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O alto escal&atilde;o da empresa deve se envolver na quest&atilde;o para entender o perfil do profissional e atribuir fun&ccedil;&otilde;es que estejam relacionadas &agrave;s suas habilidades pessoais e ao seu foco de interesse", afirma.</p> <p class="texto">Valmir de Souza, diretor de opera&ccedil;&otilde;es da Biomob, startup especializada em solu&ccedil;&otilde;es de ibilidade, destaca o hiperfoco como principal habilidade de pessoas com o TEA. "Nesse caso, se voc&ecirc; der uma atividade que n&atilde;o requer criatividade, mas requer concentra&ccedil;&atilde;o e repeti&ccedil;&atilde;o, ele vai performar super bem", explica. Essa caracter&iacute;stica faz com que esses profissionais sejam mais detalhistas e anal&iacute;ticos, aspectos cada vez mais valorizadas pelos recrutadores. Al&eacute;m disso, s&atilde;o mais produtivos quando&nbsp;t&ecirc;m uma rotina estabelecida e um bom planejamento.<br /></p> <p class="texto">Carolina tamb&eacute;m&nbsp;aponta os benef&iacute;cios da inser&ccedil;&atilde;o de um autista para o tratamento.&nbsp;"Quando voc&ecirc; consegue envolver essa pessoa na comunidade, exercendo o emprego, conseguindo gerenciar a pr&oacute;pria vida e, quando a gente fala em gerenciar&nbsp;a pr&oacute;pria vida, n&atilde;o significa que precisa ser 100% independente, pois a gente entende que ningu&eacute;m &eacute; 100% independente, mas que a pessoa est&aacute; num ambiente e que ela tem um e necess&aacute;rio para ela viver uma vida com qualidade&nbsp;de vida digna, &eacute; dar o m&iacute;nimo dos direitos b&aacute;sicos."</p> <h3>Inclus&atilde;o limitada</h3> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/09/23/675x450/1_whatsapp_image_2024_09_18_at_16_44_12-40169096.jpeg" width="675" height="450" layout="responsive" alt="Filipe Marques, 35, diagnosticado com TEA na fase adulta: &quot;Autoconhecimento ajuda na carreira&quot;"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Filipe Marques, 35, diagnosticado com TEA na fase adulta: &quot;Autoconhecimento ajuda na carreira&quot;</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Filipe&nbsp;Marques,&nbsp;35 anos, &eacute; servidor p&uacute;blico e foi diagnosticado com TEA j&aacute; adulto, em 2021. "Apesar de eu ter v&aacute;rias dificuldades sociais, v&aacute;rios epis&oacute;dios de estresse e de processamento, eu mesmo consegui disfar&ccedil;ar e ningu&eacute;m percebia que havia algo diferente, al&eacute;m de mim, porque eu sempre percebi que eu destoava do restante do pessoal", diz Felipe.&nbsp;Ele tamb&eacute;m afirma que, agora, sabendo de sua condi&ccedil;&atilde;o, tem mais conhecimento de seus direitos e de suas limita&ccedil;&otilde;es, o que corrobora para o desempenho na carreira.</p> <ul> <li><strong>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;</strong><a href="/revista-do-correio/2024/04/6836977-como-o-diagnostico-tardio-de-autismo-impacta-as-diferentes-fases-da-vida.html">Como o diagn&oacute;stico tardio de autismo impacta as diferentes fases da vida</a></li> </ul> <p class="texto">No entanto, ele relata&nbsp;ter&nbsp;receio de contar sobre sua condi&ccedil;&atilde;o no ambiente de trabalho, pois tem medo de ser subestimado. "N&atilde;o &eacute; que esconda. Se me perguntarem, eu falo. Mas n&atilde;o &eacute; algo que eu saio dizendo para todo mundo. Eu desempenho fun&ccedil;&otilde;es de chefia j&aacute; h&aacute; um tempo no servi&ccedil;o p&uacute;blico e tenho um pouco de receio de que isso possa fazer as pessoas me enxergarem como menos competente", afirma Felipe.</p> <p class="texto">Para o servidor, o mercado de trabalho tem se tornado mais inclusivo, por&eacute;m, ainda &eacute; preciso haver melhorias, sobretudo no que diz respeito a cargos de chefia. "Em muitos lugares falta a inclus&atilde;o m&iacute;nima, e nos lugares onde h&aacute; essa inclus&atilde;o, falta esse cuidado maior de tentar garantir uma maior ibilidade, n&atilde;o s&oacute; para autistas, mas para defici&ecirc;ncias como um todo, em postos de maior n&iacute;vel de complexidade, de maiores n&iacute;veis remunerat&oacute;rios".</p> <h3>Papel do gestor</h3> <p class="texto">A&nbsp;fundadora da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Autismo Comportamento e Interven&ccedil;&atilde;o (Abraci), Lucinete Ferreira de Andrade frisa que s&oacute; disponibilizar vagas n&atilde;o &eacute; efetivo. Ela&nbsp;afirma que "empresas abrem vagas PcD apenas para cumprir protocolos, mas n&atilde;o t&ecirc;m uma pol&iacute;tica inclusiva de verdade, apenas contratam e esperam as execu&ccedil;&otilde;es".&nbsp;Lucinete defende, ainda, que faltam oficinas e cursos preparat&oacute;rios espec&iacute;ficos para o p&uacute;blico com autismo. "A falta de preparo na educa&ccedil;&atilde;o inclusiva faz com que esses jovens abandonem a escola ou chegam esgotados emocionalmente para a inser&ccedil;&atilde;o, o que culmina no abandono da atividade", pondera.</p> <div class="wrapper"> <div class="materia-title"> <ul> <li><a href="/opiniao/2023/04/5084862-artigo-empregue-um-autista.html"><strong>Leia tamb&eacute;m:&nbsp;</strong>Artigo &mdash; Empregue um autista</a></li> </ul> </div> </div> <p class="texto">Visando auxiliar profissionais com TEA nas empresas, al&eacute;m de atrair e reter esses talentos, os gestores devem considerar duas condutas: n&atilde;o duvidar da capacidade deles e ser o mais literal poss&iacute;vel. "A neurodiversidade traz um comportamento muito mais simplista e pr&aacute;tico. Toda informa&ccedil;&atilde;o tem de ser direta e objetiva. N&atilde;o usar analogias, abreviaturas ou termos muitos t&eacute;cnicos. Quanto mais simples for a comunica&ccedil;&atilde;o, mais exitosa ela vai ser", explica Valmir de Souza.</p> <p class="texto">Al&eacute;m de entender as caracter&iacute;sticas desse indiv&iacute;duo e fazer uma adequa&ccedil;&atilde;o conforme as compet&ecirc;ncias que ele tem, Valmir frisa a import&acirc;ncia da aceita&ccedil;&atilde;o. "[&Eacute; essencial] n&atilde;o esperar que o profissional vai reverter um tipo de caracter&iacute;stica dele com o trabalho, porque n&atilde;o vai", afirma o l&iacute;der.&nbsp;</p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/euestudante/ensino-superior/2024/10/6958018-queda-nas-ies-e-nas-matriculas-presenciais-marca-cenario-educacional-no-df-em-2023.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/09/14/_kka8440-29476359.jpg?20241004230026" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Ensino superior</strong> <span>Queda nas IES e nas matrículas presenciais marca cenário educacional do DF em 2023</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/educacao-basica/2024/10/6957861-salao-do-estudante-feira-de-estudos-do-exterior-ocorre-em-brasilia-no-dia-18-de-outubro.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/10/04/freepik-40447615.jpg?20241004191101" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Educação básica</strong> <span>Brasília recebe Salão do Estudante em 18 de outubro</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/educacao-basica/2024/10/6957737-estudantes-veem-as-mudancas-climaticas-como-ameaca-para-as-geracoes-futuras.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/10/04/whatsapp_image_2024_10_04_at_17_20_52-40442678.jpeg?20241004173350" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Educação básica</strong> <span>Estudantes veem mudanças climáticas como ameaça para gerações futuras</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/concursos/2024/10/6957625-agu-vai-recorrer-da-decisao-judicial-que-suspendeu-bloco-do-cnu.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/09/25/brasilia_60_anos_esplanada_dos_ministerios_0420202390_2__1_-40216663.jpg?20241004201104" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>AGU vai recorrer da decisão judicial que suspendeu bloco do CNU</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/concursos/2024/10/6957400-concurso-ppgo-pt-vai-ao-stf-contra-limite-de-vagas-para-mulheres.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/10/04/cats-40435325.jpg?20241004114748" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>Concurso PPGO: PT vai ao STF contra limite de vagas para mulheres</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/ensino-superior/2024/10/6957379-unb-e-a-quinta-melhor-federal-do-pais-em-ranking-da-america-latina.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/08/19/mj1908_65-39515640.jpg?20240820183428" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Ensino superior</strong> <span>UnB é a quinta melhor federal do país em ranking da América Latina</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/10/02/675x450/1_02102024ea_12-40392209.jpg?20241002194129?20241002194129", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Raphaela Peixoto" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 3r274v

Eu, Estudante 361s45

política de inclusão

Nova legislação visa estimular inserção dos autistas no mercado de trabalho 585o4p

Especialistas apontam que questões como preconceito, falta de apoio e assistência adequada são algumas das barreiras que contribuem para a baixa empregabilidade de pessoas com o transtorno no país 3s256n

Publicada no Diário Oficial da União de 4 de outubro, a Lei 14.992/2024 define regras para estimular a contratação, como empregado, aprendiz ou estagiário, de pessoas com TEA. A matéria teve origem no Projeto de Lei (PL) 5.813/2023 e prevê que que a União deverá incorporar ao Sistema Nacional do Emprego (Sine) os dados do Sistema Nacional de Cadastro da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (SisTEA). Além de ações de sensibilização, essa integração visa facilitar a intermediação de oportunidades de trabalho e contratos de aprendizagem, que têm duração de até dois anos.

Em relação aos estágios, foi retirada a obrigatoriedade de agentes de integração entre escolas e empresas darem prioridade ou atenderem os candidatos com TEA de maneira especial, inclusive, na busca por vagas de estágio que se encaixem no perfil deles. Por outro lado, será responsabilidade dos municípios que se unirem ao Sine promover ações voltadas à inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Isso incluirá a realização de feiras de emprego e a sensibilização de empregadores para a contratação dessa parcela.

Américo Júnior, 34 anos, é voluntário na Associação Brasileira de Autismo Comportamento e Intervenção (Abraci). Em seu currículo, tem agem como professor temporário no Instituto de Brasília (IFB) e no Centro de Educação Profissional Escola Técnica de Ceilândia (CEP ETC), além de ter estagiado no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ele é diagnosticado com transtorno do espectro autista (TEA) nível dois de e e avalia que a sociedade ainda não está preparada para a inserção desses profissionais no mercado.

"No que tange ao mercado de trabalho para autistas, falta muita compreensão das pessoas e uma estrutura melhor para que elas possam ser apoiadas e aprender o ofício. Não que nós, com o tempo, não consigamos ter uma desenvoltura suficiente para trabalhar como os outros, mas, principalmente no início, precisamos de apoio e compreensão nas soft skills — conjunto de habilidades ligadas ao comportamento e à interação social —, que é onde eu mais desenvolvia problemas na hora de trabalhar". afirma Américo. 

A inserção de autistas no ambiente corporativo é assegurada também pela Lei 12.764/2012, conhecida como Lei Berenice Piana, que formalizou o reconhecimento dos indivíduos com TEA como pessoas com deficiência (PcD). Essa legislação visa, entre outros aspectos, assegurar que esse grupo tenha o a direitos fundamentais, como saúde, educação e oportunidades no mercado de trabalho, atribuindo ao poder público o dever de: fornecer informações sobre o transtorno e suas implicações; promover a formação e capacitação de profissionais que atendem pessoas com autismo; e incentivar a investigação científica, priorizando estudos relacionados ao transtorno. 

Ainda, os direitos de profissionais com TEA são garantidos pela Lei de Cotas para Pessoas com Deficiência (Lei 8.213/1991), que determina reservas para empregar pessoas com deficiência de acordo com a quantidade de funcionários: de 100 a 200 empregados, a proporção legal é de 2%; de 201 a 500, de 3%; e de 501 a 1.000, de 4%. As empresas com mais de 1.001 funcionários devem reservar 5% das vagas para esse grupo e a contratação de profissionais com TEA é opcional para empresas com menos de 100 funcionários. As multas para organizações que descumprirem a legislação podem chegar a R$ 228 mil.

No Brasil, estima-se que há mais de 2 milhões de pessoas com TEA, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesse cenário, pesquisa do IBGE revelou que 85% dos profissionais autistas estão fora do mercado de trabalho. A psicóloga especialista em análise do comportamento aplicada (ABA) Carolina os afirma que essas pessoas não só enfrentam desafios para conseguir uma vaga, mas também na manutenção daquele trabalho. Segundo ela, independentemente do grau de instrução e do prejuízo intelectual que profissionais autistas possam ter, a dificuldade é comum para todos. Porém, muitas dessas barreiras poderiam ser solucionadas com uma mudança cultural capaz de provocar maior compreensão da neurodiversidade no país. 

Habilidades 5t471j

 

O transtorno está dividido em três níveis de e, que vão definir o comportamento do profissional no mercado de trabalho, sendo o nível 3 o mais severo. De acordo com o especialista em governança corporativa Roberto Gonzalez, os traços se manifestam de diferentes maneiras e em diferentes graus, e podem representar ganhos às organizações, quando bem direcionados. "É preciso desmistificar uma série de estereótipos quando falamos de contratar uma pessoa autista. O alto escalão da empresa deve se envolver na questão para entender o perfil do profissional e atribuir funções que estejam relacionadas às suas habilidades pessoais e ao seu foco de interesse", afirma.

Valmir de Souza, diretor de operações da Biomob, startup especializada em soluções de ibilidade, destaca o hiperfoco como principal habilidade de pessoas com o TEA. "Nesse caso, se você der uma atividade que não requer criatividade, mas requer concentração e repetição, ele vai performar super bem", explica. Essa característica faz com que esses profissionais sejam mais detalhistas e analíticos, aspectos cada vez mais valorizadas pelos recrutadores. Além disso, são mais produtivos quando têm uma rotina estabelecida e um bom planejamento.

Carolina também aponta os benefícios da inserção de um autista para o tratamento. "Quando você consegue envolver essa pessoa na comunidade, exercendo o emprego, conseguindo gerenciar a própria vida e, quando a gente fala em gerenciar a própria vida, não significa que precisa ser 100% independente, pois a gente entende que ninguém é 100% independente, mas que a pessoa está num ambiente e que ela tem um e necessário para ela viver uma vida com qualidade de vida digna, é dar o mínimo dos direitos básicos."

Inclusão limitada 1395j

Arquivo Pessoal - Filipe Marques, 35, diagnosticado com TEA na fase adulta: "Autoconhecimento ajuda na carreira"

Filipe Marques, 35 anos, é servidor público e foi diagnosticado com TEA já adulto, em 2021. "Apesar de eu ter várias dificuldades sociais, vários episódios de estresse e de processamento, eu mesmo consegui disfarçar e ninguém percebia que havia algo diferente, além de mim, porque eu sempre percebi que eu destoava do restante do pessoal", diz Felipe. Ele também afirma que, agora, sabendo de sua condição, tem mais conhecimento de seus direitos e de suas limitações, o que corrobora para o desempenho na carreira.

No entanto, ele relata ter receio de contar sobre sua condição no ambiente de trabalho, pois tem medo de ser subestimado. "Não é que esconda. Se me perguntarem, eu falo. Mas não é algo que eu saio dizendo para todo mundo. Eu desempenho funções de chefia já há um tempo no serviço público e tenho um pouco de receio de que isso possa fazer as pessoas me enxergarem como menos competente", afirma Felipe.

Para o servidor, o mercado de trabalho tem se tornado mais inclusivo, porém, ainda é preciso haver melhorias, sobretudo no que diz respeito a cargos de chefia. "Em muitos lugares falta a inclusão mínima, e nos lugares onde há essa inclusão, falta esse cuidado maior de tentar garantir uma maior ibilidade, não só para autistas, mas para deficiências como um todo, em postos de maior nível de complexidade, de maiores níveis remuneratórios".

Papel do gestor 5c611c

A fundadora da Associação Brasileira de Autismo Comportamento e Intervenção (Abraci), Lucinete Ferreira de Andrade frisa que só disponibilizar vagas não é efetivo. Ela afirma que "empresas abrem vagas PcD apenas para cumprir protocolos, mas não têm uma política inclusiva de verdade, apenas contratam e esperam as execuções". Lucinete defende, ainda, que faltam oficinas e cursos preparatórios específicos para o público com autismo. "A falta de preparo na educação inclusiva faz com que esses jovens abandonem a escola ou chegam esgotados emocionalmente para a inserção, o que culmina no abandono da atividade", pondera.

Visando auxiliar profissionais com TEA nas empresas, além de atrair e reter esses talentos, os gestores devem considerar duas condutas: não duvidar da capacidade deles e ser o mais literal possível. "A neurodiversidade traz um comportamento muito mais simplista e prático. Toda informação tem de ser direta e objetiva. Não usar analogias, abreviaturas ou termos muitos técnicos. Quanto mais simples for a comunicação, mais exitosa ela vai ser", explica Valmir de Souza.

Além de entender as características desse indivíduo e fazer uma adequação conforme as competências que ele tem, Valmir frisa a importância da aceitação. "[É essencial] não esperar que o profissional vai reverter um tipo de característica dele com o trabalho, porque não vai", afirma o líder.