Allan Souza Lima estrela novo longa-metragem

Ator encara de frente a intensidade de Matias, um homem consumido por traumas familiares e preso em um ciclo de violência

Ator encara de frente a intensidade de Matias, um homem consumido por traumas familiares e preso em um ciclo de violência -  (crédito: Divulgação)
Ator encara de frente a intensidade de Matias, um homem consumido por traumas familiares e preso em um ciclo de violência - (crédito: Divulgação)

Após o fim das filmagens da segunda temporada de “Cangaço Novo”, série do "Prime Video" baseada em uma história real ocorrida entre as décadas de 1990 e 2000 no sertão brasileiro, Allan Souza Lima embarcou em um novo capítulo na sétima arte.

Em “Lusco-Fusco”, longa-metragem dirigido por Bel Bechara e Sandro Serpa, o ator encara de frente a intensidade de Matias, um homem consumido por traumas familiares e preso em um ciclo de violência que reflete contradições e adversidades da vida contemporânea.

A trama ganha corpo no relacionamento disfuncional entre Matias e Vera, interpretada por Amandyra. Essa relação tóxica e abusiva é o fio condutor de um enredo que não só explora as cicatrizes emocionais de ambos, mas também desloca o protagonismo para a amizade inesperada entre Vera e Alda (Sandra Corveloni). Já a conexão feminina, marcada por resistência, superação e sororidade, transforma a narrativa ao colocar as mulheres no centro de suas próprias histórias.

“O que me atraiu em ‘Lusco-Fusco’ foi, antes de tudo, o roteiro. E para além da narrativa do meu personagem no filme, existe uma relação entre as outras duas personagens principais que trazem questionamentos e aprendizados muito atuais e importantes, no caso, os papéis vividos por Corveloni e Amandyra."

"Tem algo muito forte ali: uma ensinando a outra a escrever, enquanto essa mesma ajuda a amiga a tentar sair de um relacionamento abusivo, um equilíbrio entre força e resiliência. Além disso, eu estava sentindo uma necessidade real de voltar para o cinema autoral e independente."

"O mercado pode te engolir, fácil — você pode entrar num ciclo de foco comercial de emendar novela, filme blockbuster… E se não tiver sempre, em paralelo, consciência artística, muito se perde pelo caminho. Até refleti sobre isso recentemente, porque sinto que estamos sendo soterrados por números, muitas vezes o filme não consegue chegar no cinema antes de ir pro streaming, e alguns produtos são feitos para as telonas, mas seu propósito não sobrevive. A qualidade sempre deveria ser prioridade."

"Estamos esquecendo do cinema independente, do cinema tido como cult, que provoca, faz pensar, questionar. Eu entendo que números são importantes, que contas precisam ser pagas, mas se a gente não tiver cuidado, tudo vira uma massa uniforme, e o que faz o cinema ser arte acaba perdendo sua nitidez de objetivo”, comenta o ator.

Produzido pela Macondo Filmes em parceria com a Manjericão Filmes, o longa, que reúne em seu elenco nomes como Thaíde, Brenda Lígia e Karina Buhr, teve as gravações encerradas recentemente e tem estreia prevista para este ano.

Mariana Morais
MM
postado em 25/03/2025 14:26
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