Nomeado interventor da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) na última quinta-feira (16/5), Fernando Sarney cumpriu a determinação do desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro em menos de 24 horas e anunciou, ontem, a convocação de eleições na entidade para 25 de maio, dia da despedida de Carlo Ancelotti do Real Madrid. O italiano assumirá a prancheta verde-amarela no dia seguinte, provavelmente com a entidade sob nova direção, e anunciará a primeira convocação. Nos bastidores, dois candidatos costuram alianças para concorrer ao cargo.
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A publicação da nota ocorre em meio à expectativa pelo despacho do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido do presidente afastado Ednaldo Rodrigues de anulação da decisão da Justiça carioca. A solicitação está nas mãos do ministro Gilmar Mendes, relator da Ação de Inconstitucionalidade (ADI) 7580. Portanto, o cartola pode obter êxito (ou não) a qualquer momento na tentativa de voltar ao cargo. Ontem, o dirigente voltou à Corte pedindo o cancelamento da nova eleição, salientando os "reiterados alertas" de Fifa e Conmebol quanto à autonomia das entidades do esporte, vedando quaisquer interferências judiciais em associados, sob pena de sanções em competições.
Enquanto isso, o comunicado do interventor avisa: "Em cumprimento à ordem judicial que determinou que fossem convocadas novas eleições o mais rápido possível, informo que hoje será publicado em jornal de grande circulação o Edital de Convocação para Assembleia Geral Eleitoral da CBF para os cargos de Presidente, oito Vice-Presidentes, três membros efetivos e três membros suplentes do Conselho Fiscal, para o exercício do quadriênio de 2025/2029", explica. O Correio apurou que Samir Xaud, de Roraima, desponta apoiado por 19 federações. Bahia e Espírito Santo estariam inclinadas a se juntar ao roraimense. Reinaldo Carneiro Bastos, de São Paulo, surge como alternativa no pleito, mas precisa fechar apoio para viabilizar a chapa.
Perda de apoio
Paralelamente à luta para se manter no cargo, Ednaldo Rodrigues recebeu um forte golpe político. Enquanto times brasileiros entravam em campo pela Libertadores, Sul-Americana e a Série B do Campeonato Brasileiro, presidentes de 19 das 27 federações, entre elas a do Distrito Federal, se articulavam para publicar um Manifesto pela Estabilidade, Renovação e Descentralização do Futebol Brasileiro. Somente São Paulo, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Mato Grosso não am o documento. Os 40 clubes das Séries A e B também não se posicionaram neste início de mais uma queda de braço pelo poder na CBF.
Na matemática das urnas, as 19 federações equivalem a 57 votos na eleição da entidade. Elas têm peso 3. As oito federações e os 40 clubes totalizam 64 votos. Portanto, em meio à guerra de liminares, há, sim, uma articulação política nos bastidores, inclusive, opondo os dirigentes das duas federações mais importantes do país. Rubens Lopes (Rio) é um dos signatários. Reinaldo Carneiro Bastos (São Paulo), não. Ambos são vice-presidentes da gestão de Ednaldo.
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Esta será a segunda eleição para presidência da CBF em menos de dois meses. Em março, Ednaldo obteve vitória contundente para se manter no cargo. Na ocasião, o agora presidente afastado articulou a conquista de todos os votos das federações e dos clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Ou seja, também inclui os presidentes signatários do Manifesto responsável por enfraquecer Rodrigues politicamente. O mandato teria validade a partir de 2026.
Convocação
Se nenhuma movimentação jurídica alterar o panorama, o novo pleito da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ocorrerá na véspera do primeiro dia de trabalho de Carlo Ancelotti à frente da Seleção. No dia seguinte, ele concederá entrevista coletiva para anunciar a primeira lista de convocados, para os jogos contra o Equador, fora de casa, em 5 de junho, e contra o Paraguai, no dia 10, na Neo Química Arena, em São Paulo. Com previsão de estar pronta amanhã, a lista larga não será mais divulgada pela entidade, seguindo o padrão adotado até março.
Em reuniões na Espanha, Ancelotti segue articulando a escolha dos convocados com Rodrigo Caetano, diretor executivo, e Juan, coordenador técnico. Apesar do cenário de incerteza no comando da entidade e da queda de Ednaldo, o acordo com o treinador italiano está "blindado" e a possibilidade de ser desfeito está fora de cogitação. Carlo está tranquilo com relação às últimas notícias envolvendo a CBF. O novo comandante fez exigências contratuais pedindo garantias de que, independentemente de quem seja o dirigente à frente da entidade, a estrutura do futebol não seja alterada.
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