
Se durante a manhã, o tempo foi de tempestades no Morro da Capelinha, em Planaltina, neste fim de tarde, o sol dá as caras e ilumina o público acomodado em frente ao telão, que transmite a encenação da Paixão de Cristo. Muitos trouxeram cadeiras, toalhas e, claro, água e lanches.
- Leia também: Homem de 30 anos é atropelado por moto no SCIA
É o caso de Maria da Luz Caldas, 75 anos, que também veio acompanhada das filhas e netas. Moradora de Planaltina, ela comparece ao evento há, pelo menos, 30 anos. "Antes, eu costumava subir até o topo, mas agora já não dou conta. Hoje mesmo, achei que não conseguiria chegar até aqui, mas devagar, deu tudo certo", conta.
Sentada em seu banquinho, a aposentada assistia à cerimônia pelo telão, com vista privilegiada. O momento mais aguardado é o da ressurreição. "É muito bonito. Nesta hora sempre me emociono e agradeço pela minha saúde e pela minha família", completa.
Quem também conseguiu um bom lugar para assistir ao espetáculo foi Regiane Miranda, 52, que trouxe o marido, o filho, a nora, a irmã e a sobrinha para o evento. Equipada, a família estava com guarda-sol, toalhas e banquinhos. Nas mochilas, água, suco, sanduíches e frutas. "A ressurreição é sempre a parte mais esperada. Momento de emoção", comenta.
Um dos eventos mais tradicionais do Distrito Federal, a encenação da Paixão de Cristo no Morro da Capelinha deve atrair uma multidão. Em 2024, cerca de 100 mil pessoas assistiram ao espetáculo, e a expectativa é de que o público deste ano seja ainda maior.
O Grupo Via Sacra ao Vivo conta com uma equipe de 1.400 pessoas. Delas, 1.100 representarão personagens bíblicos. Durante quatro horas, são encenados os últimos momentos da vida de Jesus Cristo: julgamento, prisão, crucificação, morte e ressurreição. Ela é dividida em 14 estações, distribuídas por 800 metros no Morro da Capelinha, onde os atores se apresentam.