Feminicídio

Morta e enterrada: homem usou cal para acelerar decomposição e reduzir odor de corpo da esposa

A polícia ficou sabendo do desaparecimento em 22 de março, quando recebeu uma denúncia detalhada sobre o sumiço e o assassinato da mulher

Elaine da Silva Rodrigues estava desaparecida desde janeiro -  (crédito: Cedida ao Correio)
Elaine da Silva Rodrigues estava desaparecida desde janeiro - (crédito: Cedida ao Correio)

Preso acusado de matar e enterrar o corpo da esposa, Marcelo Inácio da Conceição, 41 anos, usou cal — material resultante da queima de calcário utilizado na construção civil — para acelerar o processo de decomposição e reduzir o odor do cadáver. A vítima, identificada como Elaine da Silva Rodrigues, 36, desapareceu em janeiro e teve o corpo encontrado nesta quarta-feira (2/4), no Assentamento Oziel Alves III, no Núcleo Rural Pipiripau II.

A polícia ficou sabendo do desaparecimento em 22 de março, quando recebeu uma denúncia detalhada sobre o sumiço e o assassinato da mulher. De acordo com o delegado-chefe da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), Richard Valeriano, o informante falou da relação conturbada do casal e de uma briga calorosa em janeiro. “A informação é de que ela saiu atrás de um auxílio do governo e o marido foi atrás. Os familiares, preocupados, saíram em busca deles e encontraram a garrafa de água da mulher numa parada de ônibus próxima”, explicou.

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Marcelo retornou sozinho para casa e disse aos familiares e aos filhos do casal, de 9 e 1 ano, que a companheira havia ido embora para o Paraná e abandonado a família. Segundo o delegado, o homem forjou as conversas para despistar a polícia. “Verificamos que o chip dela estava no DF e, a partir daí, a versão dele se tornou muito fraca”, contou Valeriano.

As investigações apontaram que além de forjar a comunicação com a esposa, Marcelo saía de casa frequentemente e ia ao local onde o corpo estava, para arrumar a terra e jogar cal, uma vez que ele é pintor e sabe como usar o produto.

Relação

O casamento entre os dois era conturbado, informou a polícia. O casal havia se mudado de São Paulo para o DF havia cerca de cinco meses e, desde então, tinham brigas constantes.

Ao ser interrogado novamente pelos investigadores, o autor indicou o local do corpo de Elaine, mas inventou uma nova história. Alegou que a vítima queria suicidar-se e precisaria da ajuda dele para enterrá-la. A versão, no entanto, foi descartada pela polícia.

Nesta quarta-feira, os policiais foram ao local e encontraram o corpo da vítima na área rural do Assentamento Oziel. O cadáver estava coberto por barro em uma área de reforma. O homem está preso. A Polícia Civil pede a participação da população com denúncias anônimas, que podem ser feitas pelo número 197.

 

postado em 02/04/2025 19:39
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