ARTES VISUAIS

Exposição reúne obras que reforçam a cultura e espiritualidade indígena

Criado entre a cidade e a aldeia, artista Pigma Amarü Kamakura incorpora grafismos, padrões e linhas tradicionais da própria cultura na arte que produz


Território da diversidade
Em cartaz no Memorial dos Povos Indígenas. Visitação de terça a domingo, das 9h às 17h. Artista Pigma Amarü,
 -  (crédito:  Elimar Caranguejo)
Território da diversidade Em cartaz no Memorial dos Povos Indígenas. Visitação de terça a domingo, das 9h às 17h. Artista Pigma Amarü, - (crédito: Elimar Caranguejo)

Durante o mês de abril, a Galeria Risofloras, da Praça do Cidadão em Ceilândia, apresenta a mostra Mavutsiní – Linhas que contam histórias, do artista Pigma Amarü Kamakura. A exposição está aberta para visitação até 3 de maio, de terça a sábado, das 12h às 17h. A entrada é gratuita e livre para todas as idades. 

Indígena do Alto Xingu, Pigma se conecta com as artes desde a infância. Em sua cultura, a pintura, seja corporal, ritualística ou uma forma de expressão emocional, ocupa um lugar central que influencia profundamente a trajetória artística do autor.  

Criado entre a cidade e a aldeia, o artista incorpora em seus trabalhos grafismos, padrões e linhas tradicionais presentes nas pinturas corporais, no artesanato e na arquitetura de seu povo. Os traços, cores e símbolos carregam significados sagrados, que representam proteção, alegria, luto, força e liderança. Com uma produção que exalta a riqueza cultural, a resistência e a ancestralidade, a exposição busca conectar pessoas por meio da arte. 

A exposição leva o nome de Mavutsiní, Deus criador na cosmologia xinguana que, segundo os saberes ancestrais, criou tudo o que existe, como explica o artista. "Tudo o que sabemos, desde as pinturas, nossa cultura e o modo de vida que temos, vem dele, que nos transmitiu todo o seu conhecimento. A exposição é em homenagem a ele", destaca Pigma. 

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A mostra convida o público para uma imersão na riqueza cultural e espiritual dos povos originários e revela como a arte, canto e dança atuam como instrumentos de resistência e força da ancestralidade indígena do Alto Xingu. Segundo Pigma, o principal objetivo é divulgar a cultura de seu povo e combater os estereótipos e preconceitos em relação aos indígenas. "Eu quero que as pessoas conheçam minha arte e a cultura do povo xinguano", completa.

Mavutsiní – Linhas que contam histórias

 Até 3 de maio, de terça a sábado, das 12h às 17h, na Galeria Risofloras – St. M, EQNM 18/20, Praça do Cidadão, Ceilândia. Entrada gratuita e livre para todas as idades.

*Estagiária sob a supervisão de Severino Francisco 

 

 


postado em 08/04/2025 07:10 / atualizado em 16/04/2025 17:30
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