"Pessoa excepcional, policial exemplar, extremamente dedicado ao serviço." Assim o policial militar do Distrito Federal Adriano Damásio Lopes, 44 anos, que morreu após inalar fumaça enquanto resgatava pessoas do incêndio que atingiu o hotel onde estava hospedado com a família, em Maceió, é descrito pelo colega de farda major Marcos Henrique Gonçalves. Ontem, o PM foi velado e enterrado, com honras militares, no cemitério Campo da Esperança de Brazlândia, onde nasceu e cresceu.
Mais de 250 pessoas compareceram à cerimônia. A comoção podia ser percebida de longe. Idosos e crianças choravam com o mesmo semblante — de quem perdeu alguém que, certamente, jamais poderá ser substituído.
Um cortejo fúnebre, da istração de Brazlândia ao cemitério da cidade, marcou o início do velório do militar. A procissão começou às 14h e o velório ocorreu em seguida. Às 16h30, o sepultamento foi marcado por uma chuva de pétalas sobre o túmulo, em homenagem feita pela aeronave Fênix, do Batalhão de Operação Aviação (BAvOp).
Com a voz embargada, major Gonçalves mal conseguia falar sobre o amigo, com quem trabalhou por oito anos. "São oito anos convivendo com ele diariamente. Ele era uma pessoa excepcional, policial exemplar. A gente convivia todo dia. Adriano era extremamente dedicado ao serviço. É uma perda muito grande, e não falo como chefe dele, mas como amigo", disse, em meio às lágrimas.
Pai da esposa do policial, Estefanie Fernandes, Marinelson Fernandes de Oliveira, 60, declarou que, para ele, o genro era como um filho. "Adriano sempre foi um homem muito cauteloso, zeloso com a família em todos os sentidos, tanto no âmbito financeiro quanto na educação da filha de 9 anos. Era um cara muito sincero e sensato. Para mim, fica a dor, mas, ao mesmo tempo, a satisfação de poder ter convivido com ele durante esse tempo", declarou.
Marinelson afirmou que a dor é inevitável, mas que tenta permanecer forte para apoiar a filha e a neta. "A gente não tem palavras para descrever. Ele é muito mais do que eu posso te dizer, não é à toa que aconteceu o que aconteceu. Ele podia ter sido extremamente egoísta, como já tinha saído com a esposa, a sogra e a neta, podia ter ido embora, mas não, ele insistiu", completou dizendo que o genro era uma pessoa boa, que gostava de ajudar.
No velório, a esposa do militar estava muito abalada e permaneceu dentro da capela até o momento do enterro. Segundo Marinelson, Estefanie e a mãe ainda tomam algumas medicações, por terem inalado fumaça, mas, para ele, o maior prejuízo foi para o psicológico delas, que está extremamente abalado.
Antes de o caixão ser fechado, os militares formaram um corredor, fizeram saudações e dispararam uma salva de tiros. Alguns familiares discursaram para agradecer o apoio dos parentes, amigos e, especialmente, às forças de segurança. Como reconhecimento pelo profissionalismo, Adriano foi honrado com uma promoção post mortem e se tornará primeiro-sargento da corporação. O militar ingressou em 2003 e era lotado no Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran).
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Presente no velório, a vice-governadora Celina Leão (PP) declarou que o militar deve ser lembrado como um herói e assegurou que o Governo do Distrito Federal (GDF) dará todo apoio à família.Celina disse que o GDF está dando e desde que a notícia da morte do militar foi divulgada. "Todo o e foi dado para o traslado e aqui (DF) também, mas a gente faz questão de estar presente, porque nós queremos honrá-lo", disse.
Em seu discurso, a vice-governadora elogiou a Polícia Militar do DF (PMDF). "Adriano foi um herói e morreu como herói. Ele representa tudo o que a gente acha da nossa PM. Uma polícia realmente capaz de saber o seu papel, independentemente de onde esteja. Ele estava de férias, com a família, é um depoimento muito forte. Então, nós viemos aqui hoje para prestar as últimas homenagens em nome do governo e do nosso governador (Ibaneis Rocha) também", completou.
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