
O elenco de Ainda estou aqui — filme vencedor do primeiro Oscar brasileiro — confessou estar impressionado com a repercussão popular após a vitória do longa como Melhor Filme Internacional, em cerimônia do Oscar realizada na noite de domingo (2/3), nos Estados Unidos.
"Quando saímos (da cerimônia) e vimos imagens das ruas no Brasil, ficamos impressionados com isso", disse Walter Salles, diretor do filme, em entrevista à TV Globo, nesta segunda-feira (3/3).
Segundo Walter Sales, o público brasileiro — além de repercutir o filme Ainda estou aqui — teve participação na inspiração do longa. "O público brasileiro é coautor deste filme, que foi abraçado por milhões de pessoas que se identificaram com a história de Eunice Paiva", afirmou Walter Salles.
Além de Walter Salles, participaram da entrevista Fernanda Torres e Selton Mello. O filme Ainda estou aqui é baseado no livro homônimo que conta a história real da família de Rubens Paiva, ex-deputado desaparecido na Ditadura Militar. O longa também foca na luta protagonizada por Eunice Paiva — esposa de Rubens Paiva — em busca de informações sobre o marido.
Legado
No filme, Eunice Paiva é interpretada pela atriz Fernanda Torres. Ela, que é filha da atriz Fernanda Montenegro, destacou que o longa teria um poder de transmissão de mensagens entre gerações.
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"Minha mãe é da mesma geração que Eunice Paiva. As duas viveram sob a ditadura militar no Brasil e a guerra fria no mundo. Eu levo o legado da minha mãe e de Eunice Paiva adiante", afirmou.
Olhar sensível
Selton Mello, que interpretou Rubens Paiva no filme, ressaltou o olhar "sensível" do diretor Walter Salles para contar a história dos desafios da família Paiva em busca de informação e de democracia.
"Na produção do filme, tíanhmos como base o livro Ainda estou aqui e o olhar sensível de Walter (Salles), que conviveu com naquela casa (dos Paiva). Nós (elenco do filme) vivemos como uma família e isso foi fundamental", disse Selton Mello, na entrevista.