
Pai de seis filhos, o caseiro Alain Reis Santana, 32, responsável por mudar o rumo das investigações acerca do caso Lázaro, busca por um emprego. O funcionário mora em Girassol (GO) com a família, em uma casa que está à venda e precisará ser desocupada em breve. Cinco dos seis filhos moram com ele e a mulher e têm idades entre 1 e 12 anos.
Alain chegou a ser preso na quinta-feira ada (24/6) por supostamente auxiliar na fuga de Lázaro Barbosa Sousa, 32, morto em confronto com policiais militares da Rotam de Goiás. Contra Alain, nada ficou comprovado e ele foi liberado em audiência de custódia. Em depoimento, o caseiro alegou que recebeu ordens do patrão, o fazendeiro Elmi Caetano, 74, para não permitir a entrada da polícia na propriedade. "Ficou claro que (Alain) não tinha domínio, influência ou mesmo consciência clara da atuação dolosa e espúria praticada pelo seu empregador", salientou a promotora de Justiça de Cocalzinho de Goiás Gabriela Starling Jorge Vieira de Mello.
Atualmente desempregado, Alain depende de doações para poder sustentar a mulher e os filhos. “Vou ter que desocupar a casa e não temos para onde ir. Não tenho como pagar aluguel agora, porque estou desempregado. Não podemos ir para a casa de parentes da minha esposa, porque lá tem familiares do Lázaro. E em Coimbra, também não podemos, porque tem parentes do seu Elmi morando lá”, disse.
Alain tem experiência em serviços de roça, com plantação de horta e criação de peixes e de animais. Ele também trabalhou em lava-jatos por quatro anos, como ajudante de pedreiro e em oficinas. Os que tiverem interesse em ajudar Alain e a família dele, podem entrar em contato com o advogado Taciano Guedes, que representa a defesa do caseiro. O número é: (61) 9 9882-6939.
Ajuda nas investigações
Em entrevista concedida ao Correio em 27 de junho, Alain contou que Lázaro permaneceu na fazenda de Elmi por, ao menos, cinco dias, tendo livre o às dependências da casa. Em outra situação, quando ele chegou para trabalhar, por volta das 5h30, encontrou dois copos sujos de leite e sentiu falta do pão que estava sobre a mesa. “Eu que lavo a louça e no dia anterior tinha deixado tudo limpo. Quando vi os copos, pensei: O que significa isso? Tinha ido embora e não ficou ninguém”, disse.
O funcionário começou a desconfiar do próprio patrão, justamente pelos rastros encontrados por ele. Na parede do curral, havia nomes escritos da mãe e do tio de Lázaro, um sinal de que Elmi conhecia muito bem o suspeito. Entre eles (Elmi e Alain) não havia conversa sobre Lázaro, nem mesmo o acompanhamento do caso pelos noticiários.
Em um outro acontecimento, o caseiro estava no quintal, e Lázaro dentro de casa, quando os policiais se aproximavam da fazenda. Alain conta que Lázaro se escondeu rapidamente em um segundo quarto, que fica próximo a um corredor escuro. “Ele mandou eu sair de perto. Fui falar com a polícia e disse que estava tudo bem. Não denunciei por medo de morrer, já que ele disse meu endereço e citou toda a minha família.”
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