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Realizado anualmente pelo Instituto Rio Branco (IRBr) e pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avalia&ccedil;&atilde;o e Sele&ccedil;&atilde;o e de Promo&ccedil;&atilde;o de Eventos (Cebraspe), o Concurso de iss&atilde;o &agrave; Carreira de Diplomata (CACD) prev&ecirc;, na segunda fase deste ano, a convoca&ccedil;&atilde;o adicional de at&eacute; 75 candidatas do g&ecirc;nero feminino.&nbsp;</p> <div>&ldquo;Verificou-se que, historicamente, as mulheres inscritas n&atilde;o obt&ecirc;m bons resultados no teste de pr&eacute;-sele&ccedil;&atilde;o e, portanto, n&atilde;o atingem a segunda fase, que &eacute; onde os conhecimentos dos candidatos s&atilde;o verificados de maneira aprofundada&rdquo;, revela ao <strong>Correio</strong> a diretora-geral do IRBr, embaixadora Mitzi Gurgel Valente da Costa.&nbsp;</div> <div>A medida, tomada no &acirc;mbito do Programa Federal de A&ccedil;&otilde;es Afirmativas (PFAA) do governo, n&atilde;o altera o crit&eacute;rio de aprova&ccedil;&atilde;o geral do concurso, que prioriza as maiores notas. &ldquo;Note-se que n&atilde;o h&aacute; corte no n&uacute;mero de homens selecionados ao fim da primeira fase, e sim a amplia&ccedil;&atilde;o do n&uacute;mero de mulheres que am &agrave; fase seguinte&rdquo;, esclarece Mitzi. A amplia&ccedil;&atilde;o diferencia-se, ainda, da reserva para pessoas negras e com defici&ecirc;ncia, que atendem &agrave; legisla&ccedil;&atilde;o.&nbsp;</div> <div>Outras novidades s&atilde;o a redu&ccedil;&atilde;o do n&uacute;mero de fases, de tr&ecirc;s para duas, e a nova op&ccedil;&atilde;o de escolha entre espanhol e franc&ecirc;s, permitindo maior diversidade de candidatos nos campos econ&ocirc;mico, social e regional. O CACD oferece 50 vagas, com remunera&ccedil;&atilde;o inicial de R$ 20.926,98. As inscri&ccedil;&otilde;es foram encerradas em 26 de julho.&nbsp;&nbsp;<br /></div> <h3>O que muda&nbsp;</h3> <div>Haver&aacute; a convoca&ccedil;&atilde;o para a segunda fase das 140 pessoas mais bem classificadas em ampla concorr&ecirc;ncia, incluindo homens e mulheres. Em seguida, com a atualiza&ccedil;&atilde;o do edital, ser&atilde;o chamadas as 35 mulheres mais bem posicionadas. O &oacute;rg&atilde;o tamb&eacute;m convocar&aacute; 140 pessoas negras, entre homens e mulheres, mais 35 mulheres negras; bem como 20 pessoas com defici&ecirc;ncia e mais cinco mulheres PcD.&nbsp;</div> <div>Os candidatos aprovados nas fases no concurso <strong>(veja o quadro abaixo)</strong> ingressam no cargo de terceiro secret&aacute;rio da carreira de diplomata, de acordo com a ordem de classifica&ccedil;&atilde;o obtida <strong>(confira abaixo os requisitos para tomar posse)</strong>. A forma&ccedil;&atilde;o dos profissionais tem dura&ccedil;&atilde;o de tr&ecirc;s a quatro semestres e inicia-se no curso do IRBr, a mais antiga escola de governo do Brasil, reconhecida como uma das melhores academias diplom&aacute;ticas do mundo.&nbsp;</div> <p class="texto">&nbsp;<div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/07/24/trabalho_requisitos_posse_concurso-39103558.jpg" width="1752" height="1204" layout="responsive" alt="Requisitos para tomar posse do cargo de diplomata e cronograma do CACD 2024"></amp-img> <figcaption>editoria de arte - <b>Requisitos para tomar posse do cargo de diplomata e cronograma do CACD 2024</b></figcaption> </div></p> <h3>Conscientiza&ccedil;&atilde;o</h3> <div>Preparando-se para o concurso, a brasiliense Camila Araujo Tan&uacute;s Galv&atilde;o, 23 anos, ressalta que a participa&ccedil;&atilde;o feminina na diplomacia brasileira &eacute; crucial n&atilde;o apenas para garantir uma representa&ccedil;&atilde;o aut&ecirc;ntica do pa&iacute;s, onde a popula&ccedil;&atilde;o &eacute; composta majoritariamente por mulheres &mdash; 51,5%, segundo o Censo Demogr&aacute;fico 2022 &mdash;, mas tamb&eacute;m para enriquecer as pol&iacute;ticas externas com diversidade de perspectivas e experi&ecirc;ncias.&nbsp;</div> <div>&ldquo;&Eacute; fundamental reconhecer que essa representa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o pode ser limitada apenas &agrave;s mulheres brancas, como &eacute; o meu caso. &Eacute; necess&aacute;rio incluir mulheres negras, ind&iacute;genas, LGBTQIA+, pessoas com defici&ecirc;ncia e de diferentes faixas et&aacute;rias. A diversidade na diplomacia brasileira permite refletir a complexidade e a pluralidade de nossa sociedade&rdquo;, defende.&nbsp;</div> <div>Estudante de rela&ccedil;&otilde;es internacionais na Universidade de Bras&iacute;lia (UnB), Camila conta que foi exposta ao tema desde o primeiro dia de aula, a partir de uma din&acirc;mica proposta pelo professor. &ldquo;Durante a aula de introdu&ccedil;&atilde;o, meu professor levou uma bola de futebol americano e pediu para que cada aluno falasse uma semelhan&ccedil;a entre o esporte e a diplomacia. No final, a resposta esperada por ele era que, assim como naquele ambiente esportivo, na diplomacia predominavam homens.&rdquo;&nbsp;</div> <h3>Luta constante&nbsp;</h3> <div>De 2019, quando entrou no curso, para c&aacute;, ela v&ecirc; poucos avan&ccedil;os em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; paridade de g&ecirc;nero na carreira e reconhece que ainda h&aacute; muito a ser feito. &ldquo;&Eacute; triste que cinco anos depois dessa aula tenham ocorrido poucas melhorias. Minha esperan&ccedil;a &eacute; que o Programa Federal de A&ccedil;&otilde;es Afirmativas (PFAA) institu&iacute;do no edital de 2024 ajude a avan&ccedil;ar ainda mais nesse quesito&rdquo;, almeja a graduanda.&nbsp;&nbsp;<br /></div> <div>Durante a gradua&ccedil;&atilde;o, assistindo a uma palestra, Camila conheceu uma diplomata interessada em montar um grupo de estudos para a diplomacia exclusivamente com mulheres. &ldquo;Felizmente, nosso contato perdura e algo que ela sempre mencionou foi a luta para mulheres chefiarem cargos mais estrat&eacute;gicos e disputados dentro do Itamaraty. Fico feliz em desde j&aacute; acompanhar o crescimento da Associa&ccedil;&atilde;o das Mulheres Diplomatas Brasileiras (AMDB) e ver que, apesar de devagar, aos poucos isso est&aacute; mudando. 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As mulheres t&ecirc;m chefiado poucos postos diplom&aacute;ticos. Isso &eacute; apenas um exemplo do qu&atilde;o desigual ainda estamos em quest&atilde;o de g&ecirc;nero&rdquo;, exp&otilde;e, referindo-se &agrave; distribui&ccedil;&atilde;o de cargos para homens e mulheres no quadro nacional &mdash; 77% contra 23%, respectivamente.&nbsp;</div> <div>Moradora de Cachoeira, Bahia, Sara tamb&eacute;m reflete sobre o desafio de ar no certame sendo uma mulher negra no Brasil. &ldquo;Talvez isso seja apenas o come&ccedil;o dos v&aacute;rios desafios que encontrarei sendo uma diplomata negra. N&atilde;o acredito que ser&aacute; f&aacute;cil&rdquo;, diz. Al&eacute;m disso, sendo m&atilde;e solo, ela ter&aacute; de se preocupar ainda mais com os cuidados e o bem-estar da filha, Kwena Dandara, 4 anos, caso precise se mudar para Bras&iacute;lia. &ldquo;Eu penso nisso todos os dias; em qual escola a minha filha vai estudar, se ela se sentir&aacute; acolhida, qual casa ou apartamento ficarei etc.&rdquo;&nbsp;</div> <div>&ldquo;Eu cresci ouvindo que primeiro eu teria de priorizar limpar, deixar a casa organizada e cozinhar, e s&oacute; depois eu poderia estudar. Ouvia isso tendo menos de 18 anos e era assim que eu seguia a minha rotina, mesmo sabendo que era injusto, j&aacute; que meus irm&atilde;os homens n&atilde;o precisavam dessas obriga&ccedil;&otilde;es&rdquo;, lembra. Sara afirma que as demandas de cuidado que recaem sobre a mulher acabam dificultando a rotina de estudos: &ldquo;O mundo precisa e depende muito de n&oacute;s, mulheres, e &eacute; por isso que, muitas vezes, focar apenas nos estudos ou &lsquo;ape - nas&rsquo; em estudar e trabalhar &eacute; um&nbsp;&nbsp; privil&eacute;gio. Ent&atilde;o, sim, equiparar as vagas entre g&ecirc;neros &eacute; mais que necess&aacute;rio.&rdquo;&nbsp;</div> <h3>A&ccedil;&otilde;es afirmativas</h3> <div>Sara Rodrigues se candidatou &agrave;s vagas reservadas para cotas raciais, j&aacute; que n&atilde;o h&aacute; cotas espec&iacute;ficas para mulheres ou mulheres negras. &ldquo;Eu sou fruto das a&ccedil;&otilde;es afirmativas. Aos 12 anos, minha fam&iacute;lia ou a receber o Bolsa-Escola (atual Bolsa Fam&iacute;lia). Isso me ajudou a concluir o ensino b&aacute;sico. No vestibular, concorri por meio das reservas de vagas como estudante negra de escola p&uacute;blica. Durante a gradua&ccedil;&atilde;o, foi necess&aacute;rio, para poder concluir os estudos com &ecirc;xito. No mestrado, da mesma forma. Ent&atilde;o, para concorrer a uma vaga no Itamaraty, n&atilde;o seria diferente&rdquo;, compartilha Sara.</div> <div>Ela destaca, ainda, a import&acirc;ncia de pol&iacute;ticas de inclus&atilde;o e da conscientiza&ccedil;&atilde;o de institui&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas, como o MRE, numa na&ccedil;&atilde;o de desigualdades. &ldquo;&Eacute; por meio das a&ccedil;&otilde;es afirmativas que consigo enxergar mais possibilidades para encarar uma prova t&atilde;o elitista em um pa&iacute;s muito desigual e racista. Portanto, as cotas para pessoas negras s&atilde;o essenciais. Representar o Brasil no exterior sendo uma mulher preta &eacute; de suma import&acirc;ncia para o Itamaraty ", reitera.</div> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/euestudante/educacao-basica/2024/07/6906216-escola-estadual-vladimir-herzog-desiste-de-modelo-civico-militar.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/png/2024/07/25/eevh-39117418.png?20240725131503" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Educação básica</strong> <span>Após pressão, Escola Estadual Vladimir Herzog desiste de modelo cívico-militar</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/concursos/2024/07/6906162-cidade-baiana-divulga-concurso-publico-com-salarios-acima-de-rs-12-mil.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/02/16/concurso-35059208.jpg?20240617152020" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>Cidade baiana divulga concurso público com salários acima de R$ 12 mil</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/ensino-superior/2024/07/6906124-beyonce-doa-rs-150-mil-em-bolsas-de-estudo-para-universidade-da-bahia.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/12/22/bey-33635383.jpg?20240725130550" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Ensino superior</strong> <span>Beyoncé doa R$ 150 mil em bolsas de estudo para Universidade da Bahia </span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/concursos/2024/07/6906108-concurso-ibama-contratacao-da-organizadora-esta-prevista-para-setembro.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/08/23/cbpfot070220140946-6820464.jpg?20240725111745" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>Concurso Ibama: contratação da organizadora está prevista para setembro</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/concursos/2024/07/6906065-concurso-tjsc-resultado-definitivo-na-prova-objetiva-e-divulgado.html"> <amp-img src="http://imgsapp.concursos.correioweb.com.br/app/noticia_137279516236/2020/07/20/40907/20200720091605169164a.jpg" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>Tribunal de Justiça de SC divulga resultado definitivo na prova objetiva </span> </div> </a> </li> <li> <a href="/euestudante/concursos/2024/07/6906025-concurso-cnj-resultado-final-das-provas-objetivas-e-divulgado.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/07/25/52405496113_3c6730e2d7_c-39108758.jpg?20240725092912" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Concursos</strong> <span>Concurso CNJ: resultado final das provas objetivas é divulgado</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/07/23/675x450/1_mj2307_03-39075482.jpg?20240724102932?20240724102932", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Marina Rodrigues" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } r4a48

Eu, Estudante 361s45

rumo à equidade

Concurso para diplomata: mais chances para mulheres em 2024 k202z

Atualização do CACD neste ano inclui, pela primeira vez, mecanismo de proporcionalidade de gênero entre as etapas da seleção. Mulheres que se preparam para o certame revelam suas percepções sobre a mudança d185h

Pessoas de todo o Brasil, em especial, as mulheres, têm mais uma chance de ingressar na carreira diplomática e compor os quadros do Ministério das Relações Exteriores (MRE) — ou Itamaraty, como é conhecido. Realizado anualmente pelo Instituto Rio Branco (IRBr) e pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), o Concurso de issão à Carreira de Diplomata (CACD) prevê, na segunda fase deste ano, a convocação adicional de até 75 candidatas do gênero feminino. 

“Verificou-se que, historicamente, as mulheres inscritas não obtêm bons resultados no teste de pré-seleção e, portanto, não atingem a segunda fase, que é onde os conhecimentos dos candidatos são verificados de maneira aprofundada”, revela ao Correio a diretora-geral do IRBr, embaixadora Mitzi Gurgel Valente da Costa. 
A medida, tomada no âmbito do Programa Federal de Ações Afirmativas (PFAA) do governo, não altera o critério de aprovação geral do concurso, que prioriza as maiores notas. “Note-se que não há corte no número de homens selecionados ao fim da primeira fase, e sim a ampliação do número de mulheres que am à fase seguinte”, esclarece Mitzi. A ampliação diferencia-se, ainda, da reserva para pessoas negras e com deficiência, que atendem à legislação. 
Outras novidades são a redução do número de fases, de três para duas, e a nova opção de escolha entre espanhol e francês, permitindo maior diversidade de candidatos nos campos econômico, social e regional. O CACD oferece 50 vagas, com remuneração inicial de R$ 20.926,98. As inscrições foram encerradas em 26 de julho.  

O que muda  6v671u

Haverá a convocação para a segunda fase das 140 pessoas mais bem classificadas em ampla concorrência, incluindo homens e mulheres. Em seguida, com a atualização do edital, serão chamadas as 35 mulheres mais bem posicionadas. O órgão também convocará 140 pessoas negras, entre homens e mulheres, mais 35 mulheres negras; bem como 20 pessoas com deficiência e mais cinco mulheres PcD. 
Os candidatos aprovados nas fases no concurso (veja o quadro abaixo) ingressam no cargo de terceiro secretário da carreira de diplomata, de acordo com a ordem de classificação obtida (confira abaixo os requisitos para tomar posse). A formação dos profissionais tem duração de três a quatro semestres e inicia-se no curso do IRBr, a mais antiga escola de governo do Brasil, reconhecida como uma das melhores academias diplomáticas do mundo. 

 

editoria de arte - Requisitos para tomar posse do cargo de diplomata e cronograma do CACD 2024

Conscientização 6f3t2c

Preparando-se para o concurso, a brasiliense Camila Araujo Tanús Galvão, 23 anos, ressalta que a participação feminina na diplomacia brasileira é crucial não apenas para garantir uma representação autêntica do país, onde a população é composta majoritariamente por mulheres — 51,5%, segundo o Censo Demográfico 2022 —, mas também para enriquecer as políticas externas com diversidade de perspectivas e experiências. 
“É fundamental reconhecer que essa representação não pode ser limitada apenas às mulheres brancas, como é o meu caso. É necessário incluir mulheres negras, indígenas, LGBTQIA+, pessoas com deficiência e de diferentes faixas etárias. A diversidade na diplomacia brasileira permite refletir a complexidade e a pluralidade de nossa sociedade”, defende. 
Estudante de relações internacionais na Universidade de Brasília (UnB), Camila conta que foi exposta ao tema desde o primeiro dia de aula, a partir de uma dinâmica proposta pelo professor. “Durante a aula de introdução, meu professor levou uma bola de futebol americano e pediu para que cada aluno falasse uma semelhança entre o esporte e a diplomacia. No final, a resposta esperada por ele era que, assim como naquele ambiente esportivo, na diplomacia predominavam homens.” 

Luta constante  g7331

De 2019, quando entrou no curso, para cá, ela vê poucos avanços em relação à paridade de gênero na carreira e reconhece que ainda há muito a ser feito. “É triste que cinco anos depois dessa aula tenham ocorrido poucas melhorias. Minha esperança é que o Programa Federal de Ações Afirmativas (PFAA) instituído no edital de 2024 ajude a avançar ainda mais nesse quesito”, almeja a graduanda.  
Durante a graduação, assistindo a uma palestra, Camila conheceu uma diplomata interessada em montar um grupo de estudos para a diplomacia exclusivamente com mulheres. “Felizmente, nosso contato perdura e algo que ela sempre mencionou foi a luta para mulheres chefiarem cargos mais estratégicos e disputados dentro do Itamaraty. Fico feliz em desde já acompanhar o crescimento da Associação das Mulheres Diplomatas Brasileiras (AMDB) e ver que, apesar de devagar, aos poucos isso está mudando. No entanto, acredito que esse ainda será um desafio que eu vou encontrar.” 

Dupla missão 5s4ku

Arquivo pessoal -
A professora de inglês Sara Rodrigues, 33 anos, também está se preparando para o concurso. Ela vê a medida como necessária diante do padrão masculino que ainda marca a atuação da categoria.”É uma carreira que exala masculinidade. As mulheres têm chefiado poucos postos diplomáticos. Isso é apenas um exemplo do quão desigual ainda estamos em questão de gênero”, expõe, referindo-se à distribuição de cargos para homens e mulheres no quadro nacional — 77% contra 23%, respectivamente. 
Moradora de Cachoeira, Bahia, Sara também reflete sobre o desafio de ar no certame sendo uma mulher negra no Brasil. “Talvez isso seja apenas o começo dos vários desafios que encontrarei sendo uma diplomata negra. Não acredito que será fácil”, diz. Além disso, sendo mãe solo, ela terá de se preocupar ainda mais com os cuidados e o bem-estar da filha, Kwena Dandara, 4 anos, caso precise se mudar para Brasília. “Eu penso nisso todos os dias; em qual escola a minha filha vai estudar, se ela se sentirá acolhida, qual casa ou apartamento ficarei etc.” 
“Eu cresci ouvindo que primeiro eu teria de priorizar limpar, deixar a casa organizada e cozinhar, e só depois eu poderia estudar. Ouvia isso tendo menos de 18 anos e era assim que eu seguia a minha rotina, mesmo sabendo que era injusto, já que meus irmãos homens não precisavam dessas obrigações”, lembra. Sara afirma que as demandas de cuidado que recaem sobre a mulher acabam dificultando a rotina de estudos: “O mundo precisa e depende muito de nós, mulheres, e é por isso que, muitas vezes, focar apenas nos estudos ou ‘ape - nas’ em estudar e trabalhar é um   privilégio. Então, sim, equiparar as vagas entre gêneros é mais que necessário.” 

Ações afirmativas 5c5v6l

Sara Rodrigues se candidatou às vagas reservadas para cotas raciais, já que não há cotas específicas para mulheres ou mulheres negras. “Eu sou fruto das ações afirmativas. Aos 12 anos, minha família ou a receber o Bolsa-Escola (atual Bolsa Família). Isso me ajudou a concluir o ensino básico. No vestibular, concorri por meio das reservas de vagas como estudante negra de escola pública. Durante a graduação, foi necessário, para poder concluir os estudos com êxito. No mestrado, da mesma forma. Então, para concorrer a uma vaga no Itamaraty, não seria diferente”, compartilha Sara.
Ela destaca, ainda, a importância de políticas de inclusão e da conscientização de instituições públicas, como o MRE, numa nação de desigualdades. “É por meio das ações afirmativas que consigo enxergar mais possibilidades para encarar uma prova tão elitista em um país muito desigual e racista. Portanto, as cotas para pessoas negras são essenciais. Representar o Brasil no exterior sendo uma mulher preta é de suma importância para o Itamaraty ", reitera.