
Apesar da greve dos professores da rede pública do Distrito Federal ter sido aprovada na semana ada, o Colégio Cívico-Militar (CED 7), em Ceilândia, amanheceu com as portas abertas nesta segunda-feira (2/5).
No portão, o movimento foi tímido, mas constante. Estudantes chegaram, alguns deixados por seus responsáveis, e entraram normalmente para as aulas. Alguns professores aderiram à paralisação, mas parte do corpo docente manteve o cronograma escolar.
A greve gerou dúvidas e transtornos para os pais e responsáveis que tentam manter a rotina escolar dos filhos. O vigilante Daniel de Sousa, de 51 anos, levou pessoalmente a filha Mariana Aparecida, de 17, até a escola para verificar se haveria aulas. Ele afirmou que não recebeu nenhum comunicado oficial da direção sobre a paralisação. “A gente ficou sabendo apenas pelo noticiário. Então, vim trazer minha filha para ver se realmente teria algo”, explicou ao Correio.
Com quatro aulas previstas na grade horária da aluna, Daniel decidiu levá-la pessoalmente por conta dos custos com transporte escolar. “Eu pago o transporte, mas o motorista só faria a condução com ela. Aí não achei viável, então preferi trazer ela para o colégio”, contou.
Contrário à greve, Daniel teme prejuízos no aprendizado e no calendário letivo. “Eu não sou a favor da greve por causa da perda de conteúdo. E isso com certeza vai afetar o calendário escolar, vai ter que ter reposição”, lamentou.
Segundo a diretora da unidade, Adriana Rabelo, a adesão à greve tem sido parcial. “A greve é justa, infelizmente a gente precisa lutar de alguma forma para melhoria salarial, mas alguns professores decidiram participar da greve e outros, devido a compromissos, situações familiares, não vão paralisar agora nesse momento, não vão entrar na greve nesse momento, eles vão continuar trabalhando”, explicou.
Adriana afirmou que a decisão pela adesão foi respeitada de forma democrática. “Estamos respeitando tanto quem vai participar da greve, quanto quem também não vai participar. A gente entende o lado de todos. A gente sabe que a comunidade vai ser impactada, que os pais e as mães vão ter que se reorganizar para darem conta dos seus filhos e dos seus compromissos. Mas nesse momento a gente precisa também do apoio da comunidade”, disse.
A frentista Daisy Evangelista, 38, também levou o filho à escola, mesmo com receios. “Eu já estava ciente da greve, mas, trouxe meu filho com um certo receio sim. Mais tarde ele vai sair fora do horário. Fica ruim para nós como pais. Mas eu acho que cada um tem que correr atrás do que acha melhor”, contou.
Na entrada da unidade, não havia cartazes, faixas de protesto ou comunicados oficiais. A equipe de reportagem do Correio segue acompanhando a situação em outras escolas do DF para verificar o real impacto da greve nas unidades educacionais.
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