
O diretor de política de inovação da Federação Internacional de Fabricantes e Associações Farmacêuticas (IFPMA), Guilherme Cintra, defendeu que o Brasil fortaleça seu sistema de propriedade intelectual como estratégia para ampliar sua base tecnológica e atrair investimentos.
“O Brasil tem talentos científicos excepcionais, um mercado industrial forte e faz parte de um bloco regional importante. Mas ainda precisa ajustar seu sistema de propriedade intelectual para se alinhar às melhores práticas internacionais, como as dos países da OCDE”, afirmou o especialista, durante participação remota no Summit Propriedade Intelectual: desafios e avanços na proteção e inovação, evento do Correio Braziliense em parceria com a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma).
Cintra destacou que, no cenário global de tensão geopolítica e reorganização de regras multilaterais, o Brasil precisa definir com clareza sua posição. “Temos uma chance estratégica de minimizar os riscos dessa reorganização e reforçar a autonomia tecnológica, além de ampliar as parcerias científicas e comerciais”, disse.
Um dos pontos centrais do discurso do diretor no seminário foi a defesa da proteção de dados regulatórios para medicamentos de uso humano, uma prática comum entre países com indústrias farmacêuticas robustas. Segundo Cintra, a ausência desse mecanismo coloca o Brasil em desvantagem. “Essa proteção não substitui a patente, mas a complementa. Países que a adotam têm o até três vezes mais rápido a medicamentos inovadores”, enfatizou.
O evento reuniu especialistas, autoridades e representantes da indústria para debater os caminhos da inovação no país, com mediação dos jornalistas Denise Rothenburg e Carlos Alexandre de Souza.
Confira o evento na íntegra:
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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