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Ela faz parte da comiss&atilde;o de pais e diz que, inicialmente, 42 alunos deixaram de frequentar as aulas.</p> <p class="texto">Segundo ela, por&eacute;m, a escola fez press&atilde;o para que os alunos retornassem &agrave;s aulas. "Eles falaram que se a gente n&atilde;o mandasse eles para a escola, o Conselho Tutelar iria tirar a guarda dos nossos filhos porque estar&iacute;amos sendo negligentes. Muitos ficaram com medo e voltaram."</p> <p class="texto">Atualmente s&atilde;o 9 fam&iacute;lias que n&atilde;o mandam os filhos para a escola h&aacute; dois meses. O filho de Alice est&aacute; entre eles e ela &eacute; taxativa em explicar a recusa. "A partir do momento que voc&ecirc; sabe que o risco existe, voc&ecirc; vai mandar seu filho pra l&aacute;? Eu n&atilde;o tenho coragem de mandar porque pode acontecer (o rompimento) e ele n&atilde;o conseguir se salvar. Como vou me sentir o resto da vida pensando que eu poderia ter evitado e n&atilde;o fiz. Eu prefiro que ele perca o ano escolar do que a vida. Estudo ele pode retomar em qualquer momento, a vida n&atilde;o."</p> <p class="texto">A vendedora lembra das v&iacute;timas do <a href="https://correiobraziliense-br.rndiario.com/app/noticia/gerais/2019/01/25/interna_gerais,1024468/barragem-de-rejeitos-da-vale-se-rompe-em-brumadinho.shtml">rompimento da barragem do C&oacute;rrego do Feij&atilde;o</a> que ainda seguem desaparecidas. Ela diz que conhece uma das fam&iacute;lias e acompanha o sofrimento de perto. "N&atilde;o quero ar por isso."</p> <p class="texto">Alice afirma que muitos pais que decidiram autorizar a volta dos filhos &agrave;s aulas fazem por medo de repres&aacute;lia, por ter algum parente que trabalha na mineradora ou no servi&ccedil;o p&uacute;blico.</p> <p class="texto">Ela conta que pediu &agrave; institui&ccedil;&atilde;o de ensino para enviar a mat&eacute;ria, atividades para os alunos fazerem em casa e at&eacute; a possibilidade de aulas on-line. 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Ela sofre de depress&atilde;o e entrou em desespero."</p> <p class="texto">O filho do casal ficou duas semanas sem frequentar a escola e, por medo de serem responsabilizados pelo Conselho Tutelar, decidiram mandar o menino para casa da av&oacute; materna, em Funil&acirc;ndia, pr&oacute;ximo &agrave; Sete Lagoas. A esposa dele se reveza entre as duas casas para ficar perto do &uacute;nico filho.</p> <p class="texto">O pintor relata que quando foi pegar a transfer&ecirc;ncia do menino ficou sabendo que a Secretaria de Educa&ccedil;&atilde;o do munic&iacute;pio n&atilde;o ia permitir que os alunos fossem para outras escolas da regi&atilde;o. 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Segundo ela, com essas informa&ccedil;&otilde;es, a Ag&ecirc;ncia Nacional de Minera&ccedil;&atilde;o vai dar um encaminhamento para o caso.</p> <p class="texto">Sobre a possibilidade de transferir os nove alunos para outras escolas, ela explicou que isso abriria uma brecha para que outros estudantes tamb&eacute;m fizessem o mesmo pedido e que n&atilde;o seria poss&iacute;vel dar esse e a todos.</p> <p class="texto">Em rela&ccedil;&atilde;o a uma assist&ecirc;ncia aos alunos que n&atilde;o est&atilde;o frequentando as aulas, ela respondeu que a quest&atilde;o deve ser analisada pela secretaria Municipal de Educa&ccedil;&atilde;o.</p> <p class="texto">Questionada sobre o tempo que demora para os rejeitos chegarem &agrave; escola numa situa&ccedil;&atilde;o de rompimento, respondeu que os estudos da Vallourec apontam para 22 minutos. Al&eacute;m disso, segundo ela, a lama atingiria sete metros, ando pela quadra esportiva, onde h&aacute; aulas de educa&ccedil;&atilde;o f&iacute;sica. O ponto m&aacute;ximo de rejeitos seria o audit&oacute;rio da escola e n&atilde;o chegariam &agrave;s salas de aula.</p> <h3>Comiss&atilde;o da ALMG acompanha a situa&ccedil;&atilde;o</h3> <p class="texto">A Comiss&atilde;o de Educa&ccedil;&atilde;o, Ci&ecirc;ncia e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) fez uma visita &agrave; escola nessa segunda-feira (4/7). A deputada Beatriz Cerqueira (PT), que preside a comiss&atilde;o e solicitou a visita, enfatizou que a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; grave.</p> <p class="texto">De acordo com ela, a comiss&atilde;o vai pedir uma media&ccedil;&atilde;o para o problema via Judici&aacute;rio, vai buscar entendimentos no MP e somar esfor&ccedil;os com a comunidade para que a empresa transfira a escola at&eacute; que haja o descomissionamento da barragem.</p> <p class="texto">No fim da visita, o grupo percorreu a rota de fuga, desde a quadra da escola, e contabilizando o tempo at&eacute; a Igreja do Ros&aacute;rio, que &eacute; o ponto de encontro.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/07/05/675x450/1_1-26003012.jpg" width="675" height="450" layout="responsive" alt="Pais em frente &agrave; Escola Municipal Padre Xisto, em Piedade do Paraopeba, distrito de Brumadinho"></amp-img> <figcaption>Luiz Santana/ALMG/Divulga&ccedil;&atilde;o - <b>Pais em frente &agrave; Escola Municipal Padre Xisto, em Piedade do Paraopeba, distrito de Brumadinho</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">O trajeto &iacute;ngreme levou 3 minutos e 42 segundos. "N&atilde;o sabemos ao certo a velocidade da lama em caso de rompimento. S&oacute; sabemos que, na pr&aacute;tica, para se ter o impacto demora menos do que o apontado nos estudos. E esse tempo que gastamos at&eacute; aqui foi executado por adultos, fora de uma situa&ccedil;&atilde;o de p&acirc;nico", disse Beatriz.</p> <h3>Respostas</h3> <p class="texto">A Prefeitura de Brumadinho, por meio da Secretaria Municipal de Educa&ccedil;&atilde;o, afirmou, em nota que, "preocupada com a seguran&ccedil;a e bem estar dos alunos, acionou o Minist&eacute;rio P&uacute;blico que informou ter solicitado uma auditoria sobre a real situa&ccedil;&atilde;o da barragem de Santa B&aacute;rbara (Vallourec)."</p> <p class="texto">"Diante dos estudos que est&atilde;o sendo realizados, os &oacute;rg&atilde;os respons&aacute;veis por fiscalizar e monitorar barragens atestam a estabilidade da mesma que se encontra no n&iacute;vel zero de criticidade, sem risco iminente de transbordamento."</p> <p class="texto">A secretaria Municipal de Meio Ambiente, ressalta tamb&eacute;m, que a barragem de Santa B&aacute;rbara &eacute; de sedimentos e n&atilde;o de rejeitos. Por isso, cumpre uma fun&ccedil;&atilde;o de drenagem e conten&ccedil;&atilde;o do volume de &aacute;guas da chuva, "essencial para a seguran&ccedil;a da popula&ccedil;&atilde;o e sua descaracteriza&ccedil;&atilde;o deve ser definida a partir de estudos criteriosos de avalia&ccedil;&atilde;o de risco."</p> <p class="texto">J&aacute; a secretaria de Educa&ccedil;&atilde;o informa que a Escola Municipal Padre Xisto tem 269 alunos e que hoje 260 est&atilde;o frequentando as aulas normalmente.</p> <p class="texto">"Esclarecemos ainda que n&atilde;o h&aacute; possibilidade das aulas remotas ou h&iacute;bridas retornarem, uma vez que perante a lei estes recursos s&oacute; podem ser utilizados em situa&ccedil;&otilde;es de calamidade p&uacute;blica, a exemplo da pandemia, tendo tamb&eacute;m a autoriza&ccedil;&atilde;o do Conselho Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o e do MEC. Como a barragem se encontra no n&iacute;vel zero, a lei n&atilde;o obriga a realoca&ccedil;&atilde;o nem a retirada dos alunos da escola."</p> <p class="texto">Em rela&ccedil;&atilde;o aos alunos que n&atilde;o est&atilde;o comparecendo &agrave;s aulas, a Prefeitura afirma que os pais foram chamados para uma reuni&atilde;o com as secretarias de Educa&ccedil;&atilde;o e de Meio Ambiente, "para esclarecimento sobre os riscos de rompimento da barragem e tamb&eacute;m sobre os par&acirc;metros legais referente a frequ&ecirc;ncia dos alunos. A lei n&ordm; 1383/2019 determina notifica&ccedil;&atilde;o imediata ao Conselho Tutelar do Munic&iacute;pio no caso de alunos que apresentem faltas consecutivas."</p> <p class="texto">"Refor&ccedil;amos ainda que, ap&oacute;s as trag&eacute;dias de Mariana e Brumadinho, o monitoramento e a fiscaliza&ccedil;&atilde;o s&atilde;o realizados incessantemente pelos &oacute;rg&atilde;os governamentais. A Prefeitura Municipal de Brumadinho &eacute; a principal interessada em garantir a seguran&ccedil;a n&atilde;o s&oacute; de seus alunos da Escola Municipal Padre Xisto, como tamb&eacute;m de toda a popula&ccedil;&atilde;o do distrito de Piedade Paraopeba e regi&atilde;o", conclui.</p> <p class="texto">J&aacute; a Vallourec informa, tamb&eacute;m em nota, que a estrutura da barragem Santa B&aacute;rbara, "encontra-se em condi&ccedil;&otilde;es adequadas de seguran&ccedil;a, n&atilde;o se inserindo em qualquer dos n&iacute;veis de emerg&ecirc;ncia previstos na legisla&ccedil;&atilde;o aplic&aacute;vel. 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Eu, Estudante 361s45

INSEGURANÇA

Brumadinho: pais deixam de mandar filhos para escola por medo de barragem 5f6r4t

Escola fica na área de autossalvamento da barragem de Santa Bárbara. Comissão da ALMG quer que a unidade de ensino seja transferida para outro local 69h34

"Mamãe, não manda meu irmão (para a escola) porque eu tenho muito medo dele ir e não voltar", diz emocionada a mãe de um aluno da Escola Municipal Padre Xisto, localizada em Piedade do Paraopeba, distrito de Brumadinho. Os pais estão com medo de mandarem os filhos para aula porque a escola fica na área de autossalvamento da barragem Santa Bárbara, da Vallourec Mineração.

A instituição de ensino atende 279 crianças da educação infantil e do ensino fundamental, há quase 120 anos e fica a cerca de dois quilômetros da barragem. Por estar nesse perímetro em que não há tempo suficiente para uma intervenção dos serviços e agentes de proteção civil em caso de rompimento, os pais receberam, há dois meses, um comunicado da escola avisando de um treinamento de fuga para as crianças e os funcionários.

Apesar dos laudos apresentados pela mineradora indicarem que a barragem está estável, a situação gerou insegurança em pais e alunos. Desde então, alguns responsáveis deixaram de mandar seus filhos para a escola. Os pais querem que a escola seja transferida para outro local fora da área de risco até que haja o descomissionamento da barragem ou que seja construída outra unidade de ensino em local seguro.

Pressão para voltar às aulas n6a5

Luiz Santana/ALMG/Divulgação - Cartazes feitos pelos alunos da escola

A vendedora, Alice Fonseca Silva Souza, de 44 anos, tem um filho de 12 anos que estuda na escola desde 2020. Ela faz parte da comissão de pais e diz que, inicialmente, 42 alunos deixaram de frequentar as aulas.

Segundo ela, porém, a escola fez pressão para que os alunos retornassem às aulas. "Eles falaram que se a gente não mandasse eles para a escola, o Conselho Tutelar iria tirar a guarda dos nossos filhos porque estaríamos sendo negligentes. Muitos ficaram com medo e voltaram."

Atualmente são 9 famílias que não mandam os filhos para a escola há dois meses. O filho de Alice está entre eles e ela é taxativa em explicar a recusa. "A partir do momento que você sabe que o risco existe, você vai mandar seu filho pra lá? Eu não tenho coragem de mandar porque pode acontecer (o rompimento) e ele não conseguir se salvar. Como vou me sentir o resto da vida pensando que eu poderia ter evitado e não fiz. Eu prefiro que ele perca o ano escolar do que a vida. Estudo ele pode retomar em qualquer momento, a vida não."

A vendedora lembra das vítimas do rompimento da barragem do Córrego do Feijão que ainda seguem desaparecidas. Ela diz que conhece uma das famílias e acompanha o sofrimento de perto. "Não quero ar por isso."

Alice afirma que muitos pais que decidiram autorizar a volta dos filhos às aulas fazem por medo de represália, por ter algum parente que trabalha na mineradora ou no serviço público.

Ela conta que pediu à instituição de ensino para enviar a matéria, atividades para os alunos fazerem em casa e até a possibilidade de aulas on-line. "Mas, a escola disse que não pode fazer nada."

Para a vendedora, o município não demonstra vontade em resolver o problema. "Até hoje não tivemos contato com a secretaria de Educação para sentar, conversar, tentar ouvir os nossos medos e anseios."

Mudança de cidade 2x1f64

O pintor José Geraldo Vitório, de 50 anos, diz que foi obrigado a tirar o filho, de 11 anos, da escola. Ele conta que muitos pais só ficaram sabendo que a escola está na área de autossalvamento da barragem depois do anúncio do treinamento para os alunos. Segundo o pintor, os pais questionaram a diretora que marcou uma reunião com uma equipe da mineradora. "O pânico maior quem teve foi a minha esposa. Ela sofre de depressão e entrou em desespero."

O filho do casal ficou duas semanas sem frequentar a escola e, por medo de serem responsabilizados pelo Conselho Tutelar, decidiram mandar o menino para casa da avó materna, em Funilândia, próximo à Sete Lagoas. A esposa dele se reveza entre as duas casas para ficar perto do único filho.

O pintor relata que quando foi pegar a transferência do menino ficou sabendo que a Secretaria de Educação do município não ia permitir que os alunos fossem para outras escolas da região. Ele está preocupado já que o filho quer voltar para a casa da família.

"Se ele quiser voltar, vai ter que ficar sem estudar porque pra lá (escola) ele não volta."

Estabilidade da barragem e estudo da mineradora 601lg

A diretora da escola, Silvana Silva Maia, afirma que o Ministério Público está acompanhando a situação e que laudos apresentados mostram que a barragem está em nível de criticidade zero, o que demonstra que a estrutura está estável. Mesmo assim, ela disse que pediu a instalação de uma sirene na escola.

A diretora ressaltou ainda que aguarda estudo da mineradora sobre a viabilidade de descomissionamento da barragem, de melhorar sua estrutura, de transferir a escola para outro espaço ou de construir uma outra escola. Segundo ela, com essas informações, a Agência Nacional de Mineração vai dar um encaminhamento para o caso.

Sobre a possibilidade de transferir os nove alunos para outras escolas, ela explicou que isso abriria uma brecha para que outros estudantes também fizessem o mesmo pedido e que não seria possível dar esse e a todos.

Em relação a uma assistência aos alunos que não estão frequentando as aulas, ela respondeu que a questão deve ser analisada pela secretaria Municipal de Educação.

Questionada sobre o tempo que demora para os rejeitos chegarem à escola numa situação de rompimento, respondeu que os estudos da Vallourec apontam para 22 minutos. Além disso, segundo ela, a lama atingiria sete metros, ando pela quadra esportiva, onde há aulas de educação física. O ponto máximo de rejeitos seria o auditório da escola e não chegariam às salas de aula.

Comissão da ALMG acompanha a situação 27qy

A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) fez uma visita à escola nessa segunda-feira (4/7). A deputada Beatriz Cerqueira (PT), que preside a comissão e solicitou a visita, enfatizou que a situação é grave.

De acordo com ela, a comissão vai pedir uma mediação para o problema via Judiciário, vai buscar entendimentos no MP e somar esforços com a comunidade para que a empresa transfira a escola até que haja o descomissionamento da barragem.

No fim da visita, o grupo percorreu a rota de fuga, desde a quadra da escola, e contabilizando o tempo até a Igreja do Rosário, que é o ponto de encontro.

Luiz Santana/ALMG/Divulgação - Pais em frente à Escola Municipal Padre Xisto, em Piedade do Paraopeba, distrito de Brumadinho

O trajeto íngreme levou 3 minutos e 42 segundos. "Não sabemos ao certo a velocidade da lama em caso de rompimento. Só sabemos que, na prática, para se ter o impacto demora menos do que o apontado nos estudos. E esse tempo que gastamos até aqui foi executado por adultos, fora de uma situação de pânico", disse Beatriz.

Respostas e3p62

A Prefeitura de Brumadinho, por meio da Secretaria Municipal de Educação, afirmou, em nota que, "preocupada com a segurança e bem estar dos alunos, acionou o Ministério Público que informou ter solicitado uma auditoria sobre a real situação da barragem de Santa Bárbara (Vallourec)."

"Diante dos estudos que estão sendo realizados, os órgãos responsáveis por fiscalizar e monitorar barragens atestam a estabilidade da mesma que se encontra no nível zero de criticidade, sem risco iminente de transbordamento."

A secretaria Municipal de Meio Ambiente, ressalta também, que a barragem de Santa Bárbara é de sedimentos e não de rejeitos. Por isso, cumpre uma função de drenagem e contenção do volume de águas da chuva, "essencial para a segurança da população e sua descaracterização deve ser definida a partir de estudos criteriosos de avaliação de risco."

Já a secretaria de Educação informa que a Escola Municipal Padre Xisto tem 269 alunos e que hoje 260 estão frequentando as aulas normalmente.

"Esclarecemos ainda que não há possibilidade das aulas remotas ou híbridas retornarem, uma vez que perante a lei estes recursos só podem ser utilizados em situações de calamidade pública, a exemplo da pandemia, tendo também a autorização do Conselho Nacional de Educação e do MEC. Como a barragem se encontra no nível zero, a lei não obriga a realocação nem a retirada dos alunos da escola."

Em relação aos alunos que não estão comparecendo às aulas, a Prefeitura afirma que os pais foram chamados para uma reunião com as secretarias de Educação e de Meio Ambiente, "para esclarecimento sobre os riscos de rompimento da barragem e também sobre os parâmetros legais referente a frequência dos alunos. A lei nº 1383/2019 determina notificação imediata ao Conselho Tutelar do Município no caso de alunos que apresentem faltas consecutivas."

"Reforçamos ainda que, após as tragédias de Mariana e Brumadinho, o monitoramento e a fiscalização são realizados incessantemente pelos órgãos governamentais. A Prefeitura Municipal de Brumadinho é a principal interessada em garantir a segurança não só de seus alunos da Escola Municipal Padre Xisto, como também de toda a população do distrito de Piedade Paraopeba e região", conclui.

Já a Vallourec informa, também em nota, que a estrutura da barragem Santa Bárbara, "encontra-se em condições adequadas de segurança, não se inserindo em qualquer dos níveis de emergência previstos na legislação aplicável. Após as obras de adequação do vertedouro, que elevou ainda mais o nível de segurança da barragem, uma auditoria externa independente emitiu Declaração de Condição de Estabilidade (DCE), em dezembro de 2021."

A empresa salienta ainda que a barragem Santa Bárbara não recebe rejeitos de mineração e, na verdade, funciona como uma estrutura de controle ambiental, recebendo águas de chuva e sedimentos.

"Embora a quadra e o auditório da Escola Padre Xisto tenham sido contemplados nos estudos de simulação da mancha de inundação, as condições atuais de segurança da Barragem Santa Bárbara e os estudos realizados não indicam a necessidade de retirada da escola do local onde está instalada. A Vallourec reitera seu compromisso com a segurança da comunidade e com a transparência das informações e reforça que segue todos os protocolos e diretrizes do Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM)."