O Crime da 113 Sul

Filha de Adriana Villela aparece em julgamento da mãe no STJ

Carolina Villela foi ao Tribunal para acompanhar o julgamento, que foi suspenso. Foi ela quem encontrou, na época do crime, os corpos dos avós e da empregada da família

Carolina não falou com a imprensa, durante o tempo em que esteve no STJ -  (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)
Carolina não falou com a imprensa, durante o tempo em que esteve no STJ - (crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

Carolina Villela, filha da arquiteta Adriana Villela, esteve no Supremo Tribunal de Justiça (STJ), nesta terça-feira (11/3), para assistir ao julgamento do recurso especial da defesa da mãe dela.

Carolina não quis falar com a imprensa. Foi ela quem encontrou, na época do crime, os corpos dos avós — o advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e a advogada Maria Carvalho Mendes Villela — e da empregada da família, Francisca Nascimento da Silva.

Adriana foi condenada a 61 anos e três meses de prisão pelo assassinato dos pais e de Francisca, mas responde ao processo em liberdade. Uma decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) fez com que um pedido de prisão imediata fosse emitido pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

  • O Superior Tribunal de Justiça (STJ) começou nesta terça-feira (11/3) julgamento de recurso especial de Adriana Villela, condenada a 61 anos de prisão pelo caso conhecido como 'crime da 113 Sul'
    O Superior Tribunal de Justiça (STJ) começou nesta terça-feira (11/3) julgamento de recurso especial de Adriana Villela, condenada a 61 anos de prisão pelo caso conhecido como 'crime da 113 Sul' Ed Alves/CB/D.A Press
  • No dia 28 de agosto de 2009, o advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, a mulher dele, também advogada Maria Carvalho Mendes Villela, e a empregada doméstica do casal, Francisca Nascimento da Silva, foram mortos por 73 facadas
    No dia 28 de agosto de 2009, o advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, a mulher dele, também advogada Maria Carvalho Mendes Villela, e a empregada doméstica do casal, Francisca Nascimento da Silva, foram mortos por 73 facadas Reprodução
  • O crime ocorreu dentro do apartamento da família, no sexto andar do bloco C da 113 Sul, e os corpos foram encontrados em decomposição por parentes três dias depois, em 31 de agosto
    O crime ocorreu dentro do apartamento da família, no sexto andar do bloco C da 113 Sul, e os corpos foram encontrados em decomposição por parentes três dias depois, em 31 de agosto não tem crédito
  • Cerca de um ano após as mortes, em 2010, a filha do casal, Adriana Villela, e o ex-porteiro do prédio onde ocorreram os assassinatos, Leonardo Campos Alves, que chegou a assumir o crime, foram presos
    Cerca de um ano após as mortes, em 2010, a filha do casal, Adriana Villela, e o ex-porteiro do prédio onde ocorreram os assassinatos, Leonardo Campos Alves, que chegou a assumir o crime, foram presos Daniel Ferreira/CB/D.A Press
  • Leonardo teria sido contratado por Adriana para cometer os assassinatos, pelos quais o pagamento teria sido realizado com dinheiro e joias
    Leonardo teria sido contratado por Adriana para cometer os assassinatos, pelos quais o pagamento teria sido realizado com dinheiro e joias Breno Fortes/CB/D.A Press
  • O ex-porteiro disse a investigadores que teve ajuda do sobrinho, Paulo Santana, e de Francisco Mairlon Aguiar, que também confessaram participação em um primeiro momento, mas voltaram atrás e disseram que só haviam itido a culpa por terem sido torturados
    O ex-porteiro disse a investigadores que teve ajuda do sobrinho, Paulo Santana, e de Francisco Mairlon Aguiar, que também confessaram participação em um primeiro momento, mas voltaram atrás e disseram que só haviam itido a culpa por terem sido torturados Breno Fortes/CB/D.A Press
  • Segundo as investigações, no dia das mortes, Alves levou os comparsas até a residência na SQS 113 — onde se deu o ataque. Santana e Aguiar entraram no prédio com as indicações fornecidas pelo ex-porteiro e por Adriana Villela
    Segundo as investigações, no dia das mortes, Alves levou os comparsas até a residência na SQS 113 — onde se deu o ataque. Santana e Aguiar entraram no prédio com as indicações fornecidas pelo ex-porteiro e por Adriana Villela Gustavo Moreno/CB/D.A Press
  • No apartamento, eles mataram as três pessoas com golpes de faca e, para simular um crime de latrocínio, teriam levado objetos de valor do local. Os três foram condenados a penas que, somadas, chegam a 177 anos de reclusão
    No apartamento, eles mataram as três pessoas com golpes de faca e, para simular um crime de latrocínio, teriam levado objetos de valor do local. Os três foram condenados a penas que, somadas, chegam a 177 anos de reclusão Márcia Foizer/Estação Um
  • Para o Ministério Público, o crime foi cometido devido a desavenças financeiras entre a filha e os pais
    Para o Ministério Público, o crime foi cometido devido a desavenças financeiras entre a filha e os pais Adauto Cruz/CB
  • Em 2019, o caso foi levado a júri popular pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), que, após mais de 100 horas em julgamento, decidiu pela condenação de Adriana como mandante de triplo homicídio, não como latrocínio
    Em 2019, o caso foi levado a júri popular pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), que, após mais de 100 horas em julgamento, decidiu pela condenação de Adriana como mandante de triplo homicídio, não como latrocínio Ed Alves/CB
  • O julgamento durou 10 dias e é o mais longo da história do DF. Foram ouvidas oito testemunhas de acusação e 16 a favor da acusada. O depoimento mais longo, que durou cerca de dez horas, foi o da delegada responsável por indiciar Adriana pelo triplo homicídio
    O julgamento durou 10 dias e é o mais longo da história do DF. Foram ouvidas oito testemunhas de acusação e 16 a favor da acusada. O depoimento mais longo, que durou cerca de dez horas, foi o da delegada responsável por indiciar Adriana pelo triplo homicídio Marcelo Ferreira/CB/D.A Press
  • O recurso julgado pelo STJ nesta terça, enviado pela defesa de Adriana, questiona o veredito do Tribunal do Júri e alega, entre outros pontos, que só conseguiu o a algumas mídias com depoimentos de outros réus apontados como cúmplices quando o júri tinha sido iniciado
    O recurso julgado pelo STJ nesta terça, enviado pela defesa de Adriana, questiona o veredito do Tribunal do Júri e alega, entre outros pontos, que só conseguiu o a algumas mídias com depoimentos de outros réus apontados como cúmplices quando o júri tinha sido iniciado Ed Alves/CB/D.A Press
  • Ré primária condenada em primeira instância, Adriana chegou a ficar 19 dias presa, mas atualmente encontra-se livre, devido a ausência de antecedentes criminais e por ter comparecido a todas as audiências, até que se esgotem as possibilidades de recursos
    Ré primária condenada em primeira instância, Adriana chegou a ficar 19 dias presa, mas atualmente encontra-se livre, devido a ausência de antecedentes criminais e por ter comparecido a todas as audiências, até que se esgotem as possibilidades de recursos Globoplay/ Divulgação

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O julgamento foi adiado após o ministro Sebastião Reis Júnior, presidente da Sexta Turma do STJ, pedir mais tempo para analisar o processo. Com a sessão suspensa, Carolina deixou o tribunal às pressas, sem falar com a imprensa.

Mudanças

O pedido de prisão imediata foi inicialmente encaminhado na primeira instância, após a publicação do acórdão do STF, que autorizou a execução imediata das penas impostas por tribunais do júri.

O recurso que está sendo julgado pelo STJ foi enviado pela defesa, que alega, entre outros pontos, que só conseguiu o a algumas mídias com depoimentos de outros réus apontados como cúmplices quando o júri tinha sido iniciado, o que teria configurado cerceamento de defesa e trazido prejuízos processuais à ré.

*Estagiário sob a supervisão de Eduardo Pinho 

Henrique Sucena
postado em 11/03/2025 16:41 / atualizado em 11/03/2025 17:13
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