Novas medições em rochas lunares das missões Apollo apontou o momento em que a Lua se solidificou: 4,43 bilhões de anos atrás. O estudo aplicou técnicas para fazer leituras bastante precisas de minerais raros nas rochas. Segundo a Universidade de Chicago, os resultados apresentam evidências para a compreensão da história da formação da Lua e da Terra.
“Levamos anos para desenvolver essas técnicas, mas obtivemos uma resposta muito precisa para uma questão que era controversa há muito tempo”, disse Nicolas Dauphas, professor e primeiro autor do artigo.
Os pesquisadores destacam que o sistema solar se formou há cerca de 4,57 bilhões de anos. Pouco depois, conforme ele esfriava, detritos começaram a colidir e se aglomerar ao longo do tempo, formando os planetas. Um objeto muito grande colidiu com a Terra em crescimento e a Lua se formou a partir dos detritos produzidos por esse impacto.
Essa colisão foi forte o suficiente para derreter rochas. "Então, primeiro devemos imaginar uma grande bola de magma flutuando no espaço ao redor da Terra”, cita Nicolas Dauphas.
A Lua começou a esfriar rapidamente e a maior parte do oceano de magma lunar solidificou-se quase imediatamente pelos padrões geológicos — cerca de um único milênio. Mas uma vez que cerca de 80% do magma se solidificou, uma crosta de minerais se formou, o que isolou a jovem Lua.
"É como vestir um casaco em Chicago quando está frio lá fora — você não perderá calor tão rápido", ilustrou Dauphas.
Sendo assim, estudos de amostras das missões Apollo revelaram que, à medida que a Lua esfriava lentamente, uma mistura de elementos teria flutuado para cima no manto parcialmente fundido e formado uma camada distinta.
"Os cientistas imaginaram que, se pudessem encontrar uma idade precisa para essa camada de magma, que continha muito potássio, elementos de terras raras e fósforo (KREEP para abreviar), eles saberiam quando a lua estava 99% cristalizada", aponta a Universidade de Chicago.
Os pesquisadores se preparam para estudar as missões Chang-e e Artemis para obter mais conhecimento sobre a Lua. "Temos uma série de outras perguntas que estão esperando para serem respondidas", frisa Dauphas.
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