Termina hoje o prazo para reservar ações da Eletrobras utilizando o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). A venda dessas ações é uma iniciativa do governo para privatizar a companhia de energia, deixando de ser o acionista majoritário da empresa.
As ações da Eletrobras estão disponíveis para a venda para qualquer investidor e pessoa física. Para obter as ações com recursos do FGTS, o interessado deve possuir saldo no fundo, e a compra será feita pelos chamados "fundos mútuos de privatização", que já foram utilizados na venda de papéis de outras empresas, como a Vale em 2002 e a Petrobras, em 2000 e 2010.
O investimento mínimo permitido para essa modalidade será de R$ 200, e o máximo, o equivalente a 50% de todo o saldo disponível na conta vinculada do fundo. Atualmente, o valor de uma ação da Eletrobras está em torno de R$ 41.
Para resgatar o valor investido, o trabalhador deverá esperar pelo menos um ano. Logo após esse prazo, será possível resgatar a qualquer momento e os recursos retornarão para a conta do FGTS cinco dias após a solicitação.
O analista de energia Vicente Koki avalia que o setor de energia tem boas perspectivas para este ano. Por isso, a compra da ação da Eletrobras pode ser um bom negócio para quem deseja obter maior lucro, em comparação com a rentabilidade do FGTS, de 3% ao ano, mais a TR (Taxa referencial), que está zerada.
"As empresas do setor têm boas perspectivas para este ano e para o ano que vem, em termos de geração de lucros. É um setor que ou por um recente aperto, que foi a falta de chuvas no ano ado, mas, neste ano, os reservatórios já encheram, pelo menos no Sudeste, que é a principal região geradora de energia do Brasil", avaliou.
Ação judicial
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) entrou ontem com uma ação popular na Justiça Federal da 1ª Região, pedindo a suspensão imediata do processo de privatização da Eletrobras. Segundo o senador, o processo descumpre a lei ao prever a capitalização antes da de contratos de novas concessões para a geração de energia elétrica. (RP)