
Em cartaz no Centro Cultural TCU, a exposição Cenas Brasileiras: o modernismo brasileiro em perspectiva é uma rara oportunidade de conferir um acervo precioso que, normalmente, permanece guardado ou com o . Sob curadoria de Rodrigo Ferreira, Carol Dias e William Ribeiro, a mostra reúne 55 obras pertencentes à coleção do Museu de Valores do Banco Central e assinadas por alguns dos nomes mais importantes da arte brasileira. São, no total, 14 artistas, sendo um deles Salvador Dalí, o único estrangeiro da seleção.
Dividida em quatro núcleos, a mostra tem como proposta fazer uma homenagem à arte moderna e revisitar conceitos de brasilidade por meio de uma iconografia que vai do figurativo ao abstrato. "A gente rea muitos conceitos consolidados no imaginário brasileiro", avisa o curador Rodrigo Ferreira.
Por meio da obra de artistas como Cícero Dias, Cândido Portinari, Alfredo Volpi e Aldo Bonadei, a seção Paisagem explora as mudanças na forma de representar os horizontes na agem do século 19 para o 20. Em Urbano estão as transformações que influenciaram a construção do modernismo brasileiro. Aqui, os curadores reuniram um conjunto de serigrafias de Di Cavalcanti e a série Cenas Brasileiras, de Portinari, um dos destaques do acervo do Banco Central. O núcleo Corpo revisita as transfigurações que marcaram o modernismo com obras de Milton Dacosta e Ismael Nery, cujas representações desconstróem a figura humana e propõem perspectivas distorcidas influenciadas pelo surrealismo e pelo futurismo.
Por fim, Modernismo fala das influências que vêm e vão, de um Brasil que exporta cultura, mas que também incorpora referências externas. Aqui entram, entre outros, obras de Tarsila do Amaral e algumas gravuras da série Divina comédia, de Salvador Dalí. "O modernismo é de uma época de transformação social, fim da Primeira Guerra, da Guerra Espanhola, da indústria cafeeira, que patrocinou a Semana de 22, da representação de povos originários, e tudo isso existe e persiste dentro desse movimento", explica o curador. "É uma exposição também crítica ao movimento, que questiona o que é ser basileiro e quem são as pessoas que contam essas histórias."