
O Flamengo está mais uma vez disposto a perder para ganhar. Dez meses depois de pagar R$ 7,7 milhões de multa rescisória a Paulo Sousa e fechar a temporada acumulando 30 vezes mais em prêmios (R$ 229,4 milhões) sob a batuta de Dorival Júnior, a diretoria rubro-negra parece disposta a repetir a fórmula diante da crise causada pela derrota por 4 x 1 para o Fluminense na final do Campeonato Carioca — 4 x 3 no placar agregado. Convicta da necessidade de demitir Vítor Pereira, a cúpula liderada por Rodolfo Landim faz as contas para dispensar o português contando com o sucesso do time no segundo semestre para arrecadar com as premiações da Copa do Brasil, Libertadores e Campeonato Brasileiro.
O rompimento com Vítor Pereira custa R$ 15 milhões. O caro pode ficar barato se o time juntar os cacos e se comportar mais uma vez como fiador da troca no segundo semestre. Apesar dos vices na Taça Guanabara, Carioca, Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana e do terceiro lugar no Mundial, o clube tem chance de faturar até R$ 274,9 milhões na temporada em caso de conquistas na Copa do Brasil, Libertadores e Brasileirão. O montante equivale a 18 vezes o que terá de desembolsar para se livrar do lusitano.
Isoladamente, o acúmulo de multas rescisórias não somente assusta como mostra a incompetência de setores da diretoria no recrutamento dos profissionais. Em uma empresa minimamente séria, tamanho desperdício seria punido com a queda dos gestores responsáveis pelas contratações de Doménec Torrent, Rogério Ceni e Paulo Sousa. A quebra do acordo com os três custou R$ 22,1 milhões ao departamento financeiro. Caso a separação com Vítor Pereira se confirme, o prejuízo chegará próximo de R$ 40 milhões.
Até o fechamento desta edição, o Flamengo articulava uma maneira de rescindir o contrato de Vítor Pereira. A diretoria está convicta disso. Do outro lado, Vítor Pereira não cede. "Não sou eu, o clube que define, o clube é que toma decisões, não sou eu. Vim para o Flamengo no sentido de trabalhar, de melhorar a equipe, de fazer o time mais forte e estou mais do que convencido de que é possível", afirmou o treinador depois do vexame no Carioca.
O vice-presidente de Futebol Marcos Braz pediu tempo para a diretoria tomar medidas. "Tem que rever alguma coisa, mas isso não a por alguma troca ou situação que você vá tomar às 22h, 23h. Amanhã (ontem), com calma, vou estar com as pessoas que devo estar, muito provavelmente, com o Vítor. Por enquanto, tudo normal", sinalizou o dirigente.
Àquela altura, a decisão pelo fim da relação estava tomada. O ime começava a ser istrativo e financeiro. O clube precisa arcar com a multa de R$ 15 milhões e apresentar o sucessor. Jorge Jesus é o preferido, porém tem contrato com o Fenerbahçe da Turquia. Para tê-lo, o Flamengo precisa indenizar o clube turco. O acordo vai até 31 de maio e demanda o pagamento de multa rescisória de quem ousar tirá-lo de lá.
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Ontem, Jorge Jesus falou sobre a possibilidade de deixar o Fenerbahçe ao término da temporada. Falamos com o presidente (Ali Koc) o tempo todo. Eu o amo muito. Faz sacrifícios em todos os sentidos. Ele sacrifica sua família financeiramente. Claro, existem situações desagradáveis. Ele disse que queria que eu continuasse. Eu disse a ele que nos sentaríamos e decidiríamos no final da temporada", disse o técnico português depois da vitória do Fenerbahçe por 2 x 1 contra o Karagumruk pelo Campeonato Turco.
O Mister acrescentou sobre a situação no Fenerbahçe: "Falta pouco para o fim do campeonato. Acho que não é o momento certo para falar sobre isso. Estamos nas semifinais da Copa, podendo jogar a final. Acreditamos que temos boas chances no campeonato. Se as coisas correrem normalmente, veremos a situação no fim da temporada. No fim do campeonato, voltamos a olhar para a situação e avaliamos".
Jorge Jesus também é um dos alvos da CBF para assumir a Seleção. Ciente da dificuldade, a diretoria rubro-negra trabalha com outras possibilidades. Os nomes de Jorge Sampaoli e de Tite, ex-treinador do Brasil, são cogitados. O argentino acaba de deixar o Sevilla da Espanha e tem imóvel em uma zona nobre do Rio de Janeiro. Tite prometeu à família não assumir responsabilidade até o meio do ano. A preferência dele é pelo mercado europeu.
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