Mau desempenho

Universidades brasileiras sofrem queda em ranking mundial

Falta de investimento é apontado como fator chave para queda de 87% das universidades do país listadas no top 2000, de acordo com Centro para Rankings Universitários Mundiais

Francisco Artur de Lima
postado em 02/06/2025 16:16 / atualizado em 02/06/2025 16:17
Uma das sete instituições que subiram no ranking, a Universidade de Brasília saltou de 836º para 833º posição na lista -  (crédito: UnB/Reprodução)
Uma das sete instituições que subiram no ranking, a Universidade de Brasília saltou de 836º para 833º posição na lista - (crédito: UnB/Reprodução)

Novo ranking internacional de instituições de ensino superior revela um cenário preocupante para as universidades brasileiras. A edição 2025 do ranking do Centro para Rankings Universitários Mundiais (CWUR), divulgada nesta segunda-feira (2/6), mostra que 87% das universidades do país listadas no top 2000 registraram queda.

Em números, isso significa que, das 53 universidades brasileiras presentes na lista das 2000 melhores do mundo, 46 registraram declínio em suas posições. Apenas sete instituições conseguiram subir no ranking.

Segundo o CWUR, o principal fator para o declínio das universidades brasileiras é o desempenho em pesquisa. Esse enfraquecimento acontece em meio a uma intensificada competição global de instituições que são "bem financiadas". A falta de investimento do governo também é citada como um fator crucial que contribuiu para essa queda massiva das instituições brasileiras.

Quedas

A Universidade de São Paulo (USP) caiu uma posição, ando do 117º para o 118º lugar. Apesar disso, a USP manteve sua liderança no continente, ficando à frente da Universidade Nacional Autônoma do México (282º), da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro, 331º) e da Unicamp (Universidade de Campinas, 369º).

Uma das sete instituições que subiram no ranking, a Universidade de Brasília (UnB) saltou de 836º para 833º posição na lista.

Confira a lista das sete universidades públicas que subiram no ranking do Centro para Rankings Universitários Mundiais:

  • Universidade Federal do Rio de Janeiro [de 401º para 331º ]
  • Universidade Estadual de Campinas [de 370º para 369º]
  • Universidade de Brasília [de 836º para 833º]
  • Universidade Federal de Mato Grosso do Sul [de 1396º para 1367º]
  • Universidade Tecnológica Federal do Paraná [de 1465º para 1455º]
  • Universidade Federal do Rio Grande [de 1677º para 1644º]
  • Universidade Federal do Triângulo Mineiro [de 1868º para 1836º]

Preocupante

Nadim Mahassen, presidente do CWUR, diz que, "com 53 universidades no ranking, o Brasil está bem representado entre as melhores universidades do mundo". No entanto, ele considera "alarmante a queda das instituições acadêmicas devido ao enfraquecimento do desempenho em pesquisa e ao limitado apoio financeiro do governo".

Mahassen alerta que, "sem financiamento mais forte e planejamento estratégico, o Brasil corre o risco de ficar ainda mais para trás no cenário acadêmico global em rápida evolução". Ele ainda contrapõe a situação brasileira com a de outros países que estão priorizando o desenvolvimento da educação e da ciência em suas agendas.

O cenário global do ranking de 2025 mostra a liderança contínua de instituições americanas como Harvard (1ª), MIT (2ª) e Stanford (3ª), com as britânicas Cambridge e Oxford sendo as públicas mais bem avaliadas globalmente. A China superou os Estados Unidos em número de universidades no top 2000, com 346 contra 319.

O ranking do CWUR analisou 21.462 universidades com base em quatro fatores principais: qualidade da educação (25%), empregabilidade (25%), qualidade do corpo docente (10%) e, o mais pesado, pesquisa (40%).

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