Em tempos de algoritmos e playlists apressadas, há algo mágico quando uma banda como o System of a Down decide romper o silêncio dos palcos com uma turnê digna de lenda.
E foi exatamente isso que aconteceu com a “Wake Up! South America Stadium Tour”, que ou por cinco países latino-americanos e levou impressionantes 500 mil pessoas a nove apresentações de pura catarse sonora.
O Brasil, como sempre, foi território fértil para esse furacão musical. Das nove datas, cinco aconteceram por aqui — e o público respondeu com entusiasmo proporcional.
Só no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, 70 mil fãs se espremiam em uma massa sonora que vibrava ao som de “Chop Suey!”, “Aerials”, “B.Y.O.B.” e, claro, a explosiva “Toxicity”, que praticamente redefiniu o que é um momento coletivo de libertação.
O show em São Paulo foi mais que um espetáculo, foi um ritual. Foram quase 40 músicas em um setlist que percorreu todas as fases da banda e entregou do início ao fim o que os fãs queriam: peso, política e poesia em doses cavalares.
Ninguém saiu ileso nem mesmo o público que, entre rodas punk e coros ensurdecedores, parecia ter voltado aos anos de ouro do nu metal, com a consciência política de 2025.
O CEO da produtora 30e, Pepeu Correa, resumiu bem o impacto da turnê: “A turnê do System of a Down foi a perfeita tradução do compromisso que temos com os artistas e com o público. Estamos certos de que este é um o importante para a nossa contínua expansão.”
Mas para os fãs, a frase poderia ser bem mais simples: foi histórico.
System of a Down: Mais que um show, um manifesto sonoro tp46
É preciso dizer que o sucesso da turnê não se resume aos números. Há uma atmosfera única nos shows do SOAD, que vai muito além da música. Cada apresentação parece um grito coletivo contra a apatia, um soco poético no estômago do sistema, embalado por guitarras cortantes e a voz sempre provocadora de Serj Tankian.
O palco virou arena de insanidade criativa, com direito a personagens surreais como Pikachu, homens cuspindo fogo e bananas gigantes porque com System of a Down, o caos é sempre bem-vindo, desde que coreografado com genialidade.
E assim, em meio a guitarras distorcidas, letras afiadas e um público em transe, a banda encerrou sua agem pela América do Sul deixando um recado claro: eles podem até demorar a voltar, mas quando voltam, fazem história.
A depressão pós-show é real, o “come to Brasil” já está ecoando novamente pelas redes e, se depender dos fãs, o próximo encontro com o SOAD será ainda maior. Porque caos, consciência e rock de verdade nunca saem de moda e o System of a Down segue como prova viva disso.