
As fortes chuvas que atingiram o Distrito Federal nesta terça-feira (21/1) causaram transtornos para a população. Ruas alagadas, trânsito caótico e acidentes foram registrados, especialmente em regiões mais vulneráveis, como Ceilândia e Sol Nascente.
A água invadiu ruas e avenidas, elevando os riscos para motoristas e pedestres. Veículos ficaram ilhados, enquanto moradores enfrentaram prejuízos, como erosões e danos em suas residências. Em Ceilândia, próximo ao condomínio Privê, na BR-070, as duas faixas da pista ficaram completamente alagadas, dificultando a agem de veículos. Um caminhão acabou caindo em uma ribanceira.
O motorista, Bruno Santos, de 25 anos, relatou que a pista estava completamente inundada, forçando os carros a pararem bruscamente. Para evitar uma colisão, ele freou e jogou o veículo para o acostamento, mas perdeu o controle e caiu na ribanceira. "A chuva estava muito forte, e a cabine do caminhão, depois de tombar, começou a encher de água", contou. Apesar do susto, ele se mostrou aliviado: "Foram apenas estragos materiais. Eu estou bem."
No setor O, em Ceilândia, a situação também foi crítica. O muro do Centro de Ensino Especial 02 (CEE 02) desabou devido à força da água. Na QNO 15, em frente ao Terminal do Setor O, o asfalto se soltou e foi carregado pela correnteza, sendo encontrado a mais de 100 metros de distância.
No Sol Nascente, a moradora Flávia Patrícia, de 44 anos, enfrentou momentos de tensão ao dirigir em uma enxurrada. "Eu parei o carro, com medo, e o para-choque foi levado pela água. Acho que bati em algum buraco, fiquei assustada", relatou. Ela também reclamou das condições da rua onde mora: "Os buracos se abrem a cada temporada de chuva. Nós, moradores, tentamos tapá-los, mas com as próximas chuvas, eles reaparecem".
Perigo
O motociclista Yoshida Moreira, de 21 anos, morador do Recanto das Emas, teve que se abrigar em um ponto de ônibus enquanto aguardava a tempestade ar para seguir até Ceilândia. "É perigoso. Tem que andar devagar, sempre atento. Para quem depende da moto, como eu, a imprudência no trânsito durante as chuvas é ainda mais preocupante", comentou.
Na via Estrutural, em frente a Vicente Pires, Cleiton Jesus, de 34 anos, precisou atravessar a pista sob forte chuva, protegido apenas por uma sombrinha. Ele ressaltou a dificuldade de locomoção na área: "A chuva é boa, mas sem arela, atravessar essa BR é complicado. Aqui é sempre assim: uma hora sol, outra hora vem uma tempestade enorme".
Um episódio na altura da QNO 15, próximo ao Terminal do Setor O, chamou atenção nas redes sociais. Durante as fortes chuvas, um idoso ficou ilhado em meio à enxurrada. Um homem conseguiu resgatá-lo antes da chegada do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), que, ao chegar ao local, não encontrou mais a vítima.
Maria Santana, 53 , moradora do Sol Nascente, relatou que, em dias de chuva, muitas vezes precisa esperar a água baixar para conseguir chegar em casa. "Se chego e está chovendo, não desço. Aqui o volume de água é muito grande, perigoso. Tem uma cratera aberta atrás da minha casa. A água arrasta a gente e, com tantos buracos, é difícil ar."
Oswaldo da Silva, 71, também sofre com os efeitos das chuvas na rua onde mora, no Sol Nascente. "Já colocamos oito caçambas de terra para tapar a cratera, mas a primeira chuva levou tudo. Agora a água levou o que sobrou. Nosso sonho é ver essa rua asfaltada", desabafou.
Previsão
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para esta quarta-feira (22/1) é de céu com poucas nuvens pela manhã, com possibilidade de chuvas isoladas durante a tarde e à noite. A temperatura mínima é de 18°C, e a máxima pode chegar a 30°C, com a umidade relativa do ar em torno de 90%.
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