refere. Se não temos museus e coleções científicas, onde cada nome científico está "ancorado" a um tipo exemplar, todos os nomes científicos deixariam de fazer sentido em poucos anos. Por isso, coletar plantas e animais por pesquisadores em estudos de biodiversidade e de conservação é essencial para o incremento do conhecimento biológico e para promover a conservação da natureza e a proteção da biodiversidade.

Qual a rotina para se verificar a confirmação de uma nova espécie?

Descrever novas espécies é uma atividade comum para os taxonomistas, profissionais treinados nesse tipo de estudo e na necessidade de cuidado com o acervo de museus e coleções científicas: quanto maior o acervo, maior é o patrimônio de conhecimento que ele representa e maior é sua importância. Quando um exemplar chega a uma coleção científica, ele é cuidadosamente comparado com exemplares já conhecidos pela equipe de especialistas. A partir dessa comparação e da adição de dados complementares, incluindo moleculares, é possível saber se aquele animal é ou não uma espécie distinta e com quais ela é aparentada. No caso dos anuros (sapos, rãs e pererecas), é comum também usarmos o canto e o girino como informação complementar para determinar espécies novas. 

Reuber Brandão -

Como são "batizadas" as novas espécies e como foi escolhido o nome da Nyctimantis diadorim nesta alusão a uma espécie guerreira do sertão?

No caso da Nyctimantis diadorim, sabíamos que se tratava de uma perereca-de-capacete do gênero Nyctimantis, que agora possui apenas oito espécies conhecidas. O nome da espécie, diadorim, é uma homenagem à personagem Diadorim, do majestoso livro Grande Sertão: Veredas, do grande escritor João Guimarães Rosa. No livro, Diadorim é uma guerreira que, na busca por vingança pelo pai assassinado, percorre vasta região do Cerrado em Minas Gerais, na Bahia e em Goiás, no encalço do bando inimigo. Nessa complexa história de amor e tragédia, as belezas naturais do Cerrado são lindamente descritas, inspirando a criação do Parque Nacional Grande Sertão Veredas, uma das joias da conservação do nosso bioma. Tal como a Diadorim do livro, a Nyctimantis diadorim também é uma guerreira elusiva, que luta pela sobrevivência em uma paisagem repleta de belezas e de perigos.

Reuber Brandão/Professor da UnB - Parque Grande Sertão Veredas, em Minas, onde a espécie foi encontrada

Descreva as características de corpo e forma da Nyctimantis diadorim e explique a singularidade dessa espécie.

Com seus olhos castanhos ou vermelho-escuros, sua coloração castanha, o formato de sua cabeça, seu tipo de crânio e belos padrões de colorido, a Nyctimantis diadorim é conhecida apenas para o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, mostrando que nosso conhecimento dos anfíbios do Cerrado ainda está longe de ser devidamente estudada. Como essa espécie é um endemismo muito do bioma, saber que mais de 50% do Cerrado já foi desmatado significa que muito provavelmente várias espécies foram extintas antes terem sido descritas ("conhecidas pela ciência"). Isso significa que perdemos a possibilidade de estudar o potencial de uso das secreções de pele desses anfíbios, sua evolução, seu papel nos ecossistemas. E isso significa que todos perdemos.

Reuber Brandão/ professor da UnB -
Reuber Brandão/ professor da UnB -
Fotos: Reuber Brandão/Professor da UnB -

Falando em ser cientista, o que mais faz brilhar os olhos em um trabalho como esse?

Estudos com a biodiversidade e com a descoberta de novas espécies são bastante empolgantes! Sempre há algo incrível na natureza esperando para ser estudado! E esses trabalhos de campo são geralmente executados por quem gosta de estar na natureza, de aprender com a natureza e de cuidar da natureza. E descrever uma espécie nova, embora não seja algo extremamente raro, é importante para que políticas de conservação sejam tomadas. Se uma espécie é desconhecida, não é possível trabalharmos em sua conservação. Mesmo após anos de estudos no Cerrado, até hoje meus olhos brilham com a biodiversidade! É impressionante e envolvente saber que há todo um mundo natural feito de espécies, relações ecológicas, descobertas e assombros acontecendo ao nosso redor. Tenho certeza de que a natureza será sempre o refúgio de meus sonhos, aprendizados e interesses.

Agora, que a Nyctimantis diadorim está identificada e descrita, o que podemos fazer para melhor conservar a região única em que ela vive?

Ser cientista é sempre um desafio! E o mais importante desafio para quem estuda, aprende e ensina com a natureza é justamente a sua proteção. E precisamos juntar esforços nesse desafio. Esperamos que a beleza e raridade da Nyctimantis diadorim ajudem na proteção do Parque Nacional Grande Sertão Veredas.