GINÁSTICA

A influência da mãe de Caio Souza na carreira do ginasta destaque

Rosileni Carmo organizou rifas, encarou longas viagens de ônibus e aceitou até mudar de estado para realizar o sonho do filho. Neste domingo de Dia das Mães, ela é presenteada pelo herdeiro com quatro finais no Troféu Brasil no DF

Caio Souza ou diversos Dia das Mães longe da maior incentivadora. Hoje, tem o apoio de luxo no Nilson Nelson -  (crédito: MeloGym/CBG)
Caio Souza ou diversos Dia das Mães longe da maior incentivadora. Hoje, tem o apoio de luxo no Nilson Nelson - (crédito: MeloGym/CBG)

O esporte dá, mas também tira. Caio Souza abdicou de muitos prazeres da vida para se tornar profissional e realizar sonhos, como o de disputar Jogos Olímpicos, em Tóquio-2020. Ficar longe da família, sobretudo em datas comemorativas, foi um dos sacrifícios. Porém, o sentimento de hoje é diferente para o talento nascido em Volta Redonda (RJ). Quando entrar no Ginásio Nilson Nelson para a disputa das finais do Troféu Brasil, o atleta do Minas Tênis Clube terá a torcida da fã número um e maior apoiadora, Dona Rosileni, justamente no Dia das Mães.

“É um imenso prazer competir o Troféu Brasil. No ano ado, fiquei de fora por uma lesão. Ter a minha mãe na arquibancada faz toda diferença, quando a escuto gritando e me dando força para começar os aparelhos. Ela não perde nenhuma competição nacional. É muito gratificante saber que não só a minha a mãe, como o meu pai, estão na torcida. Isso me dá um gás a mais”, compartilha, ao Correio.

Independentemente do desfecho do Troféu Brasil, Rosileni comemora a conquista de poiar, de pertinho, o filho na elite da ginástica artística do país. “Assistir a uma competição do Caio em qualquer data é muito gratificante. Sendo no dia das mães e eu podendo estar dando força e gritando o nome dele, é maravilhoso. Já ei alguns Dias das Mães longe dele”, relata.

Embora tenha mudado de Volta Redonda para o Rio de Janeiro e da Cidade Maravilhosa para a capital paulista, a fim de permitir a realização de Caio, Rosileni não vê nada disso como sacrifício. “Não vejo essa palavra na minha vida. Superação foi toda a trajetória. Aos 10 anos, o Caio pediu para mudar para São Paulo para treinar em outro clube. Foi desafiador, pois me lembro de uma pessoa do meio falando que seria uma loucura, porque um atleta daquela idade não tem noção, e toda a família se mudando do estado era loucura. Mas acreditei no sonho e falava para ele: ‘Se não der certo, pelo menos você tentou, a mamãe estará sempre ao seu lado.”

Hoje, aos 31 anos, Caio tem noção dos esforços da família. “Agradeço do fundo meu coração. Meu pai também está por trás, mas se não fosse pela minha mãe, com certeza, eu não estaria aqui, representando o Minas Tênis Clube e o Brasil mundo afora. Todo esforço que ela fez, de mudar de cidade e de estado quando ninguém acreditava no sonho de uma criança… ela foi a primeira a bater no peito e falar que faria pelo filho. É, realmente, agradecer do fundo do meu coração. Hoje, tenho um pouco da noção do que foi esse esforço dela feito por mim”, expressa.

Caio guarda muitas lembranças do zelo da mãe com a carreira dele. Além das mudanças, Rosileni fez rifas para custear competições, o acompanhou em momentos de doença e lesões. Ela nunca saiu do lado do herdeiro. A lista de cuidados e carinho da protetora inclui viagens longas longe do luxo. “Sempre o acompanhei nos Jogos regionais e estaduais. Sempre economizei para poder ir nas competições nacionais. Já fui do Rio a Brasília de ônibus, em 17h de viagem. Mas sempre estive lá. E o Caio sempre falava que escutava meu grito de guerra, (força Caio)”, recorda.

E por falar em Brasília, faz tempo que Caio não se apresentava na cidade. “Vim para Brasília uma vez, em 2005 ou 2006. Não lembro direito. Eu era bem novinho. Tem quase 20 anos. Está sendo muito gratificante. O ginásio (Nilson Nelson) é muito bonito. A CBG fez um ótimo trabalho. O clima da cidade é muito bom, não fica muito quente nem muito frio no ginásio. Isso é importante”, destaca.

A capital federal pode ficar marcada na memória de Caio. Hoje, Caio pode deixar o Ginásio Nilson Nelson com quatro medalhas. Na sexta, classificou-se com autoridade para as decisões das paralelas (em 1º), barra fixa (1º), argolas (1º) e cavalo (2º). O desempenho do ginasta no início do ciclo rumo aos Jogos de Los Angeles-2028 anima a principal torcedora. “Quando o Caio se federou no Flamengo, eu falava para as pessoas: ‘Meu filho será da Seleção, isso ele tinha 8 anos e, aos 14, ele foi como reserva. Foi uma realização de um sonho dele e meu. Hoje, o meu sonho é ver o Caio ganhando uma medalha olímpica.”

Apesar de ser engajada na carreira do filho, Rosileni tem consciência até onde pode ajudar. “Eu me lembro de um livro A semente da vitória, de Nuno Cobra, me ajudou muito a ser apenas a mãe e do cuidar do atleta fora do ginásio, na fisioterapia e na alimentação. Saber o meu limite, até aonde eu poderia ir”, explica.

 

O ginasta Caio Souza e a mãe Rosileni
Caio Souza iniciou na ginástica durante a infância, sob forte apoio da mãe Rosileni (foto: MeloGym/CBG)

Competição

Disputado na capital federal desde a sexta-feira por 67 ginastas — 28 homens e 39 mulheres — de 16 clubes, o Troféu Brasil de Ginástica Artística é um dos mais tradicionais e qualificados eventos do calendário nacional, com disputas por aparelhos. Diferentemente de outros campeonatos, não há a categoria individual geral e por equipes. Após sábado de treinamentos, o domingo será de finais por aparelhos. Os protagonistas entram em cena a partir das 9h, com transmissão da CBG TV e Canal Olímpico do Brasil (ambos no YouTube), além dos canais SporTV3.

postado em 11/05/2025 08:12
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