Uma assustadora "chuva de aranhas" foi registrada e publicada nas redes sociais em dezembro de 2024, por Bruna Naomí, moradora de uma cidade no sul de Minas Gerais. O fenômeno acompanhado todos os anos por Bruna acontece sempre no mesmo local.
A teia gigantesca feita no verão é uma ação da espécie Parawixia Bistriata, da família Araneidae, e é inofensiva para os seres humanos. O biólogo aracnólogo Luiz Antonio Silva-Marques explica que a temporada de reprodução proporcionada pelo clima quente resulta em um "surubão das aranhas", no qual a fêmea espera o macho na teia para a troca de gametas (células sexuais).
Nas teias, as aranhas também podem caçar ao se movimentar por vários lugares diferentes com o vento, o que caracteriza o balonismo. “Isso ajuda na variabilidade genética e na dispersão dos ovos — que geram centenas de filhotes”, Luiz comenta.
Chamada de aranha do Cerrado, a teia abriga os filhotes da espécie, que vivem em comunidade em árvores por um tempo. Ao se dispersarem, os aracnídeos se locomovem de uma árvore para outra por meio das teias soltadas. “Essa tirolesa aracnídea ajuda na alimentação, na reprodução e na locomoção”, diz o biólogo.
Aranhas fêmeas guardam sêmen de diferentes machos na espermateca, um reservatório que proporciona a liberação de centenas de filhotes. “Isso não representa risco para humanos, porque o veneno dessas aranhas é muito fraco — a não ser em casos de alergia. Mas podemos ficar tranquilos com a chuva de aranhas”, Luiz ressalta.