CB.Saúde

Médico explica a importância de vacinas para evitar uma pandemia de H5N1

Ainda que não exista imunizante específico contra a doença, a prevenção contra outros tipos ajuda a diminuir circulação do vírus

 10/04/2025 Bruna Gaston CB/DA Press. Henrique Valle Lacerda, infectologista do Hospital Brasília, é o entrevistado do CB.Saúde de hoje.  -  (crédito:  Bruna Gaston CB/DA Press)
10/04/2025 Bruna Gaston CB/DA Press. Henrique Valle Lacerda, infectologista do Hospital Brasília, é o entrevistado do CB.Saúde de hoje. - (crédito: Bruna Gaston CB/DA Press)

O infectologista Henrique Valle Lacerda, do Hospital Brasília, da Rede Américas, reforçou a importância da vacinação com uma possível crise da gripe aviária vinda para a América do Sul. Em entrevista às jornalistas Carmen Souza e Sibele Negromonte no programa CB.Saúde — parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília, desta quinta-feira (10/4), ele explicou que, apesar de a vacina contra a H5N1 ainda não estar disponível, é possível prevenir da infecção vacinando contra outros tipos de influenza. 

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Henrique Lacerda afirma que a vacina é uma ferramenta fundamental quando se fala de doenças infecto-parasitárias. Ainda que nem todas tenham vacinas, muitas são imunopreveníveis. Para ele, uma herança positiva da pandemia de covid-19 é que a tecnologia de produção de vacinas avançou muito. Hoje, a velocidade para desenvolver novos produtos contra doenças emergentes aumentou significativamente.

Circulação

“Para que tenhamos uma vacina eficaz e efetiva contra o H5N1, ela precisa ar por várias fases de estudo, normalmente quatro, até chegar ao paciente. Mas, enquanto isso, a vacinação em massa contra a gripe comum, especialmente contra influenza A, B e H1N1, é extremamente importante. Quanto mais pessoas vacinadas, menor a circulação dos vírus. Isso ajuda a evitar surtos e até pandemias. Embora a vacina atual da gripe não proteja diretamente contra o H5N1, ela ajuda a reduzir a circulação de outros vírus, o que é essencial”, explica o doutor.

Ele explica que é importante diminuir a circulação porque quanto mais um vírus se replica, maior a chance de ele sofrer mutações. Se a taxa de replicação aumenta, cresce também a chance de surgirem mutações perigosas, o que poderia acabar causando uma nova pandemia. Por isso, o controle da circulação do vírus, consequentemente, tende a fazer menos mutações que são infectantes.

“Como a indústria farmacêutica leva tempo para produzir uma droga que seja eficaz contra esse vírus, basicamente, oferecemos tratamento de e para os pacientes que evoluem com formas graves. Isso inclui internação em unidade de terapia intensiva, e com ventilação mecânica e oxigenoterapia. Esses pacientes podem desenvolver uma inflamação muito grande no organismo, e a insuficiência respiratória, a falta de oxigenação, é o que causa essa alta letalidade”, destaca. 

* Estagiário sob supervisão de Márcia Machado 

Veja a entrevista completa

postado em 10/04/2025 17:11 / atualizado em 10/04/2025 18:07
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